06/10/14 |   Produção vegetal

Encontro avalia impactos das viroses transmitidas por ácaro na América do Sul

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Foto: Douglas Lau

Douglas Lau - Pesquisadores participantes do evento

Pesquisadores participantes do evento

A ocorrência do ácaro Aceria tosichella em cereais de inverno é um problema recente na Argentina e no Brasil, principais produtores de grãos na América do Sul. O ácaro é responsável pela transmissão de vírus para o trigo, que prejudicam o crescimento da planta e levam à queda na produtividade. Para avaliar o problema e estabelecer medidas de manejo, foi desenvolvido um projeto de pesquisa conjunto entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Instituto Nacional de Tecnologias Agropecuárias da Argentina (INTA). Os resultados levantados no projeto estão sendo apresentados de 6 a 8/10, em Córdoba e em Marcos Juárez, na Argentina.

O Brasil e a Argentina são os principais produtores de cereais de inverno na América Latina. A proximidade entre os dois países e a existência de várias culturas e plantas nativas em comum torna possível e mesmo provável a migração de pragas entre estes países. Brasil e Argentina têm corpos técnico-científicos com tradição no cultivo do trigo e de outras gramíneas. A troca de conhecimentos sobre trigo entre os dois países é de longa data, e tem evoluído em projetos conjuntos entre os dois principais centros nacionais de pesquisa voltados ao desenvolvimento da cultura: Embrapa Trigo e INTA.

O ácaro Aceria tosichella Keifer (Prostigmata: Eriophyidae) afeta o cultivo de cereais em várias partes do mundo, mas foi detectado na América do Sul pela primeira vez na Argentina em 2004, e pouco depois no Brasil, em 2006. Desde então, a distribuição geográfica do ácaro e o número de hospedeiros têm ampliado, podendo ser encontrado no mundo em cerca de 90 gramíneas de 40 gêneros, com muitas espécies de capins associados a lavouras de grãos.

O complexo de A. tosichella pode transmitir três diferentes vírus: WSMV (Wheat streak mosaic virus), agente causal do mosaico estriado do trigo; o WMoV (Wheat mosaic virus) agente causal da virose conhecida como "High Plains Disease" e o TriMV (Triticum mosaic virus). Desses vírus, o mais comumente encontrado em trigo é WSMV, sendo sintomas típicos a formação de estrias esbranquiçadas e amareladas em folhas de trigo, o que resulta em redução da área foliar fotossinteticamente ativa, prejudicando o desenvolvimento da planta, a formação das espigas e dos grãos.

O projeto "Monitoramento e diagnose do complexo Aceria tosichella e vírus transmitidos na América do Sul", fruto de um acordo de cooperação técnica Embrapa e INTA, foi criado em 2011 com o objetivo de avançar nos estudos empreendidos desde 2006 por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores (virologistas, acarologistas e melhoristas) brasileiros (Embrapa Trigo e Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia) e Argentinos (INTA – IPAVE, EEA Marcos Juárez e EEA Balcarce).

De acordo com o pesquisador da Embrapa Trigo, Douglas Lau, o monitoramento a campo realizado desde 2006 indica que o complexo está em expansão na América do Sul. "Os primeiros registros de A. tosichella no Brasil estavam restritos à região noroeste do Rio Grande do Sul, e agora vemos ocorrências também no norte gaúcho, no oeste de Santa Catarina e centro-sul do Paraná", alerta Lau.

Entre os resultados que serão avaliados na jornada de encerramento do projeto estão o monitoramento de dispersão do ácaro nos dois países, análise da variabilidade molecular e biológica do ácaro e dos vírus, reação de cultivares aos vírus transmitidos, métodos de diagnose, condições de ambiente favoráveis a epidemias e desenvolvimento de mapas de risco para as regiões produtoras de cereais de inverno.

Joseani M. Antunes (9693 MTb/RS)
Embrapa Trigo

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