18/04/17 |   Agricultura familiar  Transferência de Tecnologia

Comitiva da Guiana Francesa conhece sistemas agropecuários sustentáveis para Amazônia

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Foto: Ronaldo Rosa

Ronaldo Rosa - Alunos da Guiana Francesa conhecem sistema de produção de tambaqui

Alunos da Guiana Francesa conhecem sistema de produção de tambaqui

Para conhecer experiências exitosas em tecnologias sustentáveis em diversos sistemas de produção animal e vegetal na Amazônia brasileira, uma comitiva de estudantes da Guiana Francesa, território francês que integra a Pan-Amazônia, realiza visita técnica junto a Embrapa Amazônia Oriental. Bubalinocultura, piscicultura, produção orgânica de hortaliças e Sistemas Agroflorestais (SAFs) estão entre os temas que trouxeram o grupo ao Brasil numa visita que vai durar cerca de uma semana e percorrer diversos municípios da região metropolitana de Belém, nordeste paraense e arquipélago do Marajó.

O trabalho de intercâmbio começou no dia 14 de abril, com deslocamento de Belém para o município de Salvaterra, no Marajó. No local, os estudantes, futuros agricultores e administradores agrícolas, puderam conhecer o Campo Experimental do Marajó e o Banco Ativo de Germoplasma Animal (Bagam), no qual a Embrapa desenvolve projetos de conservação de recursos genéticos e sistemas produtivos com búfalos. O município de Cachoeira do Arari, uma das principais bacias leiteiras bubalina do arquipélago, também integrou o roteiro, com fazendas produtores de leite e queijo do Marajó, comunidade do Retiro Grande.

Na segunda-feira (17), o grupo visitou a sede da Embrapa em Belém, além da estação de piscicultura, no qual aprenderam um pouco sobre a criação de tambaqui em cativeiro e uma propriedade de horticultura orgânica no município de Benevides.

A comitiva integra o Centro de Formação, Preparação e Promoção Agrícola (CFPPA) da cidade de Matiti, distante cerca de 40 quilômetros de Caiena, capital da Guiana Francesa. A professora Margaux Llamas, que acompanhava os alunos, explicou que o curso tem duração de cerca de 10 meses e ao final, os alunos estarão habilitados a requerer terras e outros incentivos à produção agrícola destinados pelo governo francês na Guiana.

As boas-vindas à Embrapa foram dadas pelo chefe-adjunto de Transferência e Tecnologia, Silvio Brienza Júnior. Ele explicou que esse intercâmbio de conhecimentos entre Amazônia brasileira e Guienense também reforça a missão da Embrapa que é de promover tecnologias sustentáveis para a região, visto que, embora o Pará e Guiana Francesa tenham histórias de ocupação e culturas diferentes, compartilham o mesmo bioma amazônico.

Expectativas de impulsionar a produção na Guiana Francesa

Os alunos são oriundos de diversos municípios da Guiana, com diferentes origens e interesses a partir do curso agrícola. Alguns são filhos de agricultores e pretendem levar o conhecimento adquirido na formação para seguir e aprimorar a tradição familiar, outros, buscam uma nova carreira e nichos de mercado.

A filha de agricultores Liliane Va, de 27 anos, é descente de comunidades de Mongóis que migraram para a Guiana. A família dela cultiva citros e hortaliças e ela pretende, a partir do curso, continuar com a atividade agrícola, porém com novas técnicas e uma terra própria que esperar acessar após a conclusão do curso.

Entre os alunos que visitam o Pará estava o paraense Luan Lima de Abreu, de 26 anos. Luan se mudou com a família para o país vizinho quando tinha apenas seis anos e hoje, mesmo com mestrado na área de informática, decidiu buscar uma nova profissão, na qual ele pudesse, ao mesmo tempo, matar as saudades dos sabores paraenses e estimular um novo mercado na Guiana, com a produção e comercialização de frutas da Amazônia paraense.

Para o estudante, conhecer os sistemas de produção preconizados pela Embrapa e experiências de sucesso de produtores locais é essencial para formação do grupo. “Na Guiana, grande parte das tecnologias agrícolas utilizadas vieram na Europa, que possuem clima e solo totalmente diferentes do bioma amazônico. A experiência da Embrapa vai nos ajudar a dar um novo direcionamento na produção, com sistemas mais adaptados à nossa realidade”, avalia Luan.

A visita técnica segue até o dia 21 de abril. Nesta terça-feira (18), o grupo segue para o município de Tomé-Açu, onde permanece até o dia 20, e no qual visitarão produtores ligados à Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta), para conhecer diversas modelagens de SAFs com baunilha, dendê, frutíferas, além do processamento de frutas e criação de pequenos animais.


 

Kélem Cabral (MTb 1981/PA)
Embrapa Amazônia Oriental

Telefone: (91) 3204-1099

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/