Agricultura inteligente inspira os 30 anos da Embrapa Instrumentação
Agricultura inteligente inspira os 30 anos da Embrapa Instrumentação
Um país diferente, um mundo globalizado, uma nova agricultura. Em 30 anos muita coisa mudou desde a criação da Embrapa Instrumentação, em 1984, em São Carlos (SP), por um grupo de 3 jovens pesquisadores – Silvio Crestana, Paulo Cruvinel e Paulo Valim -, liderados pelo físico Sergio Mascarenhas e apoiados pelo presidente da Embrapa à época, Eliseu Alves.
A então Unidade de Apoio à Pesquisa, cujo objetivo inicial era suprir a manutenção de equipamentos de toda a corporação, cresceu em estrutura física e, principalmente, em talentos. A equipe atual é composta por 30 pesquisadores doutores (vários com pós-doutorado) com formação multidisciplinar, analistas, técnicos e assistentes.
Se nos anos 80 o desafio era levar técnicas da física, conceitos das engenharias e outras áreas das chamadas ciências exatas para a agropecuária, hoje o cenário é mais amplo. A agenda inclui o desenvolvimento de instrumentos, automação, metodologias inovadoras, softwares de processamento de imagens, modelagem matemática e simulação.
Para o avanço da fronteira do conhecimento e a geração de resultados que tenham impacto na sociedade, com inovação e sustentabilidade econômica, social e ambiental, a Embrapa Instrumentação atua, basicamente, com as seguintes linhas de pesquisa:
- Manejo e Conservação do Solo e da Água: metodologias e equipamentos para determinação das propriedades físicas e químicas do solo; estudos da estabilidade da matéria orgânica no solo; estudos de substâncias húmicas; fertilizantes e condicionadores do solo; metodologias para avaliação do desempenho do plantio direto;
- Agricultura de Precisão: desenvolvimento e validação de instrumentos e de tecnologias de informação; caracterização, monitoramento e manejo da variabilidade espaço temporal em sistemas de culturas anuais; caracterização, manejo e monitoramento de atributos do solo e da planta em sistemas de produção de plantas perenes e semi-perenes;
- Meio Ambiente: utilização de resíduos agroindustriais e urbanos; sistemas FACE (Free-air CO2 Enrichment); sequestro de C em sistemas plantio direto; impactos da atividade agrícola sobre o meio ambiente; modelos espaciais de uso do solo para estudo de cenários da expansão da cana-de-açúcar;
- Agroenergia: produção de enzimas para etanol de 2ª geração; instrumentação para avaliação da qualidade de sementes para produção de biodiesel; instrumentação para avaliação da qualidade do biodiesel; processos e fermentadores para produção de enzimas;
- Pós-Colheita: hidroconservador para vegetais e frutas; Wiltmeter® - medidor da pressão celular de folhosas; máquina para auxílio à colheita de tomates; máquinas descascadoras de frutos de casca dura como castanha de caju, castanha do Brasil; esfera instrumentada – processos industriais; máquina para classificação de batatas;
- Nanotecnologia: desenvolvimento de sensores e biossensores; filmes, revestimentos comestíveis e embalagens funcionais para alimentos; bionanocompósitos; nanofertilizantes, novos materiais e processos em nanotecnologia e suas aplicações no agronegócio; estudo dos aspectos de segurança em nanotecnologia.
Esses resultados são alcançados em função da forte cooperação com outras unidades da Embrapa, por meio da liderança de duas redes de pesquisa em grandes desafios nacionais nas áreas de Agricultura de Precisão e Nanotecnologia e da participação expressiva em projetos liderados por outros Centros, de todas as regiões do País.
A matriz de parcerias também apresenta vasta capilaridade com instituições de ensino e pesquisa no país e do exterior, tendo contribuído para a formação de cerca de 1500 profissionais desde estagiários até bolsistas de Pós-doutorado, Doutorado, Mestrado e Graduação.
As conexões científicas tem propiciado uma quantidade expressiva de publicações em revistas científicas indexadas nacionais e internacionais, além de uma série de publicações técnicas direcionadas para outros pesquisadores da Embrapa, técnicos, extensionistas e produtores rurais.
Vale ressaltar ainda as parcerias de projetos com associações, cooperativas, instituições e empresas privadas, que resultaram em, pelo menos, 40 tecnologias disponibilizadas para a sociedade em forma de produtos transferidos para a iniciativa privada (Detectores de Prenhez por Ultassom), tecnologias sociais (Fossa Séptica Biodigestora) ou gratuitamente (Softwares).
Todo esse esforço resultou em 100 pedidos de registro junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), com a concessão de 20 cartas-patente no Brasil, Japão, Estados Unidos, China, Espanha, Argentina, França, Alemanha, Reino Unido.
SIAGRO
Ao celebrar as três décadas de existência, o Centro de Pesquisa retoma um marco em sua história, o Simpósio Nacional de Instrumentação Agropecuária (SIAGRO) que ocorreu na década de 90. E a motivação para a realização do evento é a necessidade de superar os desafios da agricultura no que tange à competitividade e sustentabilidade, a existência de instituições, grupos e redes de pesquisa maduros e consolidados no País, assim como outros emergentes.
O evento vai reunir, entre os dias 18 e 20 de novembro, especialistas na temática do Brasil e exterior, apresentar cerca de 180 trabalhos científicos, dez palestras e quatro mesas-redondas. O SIAGRO traz na programação um modelo inovador - no âmbito da Embrapa, o Business Day, que vai reunir empresas, mídia e instituições de pesquisa, no dia 19 para lançamentos de livros, apresentação de tecnologia e a realização de provas de conceito sobre novidades ligadas à agricultura inteligente e internet das coisas.
"A Agricultura Inteligente ou Smart Agriculture, que engloba a utilização de eletrônica, sensores e informática aplicados à agricultura buscando desenvolver uma agricultura mais avançada e eficiente, é um conceito que tem nos inspirado", explica o chefe geral da Embrapa Instrumentação, Luiz Henrique Capparelli Mattoso.
"A integração e interdisciplinaridade sempre foram características marcantes em nosso Centro para que pudéssemos executar pesquisas em agricultura de precisão, automação, eletrônica embarcada, fotônica, inteligência artificial, mecatrônica, nanotecnologia, robótica, sensores e equipamentos, simulação e modelagem, tecnologias da informação e comunicação e, mas recentemente, em tecnologias convergentes", acrescenta o chefe adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento, João de Mendonça Naime, que em 2014 completou 25 anos na Empresa.
Luiz Mattoso está há 20 anos na Embrapa Instrumentação e foi pioneiro nas atividades ligadas à Nanotecnologia. "Nossa condição hoje demonstra que temos infraestrutura com laboratórios reconhecidos nacionalmente, e um parque de equipamentos no mesmo nível que outras instituições internacionais", avalia.
"Mas, o principal, é que temos uma equipe madura, conectada a grupos do mais alto nível, para gerar tecnologias, produtos, processos e serviços que atendam às demandas dos diferentes segmentos da sociedade, para que a agricultura inteligente seja a mola propulsora da competividade e sustentabilidade que o agro brasileiro necessitará nos próximos anos", conclui Mattoso.
Edilson Fragalle (MTB 21.837/SP)
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