01/10/14 |   Comunicação  Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação  Transferência de Tecnologia

Evento inédito apresenta resultados de pesquisas

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Foto: Marcos Vicente

Marcos Vicente - Sessão de pôsters

Sessão de pôsters

Com o objetivo de apresentar os resultados dos projetos de pesquisas, desenvolvidos e finalizados nos últimos quatro anos, aos diversos segmentos da sociedade – professores, produtores rurais, pesquisadores, gestores públicos, estudantes, entre outros – bem como, mostrar a contribuição e os impactos sociais, econômicos e ambientais para o país, resultantes desses projetos, a Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), realizou a primeira edição do Fórum de apresentação de resultados de pesquisas: avanços e oportunidades, no último dia 23 setembro. 

Com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) o evento registrou um público de 115 participantes, todos envolvidos e/ou interessados nas pesquisas apresentadas.  A programação contemplou a exposição de 24 pôsteres, 9 tecnologias geradas pelos projetos, 2 painéis institucionais - Biblioteca "Dr. Reinaldo Forster"e SPAT - Setor de Prospecção e Avaliação de Tecnologias, além de 6 apresentações orais e 2 palestras de convidados parceiros.

Mudança do Clima, seu efeito na agricultura e oportunidade de mercado de carbono;  Novas abordagens tecnológicas e Biossegurança/OGM; Desenvolvimento de metodologias, processos e monitoramentos; Avaliação de impacto e gestão ambiental na agricultura e Sistemas produtivos sustentáveis – indicadores, tecnologias e monitoramento, foram os cinco temas apresentados durante o evento.

Como forma de promover  integração interinstitucional e ampliar a base de informação, a comissão organizadora do Fórum convidou o fiscal federal, Marcelo Laurino, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e o diretor-presidente da Fundação Espaço Eco (FEE), Roberto Melo de Araújo para ministrarem palestras.

Laurino falou sobre "Políticas Públicas para a Sustentabilidade da Agricultura," a fim de abordar os diversos programas existentes no país, que visam dar apoio aos programas de pesquisas na busca e aplicação de novas tecnologias e na produção de alimentos com viés de sustentabilidade. Estes esforços objetivam a articulação e a adequação de ações indutoras da transição agroecológica, da produção orgânica, de base agroecológica, contribuindo para o desenvolvimento sustentável, para a qualidade de vida da população rural e urbana, por meio do uso sustentável dos recursos naturais e da oferta e consumo de alimentos saudáveis e seguros. Para Laurino, tais políticas públicas têm gerado impactos positivos significativos para a sociedade, de modo mais amplo. "Quando ocorreram as discussões sobre o Código Florestal, por exemplo, a agricultura e meio ambiente eram antagônicos. Os discursos eram baseados na necessidade de preservação ou na necessidade de se produzir alimentos. Evoluímos para outro, onde a agricultura de base agroecológica torna o diálogo possível entre o meio ambiente e a produção de alimentos. É o caminho onde a necessidade de se produzir é convergente com a ideia de preservação," disse ele.

Laurino lembra que descobrimos que trabalhando com os processos naturais, transformando a agricultura em um sistema sustentável, os produtos têm melhor qualidade e melhor economicidade. "A preservação do ambiente, hoje, é fator de produção. Quanto mais equilibrado estiver, melhor é o produto obtido," finalizou.

Já Roberto de Araújo falou sobre a "Sustentabilidade da Agricultura na Visão Empresarial" .   Explicou sobre as ações da Fundação Espaço Eco, organização sem fins lucrativos (OSCIP), instituída pela BASF em 2005, com apoio da GIZ (agência do governo alemão), que tem como meta promover o desenvolvimento sustentável no ambiente empresarial e na sociedade, transferindo conhecimento e tecnologia, especialmente pela aplicação de soluções em socioecoeficiência e educação para a sustentabilidade, focando os aspectos sociais, ambientais e econômicos.

Falou também sobre o Inventário de Ciclo de Vida (ICV) para a cana-de-açúcar, etanol, açúcar e eletricidade, levantamento de dados de produção de cana-de-açúcar, para servir como referência para novos estudos da Embrapa, demonstrando a sustentabilidade dessa cadeia, e que foi realizado pela FEE.  Abordou ainda a análise de sinergia e oportunidades de melhorias entre as ferramentas AgBalance e Apoia Novo Rural, desenvolvidas pela FEE e Embrapa, respectivamente, o que torna possível identificar a adaptação de classes analisadas entre as metodologias.

"A parceria entre a Embrapa, Fundação Espaço ECO e a BASF tem sido cada vez mais produtiva. A relação cooperativa permite que nossas organizações aperfeiçoem suas metodologias, no sentido de medir e avaliar os diversos aspectos de sustentabilidade na agricultura," concluiu Roberto.

Participantes
Dentre os participantes do Fórum, destacamos a presença de José Carlos Rossetti, coordenador da CATI – Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e membro do CAE – Comitê Assessor Externo da Embrapa Meio Ambiente. Segundo ele, "é muito interessante a oportunidade de participar de um evento que reúne as melhores e mais variadas pesquisas em agricultura e meio ambiente, agregando a interação pessoal entre os pesquisadores e outros participantes do segmento," disse Rossetti.

Já para Érika Nakata dos Santos, coordenadora da empresa Syngenta, a participação no Fórum foi uma oportunidade de reencontrar os pesquisadores e principalmente conhecer alguns projetos. "Gostei muito do evento. Fiquei muito orgulhosa de saber de tantos trabalhos multidisciplinares que realmente auxiliam a agricultura brasileira," afirmou ela.
O evento contou ainda com a presença de proprietários rurais, entre eles o casal Antônio e Maria José Stefanelli, que tem um sítio de 16 hectares no município de Juruáia (MG) e vieram conhecer os resultados das pesquisas e declararam: "Somos proprietários um pouco diferentes dos outros desta região. Não produzimos leite, café, cachaça, frutas, nem legumes, mas, como diz meu esposo, produzimos ar puro e água na propriedade. Nossa intenção não é exploração econômica, mas que a propriedade possa contribuir com ações de educação ambiental, principalmente para as escolas públicas e também sirva como base para pesquisas".

Maria José ainda afirmou que tem muito interesse na área do agronegócio e na relação atividade econômica/meio ambiente, produzir/preservar, aliada aos aspectos sociais e históricos envolvidos nesta relação. "Foi importante participar do evento para nos inteirarmos sobre temas que estão sendo estudados e para conhecer os resultados de sucesso em várias áreas da agropecuária, onde se comprovou que é possível conciliar produção e preservação, a exploração econômica racional e o cuidado com a natureza e com o ser humano, diferente do discurso comum entre produtores".

 

Marcos Vicente (MTbE 19.027 MG)
Embrapa Meio Ambiente

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Mais informações sobre o tema
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