Dia de campo divulga variedades de banana no RS
Dia de campo divulga variedades de banana no RS
Na quarta-feira, 5 de novembro, a partir das 9h, a Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater/RS) realizam um dia de campo regional sobre banana, na comunidade de Chapecozinho, em Morrinhos do Sul (RS). O evento conta com o apoio da Multiplanta e da Campo Biotecnologia Vegetal, biofábricas com contrato de licenciamento, multiplicação e comercialização, que vão distribuir mudas aos presentes.
A ação de transferência de tecnologia está associada com o chamado "pós-melhoramento", que é momento de acompanhar a inserção de uma cultivar no mercado, identificando oportunidades para a adoção. "Nossa expectativa é consolidar as cultivares BRS Platina e BRS Princesa como opções de cultivo para o litoral norte do Rio Grande do Sul. Além disso, esta será a primeira ação após a recomendação oficial das cultivares para a região", explica o pesquisador Edson Perito Amorim, líder do programa de melhoramento genético de bananeira da Embrapa, iniciado em 1976 e responsável pela recomendação das duas principais cultivares utilizadas pelos agricultores brasileiros – ‘Prata Anã' e ‘Pacovan', além de outras dez cultivares.
Localizado no litoral norte do estado, Morrinhos do Sul foi escolhido por ser o maior produtor de banana do Rio Grande do Sul, com produção média de 27.600 toneladas/ano. Morrinhos do Sul, Três Cachoeiras (produção média de 25.937 toneladas/ano), Mampituba (20.533 toneladas/ano) e Dom Pedro de Alcântara (10.000 toneladas/ano) contribuem com 76% da produção total gaúcha. A produção não é irrigada, uma vez que o regime de chuvas não é limitante. "É uma região de pequenos produtores, que cultivam a banana em áreas de aclive, com dificuldade de acesso, fato que limita o uso de tecnologia, mas há um período de frio durante o inverno, que leva ao aumento na doçura da fruta, aumentando a qualidade sensorial", salienta Amorim.
Programação
Segundo José Osmar Munari, técnico da Emater-RS e um dos organizadores do evento, a previsão é de 500 a 600 participantes. "Convidamos basicamente grupos de bananicultores de diversos municípios da nossa região. Embora em propriedades diferentes, as estações são bem próximas uma da outra", explica.
O dia de campo vai estar dividido em três estações simultâneas (Diferentes cultivares de bananas resistentes a doenças, Manejo sustentável do bananal e Climatização da fruta para uma boa apresentação) apresentadas, respectivamente, pelos pesquisadores Edson Amorim, Zilton Cordeiro e Márcio Canto. Ao final, os participantes vão ser levados a um espaço de convivência com várias atividades como artesanato à base de fibra de bananeira, gastronomia, comercialização (grupos de venda direta), associativismo, certificação de produção orgânica, e lanche com produtos à base de banana e suco natural.
Variedades
Após a avaliação do ensaio nacional de genótipos promissores de banana, instalado em 2007, a BRS Platina e BRS Princesa foram as que melhor se adaptaram à região litoral norte do Rio Grande do Sul. "Foram testados mais de 23 genótipos e 13 cultivares foram selecionadas. Após esta seleção instalamos novas áreas de observação que levaram à recomendação das duas cultivares, eleitas pelos produtores e técnicos", explica Amorim
Do tipo Prata e resistente à Sigatoka-amarela e ao mal-do-Panamá – duas das principais doenças da cultura – a BRS Platina apresenta bom perfilhamento, porte médio e características, tanto de desenvolvimento quanto de rendimento, idênticas às da ‘Prata Anã'. Os frutos também parecem com os dessa cultivar em forma, tamanho e sabor, porém devem ser consumidos com a casca um pouco mais verde, à semelhança das variedades do subgrupo Cavendish. Além disso, deve ser colhida de acordo com o mesmo manejo adotado para Cavendish. A variedade foi desenvolvida pela Embrapa Mandioca e Fruticultura em parceria com a Unidade Regional Norte de Minas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – Epamig (Nova Porteirinha, MG) e com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (Guanambi, BA).
Já a BRS Princesa foi lançada inicialmente para a região dos Tabuleiros Costeiros e recomendada recentemente para o Sul do país. A maioria de suas características, tanto de desenvolvimento quanto de produtividade, é semelhante e/ou superior à variedade ‘Maçã', em escassez no mercado devido à suscetibilidade a essa doença. Seu diferencial é a tolerância ao mal-do-Panamá – causado pelo fungo Fusarium oxysporum f. sp. cubense (Foc), que acomete principalmente a banana ‘Maçã', inviabilizando quase que totalmente o cultivo dessa variedade nos dias atuais. Outra vantagem é a produção de frutos menores, que são preferidos pelo mercado. A BRS Princesa foi desenvolvida pela Embrapa Mandioca e Fruticultura e também avaliada pela Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE).
Léa Cunha (DRT-BA 1633)
Embrapa Mandioca e Fruticultura
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