Pesquisadora da Embrapa representa, em seu segundo mandato, Brasil e América Latina e Caribe no Painel Técnico Intergovernamental de Solos – ITPS da FAO em Roma, Itália
Pesquisadora da Embrapa representa, em seu segundo mandato, Brasil e América Latina e Caribe no Painel Técnico Intergovernamental de Solos – ITPS da FAO em Roma, Itália
Foto: ⓒFAO/Matteo Sala
Desta vez, além da reunião ordinária, faz parte da programação, o Simpósio Global sobre carbono Orgânico do Solo, organizado em conjunto pelo GSP/ITPS, IPCC e UNCCD.
Centenas de especialistas, cientistas, gestores de recursos naturais e acadêmicos estão participando esta semana de dois grandes eventos mundiais sobre solos: o Painel Técnico Intergovernamental de Solos, de 20 a 24 de março, e o encontro científico denominado Simpósio Global sobre Carbono Orgânico do Solo, de 21 a 23 de março, ambos sob a égide da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). A atual Chefe-Geral da Embrapa Cocais, Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin, expert em mapeamento digital de solos, é a representante do Brasil e América Latina e Caribe no ITPS, desde 2013. Participam dos eventos cerca de 500 pessoas das mais variadas regiões geográficas do mundo.
O ITPS é o corpo técnico da Aliança Mundial de Solo - AMS (Global Soil Partnership – GSP) da FAO, da qual a pesquisadora faz parte, constituído por 27 especialistas de solos do mundo em busca da gestão sustentável do solo nas diversas agendas de desenvolvimento sustentável. A principal função do ITPS é proporcionar assessoramento científico e técnico à Aliança frente aos principais problemas de solos no mundo e ainda, para atender a solicitações específicas por parte de instituições globais e regionais. O ITPS foi estabelecido durante a primeira Assembleia Plenária da Aliança Mundial pelo Solo, realizada na sede da FAO, em Roma, em 2013.
Maria de Lourdes lembra, com base no relatório da FAO apresentado no Simpósio, que os solos constituem a maior reserva de carbono terrestre. Quando manejados de forma sustentável, desempenham papel fundamental na adaptação e mitigação das mudanças climáticas e na produção de serviços ecossistêmicos, armazenando carbono (sequestro de carbono) e diminuindo as emissões de gases de efeito estufa para a atmosfera. Além disso, os solos com alto teor de carbono orgânico são mais férteis e produtivos e atuam na purificação da água e são fonte de biodiversidade.
Por outro lado, continua a pesquisadora, quando o solo é mal manejado ou degradado (situação que atinge um terço dos solos no mundo!), o carbono sequestrado e outros gases de efeito estufa resultantes da degradação são reliberados de volta para a atmosfera. Além disso, na presença de alterações climáticas e perda de biodiversidade, os solos tornaram-se um dos recursos mais vulneráveis do mundo. Isso significa que o reservatório de carbono do solo da Terra poderia liberar quantidades maciças de gases de efeito estufa para a atmosfera, ou sequestrar mais deles, dependendo do manejo que se dá a eles, vis-à-vis suas características intrínsecas.
Simpósio – O evento tem o objetivo de contribuir com os esforços para a gestão sustentável do solo e a inversão da degradação da terra e, consequentemente, a adaptação às mudanças climáticas, o desenvolvimento sustentável global e o combate à fome e à desnutrição. Para tal, busca alternativas para a preservação do carbono orgânico do solo e recarbonizarão de solos degradados. Clique para baixar a agenda do evento.
Os três temas principais do Simpósio são: medição, mapeamento, monitorização e relatórios SOC; manutenção e / ou aumento das reservas de SOC (fomentar o sequestro SOC) para a mitigação e adaptação às alterações climáticas e neutralidade da degradação do solo; e, o foco especial, a gestão de SOC em solos com alto SOC - turfeiras, permafrost e solos negros. A pesquisadora participou como Moderadora de uma Sessão do Tema 1.
ⓒFAO/Matteo Sala
Participaram, entre outros, da abertura do evento: Monique Barbut, Secretária Executiva da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD) e Abdalah Mokssit, Secretária do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPPC). Kamernu Vella, o Comissário da UE para o Ambiente, Stéphane Le Foll, a Ministra francesa da Agricultura, Agroalimentar e Florestal, Elena Manaenkova, Secretária-Geral Adjunta da Organização Meteorológica Mundial (OMM) dirigem-se ao público através de vídeo.
O Simpósio foi co-organizado pela FAO, pelo IPCC, pelo Painel Técnico Intergovernamental sobre os Solos (ITPS), pela UNCCD-SPI, pela Global Soil Partnership e pela OMM e está sendo financiado pela Comissão Europeia e pelos governos da Suíça e da Islândia.
Mais documentos disponíveis – Segundo alerta a publicação Carbono Orgânico do Solo: O Potencial Oculto, danos aos estoques de carbono do solo pelo mau manejo do solo dificultará os esforços para limitar o aumento da temperatura global e evitar o aumento das inundações, secas e outros impactos das mudanças climáticas.
Para ajudar a abordar barreiras técnicas e institucionais e fornecer informações importantes sobre como reverter as tendências negativas das perdas orgânicas do solo, sugere-se leitura sobre As Diretrizes Voluntárias da FAO para o Manejo Sustentável de Solos recentemente endossadas.
Sobre a FAO - A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) é a agência especializada do Sistema ONU que trabalha no combate à fome e à pobreza por meio da melhoria da segurança alimentar e do desenvolvimento agrícola. Criada em 1945, a FAO também atua como fórum de negociação para debater políticas e impulsionar iniciativas ligadas à erradicação da fome e da insegurança alimentar.
Para isso, a Organização trabalha em parceria com outras agências das Nações Unidas, organismos internacionais diversos bem como governos nacionais. Atualmente a FAO tem 191 países-membros, mais a Comunidade Europeia. A sede central é em Roma, Itália, e a rede mundial compreende cinco escritórios regionais e 78 escritórios nacionais.
Entre as ações realizadas pelo escritório da FAO no Brasil, desenvolvidas em parceria com o Governo brasileiro, podem ser citados o Programa Fome Zero, o Programa Nacional de Florestas (PNF), o Programa de Organização Produtiva de Comunidades (PRODUZIR), o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), entre outros.
Flávia Bessa (MTB 4469/DF)
Embrapa Cocais
flavia.bessa@embrapa.br
Telefone: (98) 3878-2222
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/