Instituições buscam conservar e normatizar o uso das palmeiras nativas no RS
Instituições buscam conservar e normatizar o uso das palmeiras nativas no RS
Foto: Paulo Lanzetta
A Fazenda São Miguel, em Tapes,RS é modelo de promoção de uso sustentável dos butiazais para que as futuras gerações tenham acesso aos benefícios dessa planta nativa, que se estabelece tradicionalmente no Sul do Brasil
Reunião entre Embrapa e SEMA dá início ao plano de trabalho a ser desenvolvido em cinco anos no Estado e que vai fortalecer a Rota dos Butiazais.
A Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) assinou, em dezembro de 2016, um acordo de cooperação técnica com a Secretaria Estadual do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (SEMA) visando a promoção do uso sustentável como ferramenta de conservação de palmeiras nativas do Rio Grande do Sul. Para dar encaminhamento às atividades, foi realizada uma reunião nesta terça-feira, 21 de março, nas dependências da Embrapa, na qua foi discutido um plano de trabalho. O acordo de cooperação terá cinco anos de duração e surgiu para fortalecer as ações do projeto da Rota dos Butiazais - iniciativa que busca consolidar uma rota turística de valorização da biodiversidade associada aos butiazais no Sul do Brasil e em países vizinhos, como Uruguai e Argentina - além, de estabelecer um vínculo com a geração de políticas públicas.
Segundo a pesquisadora Rosa Lia Barbieri o projeto é uma forma de incentivar a conservação e o uso sustentável de butiazais do Rio Grande do Sul. "Nossa preocupação reside em preservar as espécies de frutas nativas, como é o caso, do butiá", fala Lia. Para ela, esse trabalho busca fundamentar o manejo e a conservação de várias espécies de butiá que ocorrem no Sul do Brasil. Há vários parceiros nesse trabalho, incluindo instituições públicas, privadas,ONGs, agricultores e extrativistas.
Entre as metas do acordo de cooperação estão a promoção do uso das plantas nativas como o butiá, para que sejam preservadas para as futuras gerações." Queremos promover ações práticas que possam ser aplicadas à conservação de espécies de palmeiras nativas no Estado", comentou o pesquisador, também envolvido no projeto, Ênio Sosinski. Estão programadas ações de manejo dos ecossistemas de butiazais e de educação ambiental. "O manejo desses ecossistemas é importante para regenerar as populações naturais das palmeiras, associando a conservação e o desenvolvimento econômico", diz Ênio.
Com base nas informações geradas pela pesquisa da Embrapa, a SEMA deverá normatizar o extrativismo de folhas e frutos de butiá, a produção de mudas de butiá e a comercialização de produtos. A regularização de ações de repovoamento de áreas com butiazais no Rio Grande do Sul também está a cargo da SEMA. "No Rio Grande do Sul havia butiazais que foram substituídos pela expansão das lavouras e de áreas urbanas, alerta o técnico da SEMA, Leonardo Urruth.
Para alcançar essas metas do acordo de cooperação, o grupo de trabalho está planejando fazer oficinas, vídeos promocionais do manejo e uso sustentável dos butiazais e da sua importância para o Bioma Pampa, além de artigos técnicos.
Participaram desta reunião de trabalho os pesquisadores Ênio Sosinski e Rosa Lia Barbieri pela Embrapa e os técnicos do Departamento de Biodiversidade da SEMA, Leonardo Urruth e Silvano Martens.
A conservação
Com a intensa alteração do uso do solo e o aumento da pressão sobre a biodiversidade é preciso esforços de conservação no Estado gaúcho. Esses esforços devem priorizar espécies que constam em listas oficiais de ameaça de extinção, o que ocorre com várias espécies de palmeiras nativas como as do gênero Butia. Para os pesquisadores da Embrapa a conservação dessa biodiversidade não se dá apenas na forma de criação de áreas protegidas, mas também na forma de adequação das atividades produtivas à conservação em remanescentes naturais ocorrentes em propriedades privadas.
"A Embrapa possui expertise em pesquisa aplicada com manejo e promoção do uso sustentável de espécies de butiá, e também no fomento ao uso de frutas nativas do Rio Grande do Sul, ao fornecer a base científica necessária para tomada de decisões em ações de conservação, o que deverá contribuir nas ações de controle e normatização do seu uso, definindo procedimentos de manejo, certificação ambiental de produtores, e a restauração e conservação através do uso sustentável da flora nativa", ponderou Leonardo Urruth.
Cristiane Betemps (MTb 7418/RS)
Embrapa Clima Temperado
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