Informações da coleção de plantas aromáticas, condimentares e medicinais da Embrapa Amazônia Ocidental, em Manaus (AM), ajudarão a compor o Banco de dados e amostras de plantas aromáticas, medicinais e tóxicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A colaboração se dará no auxílio com imagens de plantas da coleção no Amazonas para ilustrar citações de plantas listadas nesse banco de dados da universidade mineira. A farmacêutica Maria das Graças Lins Brandão, professora aposentada da UFMG, que atua junto ao Centro Especializado em Plantas Aromáticas, Medicinais e Tóxicas (Ceplamt), esteve na coleção de plantas medicinais da Embrapa em Manaus coletando imagens para o banco de dados. A professora informou que está realizando um trabalho de registro de informações sobre plantas úteis, do Brasil, principalmente plantas medicinais. “Temos uma linha de pesquisa enorme para recuperar informações tradicionais sobre as plantas úteis e medicinais registradas por viajantes e naturalistas que percorreram o Brasil nos séculos 18 e 19”, informou a professora. No banco de dados as citações históricas são relacionadas com dados botânicos sobre as plantas e imagens atuais. “Nós temos alguns livros, relatos, manuscritos desse pessoal que percorreu aqui, a gente tem os dados e estou buscando as imagens, fotografando as plantas para conhecê-las e divulgar para o público”, contou a professora, enquanto conhecia algumas das plantas da coleção em Manaus. A coleção de plantas medicinais na Embrapa Amazônia Ocidental está sob responsabilidade do pesquisador Francisco Célio Maia Chaves, que recebeu a visita da professora Maria das Graças Lins Brandão, na semana passada, acompanhada do professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Ari de Freitas Hidalgo, que atua também na área de plantas medicinais. Maria das Graças disse que estava contente em poder encontrar e fotografar algumas plantas da Amazônia que só conhecia pela literatura e estavam ali na coleção da Embrapa. “O nosso objetivo principal é que as pessoas conheçam as plantas brasileiras medicinais. O brasileiro precisa conhecer essa riqueza, senão vai ser tudo destruído”, disse Maria das Graças. “Quem protege o que não conhece?”, ressaltou ela. A farmacêutica informou que que por meio do trabalho do Ceplamt/UFMG, estão sendo realizados vários trabalhos de divulgação científica sobre as plantas brasileiras. “Já fizemos vários materiais didáticos para escolas de Minas e de Goiás sobre plantas do cerrado e agora nosso foco é a flora amazônica, a gente quer trazer de volta essas informações antigas históricas associada com a realidade atual”, disse a professora, que também é perita nomeada pela Coordenadoria de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico do Ministério Público de Minas Gerais, onde desenvolve trabalhos de proteção da biodiversidade, especialmente as plantas úteis, medicinais e alimentos nativos. Saiba mais sobre o trabalho - O Centro Especializado em Plantas Aromáticas, Medicinais e Tóxicas (Ceplamt) da UFMG ocupa um espaço do Museu de História Natural e Jardim Botânico, e dedica-se à estudos de recuperação e divulgação de informações históricas e técnico-científicas sobre as plantas úteis nativas do Brasil, especialmente as medicinais. Os trabalhos do Ceplamt são conduzidos por um grupo de pesquisadores de diferentes áreas e instituições, além de estudantes de graduação e pós-graduação. O objetivo final é contribuir para a preservação da vegetação nativa do Brasil, promovendo seu melhor aproveitamento (informações do Ceplamt). Segundo Maria das Graças, o banco de dados tem previsão de lançamento em outubro e ficará disponível no site www.dataplamt.org.br . Além do banco de dados informatizado, existe o banco de amostras (credenciado como fiel depositário no Ministério do Meio Ambiente), onde partes coletadas das plantas são guardadas .