09/05/17 |   Agricultura familiar  Manejo Integrado de Pragas

Pesquisadores realizam visita técnica para averiguar e propor soluções à praga de gafanhotos no Marajó (PA)

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Foto: Jocimar Mendonça/Emater

Jocimar Mendonça/Emater - Gafanhotos atacam as lavouras de mandioca no Marajó

Gafanhotos atacam as lavouras de mandioca no Marajó

Cientistas da área de entomologia da Embrapa chegam nesta quarta-feira, 10, Portel (PA) para reunião técnica de três dias que irá avaliar um surto de gafanhotos que atinge diversos municípios do arquipélago do Marajó. Os insetos têm atacado lavouras de mandioca, assustando moradores, trazendo prejuízos econômicos, além de riscos ao meio ambiente e saúde da população, com o uso inadequado de inseticidas e outros defensivos.  A cultura da mandioca é uma das bases da economia na região.

O pedido de socorro foi feito pela prefeitura de Portel, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sede), que articulou uma força tarefa junto a Emater e Adepara, e procurou a Embrapa para tentar entender e propor soluções de controle dos insetos. Relatos da secretaria informam que diversas comunidades rurais foram atacadas e lavouras inteiras dizimadas. A infestação teria provocado pânico entre os agricultores resultando no uso sem controle de inseticidas e outros produtos químicos o que preocupa as autoridades por não causar controle adequado dos gafanhotos, além do risco de contaminação dos rios e impactos no meio ambiente e na saúde da população que depende diretamente da água dos rios, conforme explicou Nogueira Júnior, diretor de agricultura da Sede.

Os pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental Aloyséia Noronha e Roni de Azevedo,  especialistas em controle de pragas, seguem para região, onde atuarão para identificar a espécie que está atacando as lavouras e traçar estratégias de enfrentamento, por meio de palestras e práticas em campo para os técnicos, agricultores e lideranças comunitárias da região.

Segundo os pesquisadores, técnicos da Emater e da prefeitura enviaram relatórios e fotos das infestações, mas os cientistas alertam que é precipitado tentar identificar uma espécie de inseto apenas por imagens e relatos e se faz necessária uma visita técnica para coleta dos gafanhotos e ainda avaliar a real extensão da infestação e, junto aos técnicos e agricultores da região, analisar e por em prática as melhores formas de manejo integrado de pragas para o controle em lavouras de mandioca.

Para isso, os pesquisadores participam de uma intensa agenda durante três dias que irá envolver reuniões com técnicos dos municípios de Portel, Breves, Melgaço e Bagre, todos atingidos pela infestação, visita na comunidade do rio Acutipereira, distante cerca de 25 km da sede do município e uma das mais atingidas pelo ataque dos insetos, além de palestras e práticas de campo.

De acordo os pesquisadores, a programação conta ainda com palestras sobre o controle integrado de pragas, que vai abordar técnicas para tentar minimizar a ocorrência e danos de insetos-praga, envolvendo uso de variedades de mandioca mais resistentes, rotação de culturas, favorecimento do controle biológico e controle químico quando necessário, usando produtos mais eficientes e seletivos aos inimigos naturais. Além de uma parte prática sobre o uso correto e seguro de agrotóxicos, com demonstração de regulagem e calibração de pulverizador costal.

Ataque de gafanhotos compromete a produtividade

Os pesquisadores Aloyséia Noronha e Roni de Azevedo explicaram que o ataque de gafanhoto e outros insetos-praga comprometem diretamente a produtividade da cultura atingida. No caso da mandioca, na qual os insetos se alimentam das folhas da planta, prejudica o processo de fotossíntese, que é essencial ao desenvolvimento das raízes.

Em Portel, a mandioca é a principal cultura econômica e alimentar da região, conforme explicou o técnico Jocimar Mendonça, responsável pela Emater no município. “A base econômica é o extrativismo e a mandioca, que além de renda, garante segurança alimentar à população”, explicou. Ainda de acordo com Jocimar, a Emater tem acompanhado casos de ataques de gafanhoto desde 2008, mas em casos isolados e de menor intensidade, e nunca havia registrado tamanha infestação como a de agora. “Lavouras já foram dizimadas e os enxames de insetos já atingem diversas comunidades e também há registros de ataques nos municípios de Bagre, Melgaço e Breves”, enfatizou o técnico.

As autoridades esperam que por meio da visita técnica seja possível descobrir formas imediatas de controlar o avanço dos insetos, mas também discutir soluções tecnológicas manejo para a prevenção e controle de futuras lavouras e ainda fortalecer uma parceria com a Embrapa para estimular outros cultivos, como hortaliças e frutas e assim diversificar a produção, estimulando a economia da região.

Kélem Cabral (MTb 1981/PA)
Embrapa Amazônia Oriental

Telefone: (91) 3204-1099

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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