24/10/14 |   Agroindústria  Comunicação

Agricultores conhecem tecnologias da Embrapa Agroindústria de Alimentos

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Foto: Aline Bastos

Aline Bastos - A pesquisadora Renata Torrezan fala sobre conservas vegetais para agricultores familiares de Magé/RJ

A pesquisadora Renata Torrezan fala sobre conservas vegetais para agricultores familiares de Magé/RJ

Cerca de 200 agricultores familiares, técnicos de extensão rural e assistência técnica, representantes de órgãos governamentais e não governamentais relacionados com a agricultura e agroindústria familiar dos Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais estiveram presentes na Exposição de Tecnologias, Equipamentos e Serviços para a Agroindústria Familiar da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro, RJ), promovida durante a Semana de Ciência e Tecnologia.

O principal objetivo do evento foi apresentar tecnologias desenvolvidas pela Embrapa que possam ser apropriadas por agricultores familiares e pequenos empreendedores agroindustriais, rurais ou urbanos. O encontro também se propôs a fortalecer e ampliar as parcerias com organizações públicas, do terceiro setor e da agricultura familiar para o desenvolvimento de ações e projetos de pesquisa e de transferência de tecnologia. "Alguns visitantes vieram com interesse em conhecer a Embrapa e os trabalhos de pesquisa de uma maneira geral; outros tinham interesses mais específicos, direcionados para aquelas atividades que já desenvolvem. É o caso, por exemplo, de agricultores agroecológicos que buscam tecnologias para conservação de alimentos in natura e processados para atender as exigências legais", afirma Mauro Pinto, pesquisador da área de Transferência de Tecnologia, que apoiou a organização do evento liderado pelo Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO). "O evento é realizado há dez anos na Unidade. Este ano, em consonância com o tema 'Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social', e em comemoração ao Ano Internacional da Agricultura Familiar, vimos a oportunidade de conjugar esforços e promover um evento com foco no produtor e em instituições relacionadas à agricultura familiar", afirma Luciana Leitão, supervisora do NCO da Unidade.

Nas estações montadas nas plantas-piloto de processamento de alimentos, os participantes conheceram o processo de desidratação de frutas e secagem de grãos, produção de conservas vegetais, produtos de panificação com batata-doce biofortificada e processamento mínimo de milho verde. Nessas ocasiões, o conhecimento científico pode se aliar à tradição local. "É muito prazeroso poder ajudar com informações simples e úteis. E sempre aprendemos quando nos encontramos com agricultores familiares. Nesses momentos, é possível resgatar o conhecimento prático e incorporar ao método científico. Por exemplo, aprendi que algumas partes descartadas do milho verde durante o processamento mínimo pode compor um mix de legumes para um cozido", conta o pesquisador Marcos Fonseca da Embrapa, especialista em processos de pós-colheita.

Durante o período de visitação às estações, técnicos e pesquisadores puderam conversar com os agricultores, conhecer suas atividades produtivas e mapear o interesse por determinados conhecimentos e tecnologias geradas pela Embrapa. A produtora rural, Fátima Araújo, do sítio Nosso Sonho, de Itacuruçá, distrito do município de Mangaratiba (RJ), pretende começar a aproveitar o excedente de sua plantação de pimenta para a produção de conservas. "Vou buscar mais informações sobre o assunto, mas tive essa ideia durante a apresentação de produção de conservas vegetais não fermentadas aqui na Embrapa", conta. Já o produtor rural Paulo Teixeira, de 88 anos, do município de Magé (RJ), aproveitou uma ideia que teve em visita realizada à Embrapa na década de 80, e contou empolgado: "Conheci aqui um equipamento para desidratação de frutas ativado por lâmpadas. Tive a ideia de colocar um aquecedor ligado a um ventilador. A máquina era aquecida até uma determinada temperatura controlada por um termômetro e até hoje está funcionando". Neto de dinamarquês, o agricultor já disseminou essa e outras invenções entre produtores e técnicos de extensão rural do estado do Rio de Janeiro.

 

Novas oportunidades

Na palestra de abertura do evento, Lourdes Cabral, chefe-geral da Embrapa Agroindústria de Alimentos, ressaltou: "É fundamental essa troca de experiências entre pesquisadores e agricultores. Estamos abertos a ouvir as demandas apresentadas pelos agricultores, pois são importantes para direcionar o nosso trabalho de pesquisa e transferência de tecnologia". A partir das demandas identificadas durante a realização na Exposição de Tecnologias, Equipamentos e Serviços para a Agroindústria Familiar, pesquisadores e técnicos da Embrapa pretendem levantar oportunidades de financiamento com agências de fomento para projetos de pesquisa e de transferência de tecnologia, ligados à pós-colheita e ao processamento de alimentos. Nesse sentido, a Rede Carioca de Agricultura Urbana, que atua na região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro, já sinalizou interesse em participar de projetos em conjunto voltados para redução de perdas pós-colheita e segurança dos alimentos orgânicos para a merenda escolar, com vistas a atender as exigências do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

Aline Bastos (MTB 31.779/RJ)
Embrapa Agroindústria de Alimentos

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