Técnicos da extensão rural e representantes governamentais e de associações de produtores rurais dos municípios de Marechal Thaumaturgo e Porto Walter participaram de reuniões, no início de outubro, para discutir o processo de implementação da Indicação Geográfica (IG) da farinha de Cruzeiro do Sul e sua importância para a região.

A atividade  faz parte do projeto  "Indicações Geográficas", que está sendo executado pelo Sebrae Acre em parceria com a Embrapa. O objetivo é apoiar a solicitação da IG da farinha de mandioca de Cruzeiro do Sul. 

A primeira reunião aconteceu em Marechal Thaumaturgo, no escritório da Seaprof.  Durante a palestra sobre a IG da farinha de Cruzeiro do Sul, os participantes consideraram justa a abrangência do projeto, que envolve quatro municípios do Território da Cidadania do Vale do Juruá (TCVJ): Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Rodrigues Alves.

O representante da Seaprof, Antônio Silva, acrescentou que Marechal Thaumaturgo produz 50 toneladas de farinha por safra. "Embora a farinha tenha o nome de Cruzeiro, Marechal Thaumaturgo tem grande tradição na produção de uma farinha de qualidade e essa é uma atividade muito importante na economia do município", comentou.

Já o secretário municipal de agricultura, José Maria Bezerra, ressaltou que o modo do preparo da farinha é um patrimônio dos agricultores. "É preciso zelar por esse patrimônio que vem sendo passado de geração a geração", comentou.

Em Porto Walter, o evento aconteceu na sede da Prefeitura do município.  A secretária municipal de agricultura, Ana Paula Melo de Souza, ressaltou a importância da IG para a organização da cadeia da farinha de mandioca no município, principalmente, com relação ao padrão de qualidade da farinha. "Em Porto Walter, produzimos uma excelente farinha, no entanto, há necessidade de ajustar as casas de farinha aos padrões de qualidade na fabricação do produto", disse.

Indicação Geográfica

O processo de obtenção do registro de Indicação Geográfica para a tradicional farinha de mandioca produzida no Vale do Juruá está na reta final. No início de outubro, representantes do Sebrae, Embrapa e Governo do Estado estiveram no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) para uma pré-avaliação da documentação. Palmira Oliveira, da Seaprof, Murielly Nóbrega, do Sebrae, e a coordenadora do projeto na Embrapa, Joana Souza, apresentaram o relatório para representantes do Inpi no Rio de Janeiro. O próximo passo é digitalizar toda a documentação para fazer o pedido de reconhecimento eletrônico e depois encaminhá-la oficialmente ao Inpi.