Representantes de instituições governamentais e da sociedade civil no Acre reuniram-se para discutir uma agenda de ações do projeto “Process-based management of Diversity Generates sustainable Yield” (Prodigy), aprovado junto ao Ministério de Educação e Pesquisa da Alemanha, em dezembro de 2016.  A iniciativa busca alternativas para conciliar os diferentes usos da terra com sustentabilidade ambiental, econômica e social na região da tríplice fronteira denominada MAP (Madre de Deus (Peru), Acre (Brasil) e Pando (Bolívia).

Coordenado pelo pesquisador Prof. Dr. Hermann Jungkunst, da Universidade de Koblenz-Landau,  o projeto conta com a parceria da Embrapa Acre e outras instituições do Brasil, Peru e Bolívia. Entre as atividades que serão desenvolvidas estão o intercâmbio e integração de estudos e pesquisas nas áreas de biologia, ecologia, modelagem, economia ambiental, geoecologia, ciências políticas, ciência do solo e do clima.  A Embrapa vai atuar com pesquisas nas áreas de manejo florestal, sistemas agroflorestais, zoneamento pedoclimático, mapeamento de solos e vegetação, bem como dinâmica de gases de efeito estufa e balanço de carbono em sistemas de produção agropecuários.

O processo de construção da proposta começou em maio de 2015 com a realização de um workshop na Embrapa Acre. Segundo a chefe de Transferência de Tecnologia, Patrícia Drumond, articuladora Internacional da Unidade, é um projeto transdisciplinar e multi-institucional com duração inicial de três anos, podendo ser renovado por mais três anos.  “Teremos sete anos de trabalho em parceria, incluindo o ano de elaboração do projeto. O envolvimento de todos os parceiros no planejamento das ações será fundamental para uma boa execução das atividades ”, comenta.

Segundo o chefe geral da Embrapa Acre, Eufran Amaral, o projeto beneficia as pesquisas na região do MAP. Ele destaca a proposta como uma grande oportunidade para criar uma rede de pesquisa e compartilhar conhecimento. “Ainda que existam diferenças sociais, culturais e econômicas entre os países, estamos inseridos no mesmo bioma: a Amazônia Sul Ocidental. O resultado desses estudos possibilitará a elaboração de estratégias comuns para esse território, por isso é fundamental unir esforços", afirma.

A pesquisadora do Instituto de Estudos Latino Americanos da Universidade de Berlin, Regine Schönenberg, ressalta que o trabalho em cooperação com a sociedade civil e a população local é fundamental para o desenvolvimento das atividades. Para definir as linhas de pesquisa e a escolha compartilhada das áreas para a realização dos estudos, será realizado um workshop, ainda esse ano, com instituições da tríplice fronteira parceiras do projeto. “O primeiro desafio foi reunir profissionais de diferentes áreas e países.  A próxima etapa é construir um banco de dados com informações geradas sobre a região do MAP e tornar a execução do projeto o mais transparente possível”, explica.

Participaram da reunião representantes da Universidade de Berlim, Embrapa, Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), Universidade Federal do Acre (Ufac), Instituto de Mudanças Climáticas do Acre (IMC), WWF-AC e Grupo de Pesquisa e Extensão em Sistemas Agroflorestais do Acre (Pesacre). O evento foi realizado em Rio Branco (AC), na quinta-feira (23),  na sede da  Sema.

Soberania Alimentar

Outro projeto com foco na Soberania Alimentar, sob a liderança da pesquisadora Regine Schönenberg,  foi aprovado pelo Ministério de Educação e Pesquisa da Alemanha. A proposta contempla a realização de um workshop no Rio de Janeiro ainda em 2017 para criação de uma rede internacional de estudos e pesquisas.  “É um tema que envolve uma diversidade de atores e interesses. É preciso incentivar o diálogo entre todos os envolvidos. Precisamos nos unir se quisermos alimentos de qualidade, saudáveis e com preço justo”, comenta Schönenberg.  A pesquisadora da Embrapa Acre, Cleísa Cartaxo, e o coordenador geral do Pesacre, Eduardo Amaral, participam do projeto com outros representantes de instituições brasileiras.