Nesta quarta-feira (15), na cidade de Água Preta, região da Mata Sul de Pernambuco, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) foi homenageada pelo trabalho de pesquisa e desenvolvimento que vem sendo conduzido em Unidades Experimentais Participativas com a cultura da banana na Zona da Mata pernambucana. O evento foi organizado pelos agricultores familiares do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo (MTC), com o apoio da Prefeitura Municipal. O pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) e coordenador do projeto, Josué Francisco da Silva Junior, lotado na Unidade de Execução de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Solos, no Recife, recebeu a homenagem do presidente do MTC, Emanoel Ferreira da Silva, ao lado do Gerente Regional do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Lauro Teles, e de representantes do Núcleo de Articulação e Fomento para o Desenvolvimento Sustentável da Zona da Mata de Pernambuco (NAF). Além da Embrapa Tabuleiros Costeiros, o trabalho da Embrapa na Zona da Mata de Pernambuco envolve a Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA) e Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ), com o apoio do NAF e do IPA. A pesquisa pretendeu aperfeiçoar o sistema de produção da cultura implantando uma metodologia de avaliação de forma participativa, que visa à introdução de variedades melhoradas de bananeira, em conformidade com a realidade e a necessidade de cada família agricultora. O evento foi realizado no convento de Nossa Senhora do Sagrado Coração e prestigiado por líderes comunitários das associações de agricultores dos Engenhos Venturoso, Vida Nova, Canoa Rachada, Camurim Grande, Ourives, Palmeiras, Altinho e Florescente; pelo presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável de Água Preta, Nivaldo Correia e sua diretoria; representantes da prefeitura, extensionistas rurais e agentes de desenvolvimento. Publicação Na ocasião também foi devolvido aos agricultores da região o resultado do trabalho, sendo disponibilizado o documento "Avaliação participativa de variedades de bananeira em áreas de agricultura de base familiar na Zona da Mata de Pernambuco", de autoria de Josué Francisco da Silva Junior, Ana da Silva Lédo, Edson Perito Amorim, Raquel Fernandes de Araújo Rodrigues e José Gouveia de Figueiroa. A publicação, que integra a Base de Dados da Pesquisa Agropecuária (BDPA), é fruto do trabalho coletivo entre pesquisadores, técnicos e agricultores em prol de uma das mais importantes regiões produtoras de banana do Nordeste do Brasil, que é a Zona da Mata de Pernambuco. Para enriquecer a publicação com um toque artístico especial, a capa do documento traz a ilustração da pintura "A colheita da banana", do artista pernambucano Jader Cysneiros, residente de Cortês. O documento foi lançado como parte das comemorações da Embrapa no Ano Internacional da Agricultura Familiar. Segundo Josué Francisco, uma das maiores respostas deste trabalho foi a rápida socialização dos resultados e a irradiação das variedades para outros agricultores do entorno das Unidades de Experimentação Participativa. "Devido à grande procura por material de propagação, muitos agricultores mostraram interesse em ampliar a área com as variedades melhoradas, visando não apenas à produção, mas também à distribuição de mudas para os vizinhos", revela. As pesquisas com a cultura da banana vêm sendo desenvolvidas pela Embrapa Tabuleiros Costeiros na Zona da Mata de Pernambuco desde 2004, em parceria com a Embrapa Mandioca e Fruticultura, a Embrapa Solos – UEP Recife, o IPA e o NAF. Alguns avanços foram alcançados, como a recomendação de variedades de bananeira mais produtivas e resistentes às principais doenças, que contribuíram para a melhoria do Sistema de Produção de Banana para a Zona da Mata de Pernambuco, lançado pela Embrapa e IPA, em 2010. Os trabalhos realizados pela Embrapa na área já proporcionaram, também, a publicação da Árvore do Conhecimento (AC) sobre o Território da Mata Sul Pernambucana, que teve Josué como editor. A árvore é um repositório digital acessível a todos gratuitamente, que reúne todos os conhecimentos científicos gerados sobre o território. A navegação pode ser feita em formato hiperbólico de acesso aos documentos e arquivos, o que lembra a copa de uma árvore.