10/03/17 |   Melhoramento genético

Carta ao leitor - A evolução da engenharia genética

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Estudos genômicos abrem novas possibilidades para a produção animal. Se em passado recente o produtor esperava mais de anos para saber se um animal é mais produtivo ou resistente à determinada doença, hoje, com o avanço da ciência, essa resposta pode ser obtida em algumas semanas.

Uma rede composta por 123 cientistas de mais de duas dezenas de instituições nacionais e internacionais se dedica à descoberta de novas ferramentas capazes de acelerar o melhoramento genético dos rebanhos comerciais. A Rede Genômica Animal desenvolve tecnologias para estimar o valor genômico dos rebanhos de forma mais rápida e com menor custo. Com a nova metodologia, o custo de uma avaliação cai de um milhão para mil dólares.

Dessa forma, o melhoramento genético tradicional, feito com base na observação de desempenho da prole e em testes de hipótese, é aprimorado e o animal pode ser avaliado antes mesmo de seu nascimento, durante a gestação.

Bovinos para produção de carne e leite, ovelhas, suínos e peixes estão no radar da pesquisa. Estudos para desenvolver resistência dos animais a carrapatos, busca de maior produtividade, seleção de animais isentos de anomalias hereditárias e outros temas estão em andamento nos diversos centros de pesquisa da Embrapa, como conta a reportagem de capa desta edição.

Garantir os melhores aromas e sabores para a bebida mais apreciada entre os brasileiros e torná-la mais saudável são também desafios para a pesquisa nacional. Cientistas do mundo inteiro querem entender o processo de torrefação do grão, quando mais de 800 tipos de moléculas aromáticas são liberadas. Com base em marcadores químicos, estão sendo definidos parâmetros de tempo e temperatura para a torra ideal do café, a fim de proporcionar aos consumidores uma bebida de melhor qualidade.

Satélites, sistemas de informações geográficos e drones são os novos recursos que permitem observar o que acontece no Pantanal brasileiro, para auxiliar na preservação do bioma e monitorar as atividades ali desenvolvidas. Com os dados em mãos, é possível prever enchentes, inundações, acompanhar atividades agropecuárias, industriais, desmatamentos e outras alterações que podem afetar a dinâmica da região, além de favorecer a elaboração de políticas públicas e os processos de licenciamento ambiental.

A busca por respostas para a origem de problemas de saúde que vão da depressão ao autismo é a motivação do pesquisador do Instituto de Lactología Industrial da Universidad Nacional del Litoral, na Argentina, Gabriel Vinderola, entrevistado desta edição. Em seus estudos, ele propõe que as bactérias do intestino estão relacionadas com diversas enfermidades e com nosso bem-estar geral. A boa notícia é que muitos dos problemas originados pela falta das “bactérias do bem” podem ser revertidos com o uso de pró-bióticos.

Em artigo, Marcello Broggio e Patrícia Bustamante destacam a existência de sistemas de agricultura singulares praticados por grupos sociais detentores de conhecimentos tradicionais únicos, e alertam para a necessidade de preservá-los. Apesar de pouco conhecidos e estudados, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) reconhece internacionalmente esses modelos especiais de cultivo, concedendo-lhes o título de Sistemas Engenhosos do Patrimônio Agrícola Mundial.

—— Os editores

 

Secretaria de Comunicação (Embrapa)

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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