14/03/17 |   Comunicação

Mês da Mulher: Programação no Acre debate combate ao machismo no trabalho

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Foto: Vitor Hugo Calixto

Vitor Hugo Calixto -

Este ano a programação comemorativa ao Mês da Mulher, promovida pela Embrapa Acre, teve início com a palestra “Direito Da Mulher e o Machismo Institucionalizado”, no dia 7 de março (terça-feira). Realizado pelas Comissões Locais de Gênero, Raça e Diversidade e Qualidade de Vida no Trabalho e Clima Organizacional, em parceria com a Secretaria Municipal Adjunta da Mulher (Semam) e Conselho Municipal da Mulher de Rio Branco, o evento reuniu empregados no auditório da Unidade e promoveu o debate em torno da atuação da mulher e das diferenças que ainda marcam as relações de gênero em diversos segmentos sociais.

Segundo a palestrante, Antônia Oliveira, representante do Conselho, a luta das mulheres por direitos é uma questão histórica e secular e o machismo ainda é um dos grandes vilões da desigualdade, por perpetuar o pensamento de que os homens são superiores em relação ao sexo feminino. Conceitualmente, machismo é a supervalorização das características físicas e culturais associadas ao sexo masculino em detrimento de uma suposta fragilidade feminina. 

“Uma das consequências mais nefastas desse processo é a violência materializada de diversas formas como imposição da vontade masculina. Quando acaba o poder de convencimento, o homem usa sua força física e os dados oficiais sobre violência no Brasil revelam isso. A cada cinco minutos uma mulher é espancada e a cada duas horas uma é assassinada por violência doméstica no País”, afirma.

A ativista destacou ainda conquistas femininas obtidas na década de 1980, como a criação dos Conselhos Estaduais dos Direitos da Mulher e Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, além da importância de se efetivar ganhos preconizados pela Constituição Federal envolvendo a igualdade para homens e mulheres. Também foram enfatizados ganhos relacionados à autonomia feminina no mercado de trabalho e a necessidade de maior conhecimento por parte das mulheres sobre seus direitos e de denunciar casos de agressão e assédio.

Tarde de lazer

Na quinta-feira, 9 de março, as mulheres da Unidade se reuniram no Restaurante Manto Verde para um almoço especial, com música ao vivo, bingo e brincadeiras oferecido pela sessão sindical local (Sinpaf Acre). Segundo a analista Rafaela Sales, presidente da Comissão de Qualidade de Vida no Trabalho e Clima Organizacional, o evento já virou tradição no calendário da Unidade e é uma forma de reconhecer o trabalho feminino e contribuir para melhor integração entre esse público. 

“Embora as mulheres representem apenas 24% da força de trabalho na Unidade, elas estão presentes em diversas áreas e contribuem de forma decisiva para o alcance de metas e objetivos institucionais. O envolvimento com as rotinas da empresa, muitas vezes dificulta a interação no dia a dia. Proporcionar atividades fora do contexto de trabalho ajuda a conhecer melhor as colegas e a fortalecer as relações”, diz. 

A realização de atividades voltadas para a promoção da saúde, interação social e estímulo à adoção de hábitos que favorecem a igualdade nas relações de trabalho e a qualidade de vida dos empregados integra o escopo de ações da Embrapa há vários anos. Além de eventos pontuais, no Acre a instituição realiza uma programação específica no Mês da Mulher. Em 2017 também será oferecida uma oficina, ministrada por profissionais da Semam. 

O órgão oferece uma diversidade de serviços, incluindo atendimentos de assistência social, psicológica e jurídica, voltados para mulheres que sofrem violência ou que vivem em situação vulnerável. Além disso, realiza ações de capacitação profissional para promoção e melhoria do processo de empoderamento da mulher na sociedade. “O objetivo é contribuir com a formação técnica e criar condições para a autonomia econômica e pessoal da mulher”, destaca Antônia Oliveira.

Sobre o Dia da Mulher

8 de março foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional da Mulher, em 1977. A data representa um momento para reforçar a sua importância na sociedade e fortalecer a mobilização social com base em ações com foco na garantia de direitos e redução da situação de discriminação e violência física, moral e psicológica que ainda é realidade para um grande número de mulheres. 

Instituições e movimentos sociais de diversas partes do mundo apoiam atividades para promoção da igualdade entre homens e mulheres e para melhoria das condições de trabalho, reconhecimento social, econômico e político. Em alguns estados brasileiros os eventos acontecem durante todo o mês de março com atividades informativas, culturais e reivindicações. No Acre, a Parada Internacional da Mulher (Global Women’s Strike) reuniu membros de movimentos feministas e sindicais, representantes políticos, funcionários públicos e sociedade em geral no dia 8 de março. O evento anual ocorre simultaneamente em diversos partes do País, em defesa do respeito e garantia de diretos para as mulheres. 

Para o analista Fabiano Estanislau, presidente da Comissão Local de Gênero, Raça e Diversidade é fundamental que as instituições promovam o debate em torno de assuntos que estão em evidência na sociedade, como o discurso e as práticas machistas, e incentivem a reflexão entre os empregados sobre tais questões. “Essa estratégia é importante para mudar a cultura organizacional e reduzir diferenças nas relações de gênero nas empresas. Muitas vezes esse processo acontece de forma tão velada que passa a ser naturalizado por homens e mulheres”, acrescenta.

 

Diva Gonçalves (Mtb-0148/AC)
Embrapa Acre

Telefone: (68) 3212-3250

Colaboração: Willy Lucena
Embrapa Acre

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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