Trabalho com plantas medicinais e aromáticas visam o controle alternativo de doenças e pragas no sistema de produção de hortaliças orgânicas
Trabalho com plantas medicinais e aromáticas visam o controle alternativo de doenças e pragas no sistema de produção de hortaliças orgânicas
Foto: Mariane Carvalho Vidal
O manjericão é uma das plantas com potencial para o controle alternativo
As plantas medicinais, aromáticas e condimentares são consideradas de uso múltiplo por apresentarem diversas utilidades como a capacidade dos compostos bioativos presentes nestas plantas em controlar várias doenças. Estes compostos podem agir de forma direta sobre os patógenos, inibindo a germinação e o crescimento, ou de forma indireta, ativando o sistema de defesa natural das plantas.
Os compostos bioativos estão presentes em extratos e óleos essenciais obtidos a partir das plantas e têm o uso permitido no sistema de produção orgânico. Uma vez aplicado sobre as plantas podem ser efetivos contra um grande número de patógenos e pragas, por isso, já são utilizados por alguns produtores, inclusive para controle de doenças em hortaliças.
Com a finalidade de desenvolver pesquisas no âmbito das hortaliças, a Embrapa Hortaliças e parceiros estabeleceram uma área de produção de plantas medicinais na Área de Pesquisa e Produção Orgânica de Hortaliças. A área já conta com 12 espécies de interesse, como tomilho, sálvia, capim-limão, citronela, alecrim pimenta, duas espécies de manjericão e cinco de menta. Os pesquisadores envolvidos pretendem expandir a área mediante os bons resultados da pesquisa. No Laboratório de Solos e Nutrição de Plantas estão sendo montados sistemas de hidrodestilação que permitirão uma maior eficiência das extrações dos óleos.
Atualmente, dois projetos de pesquisa ligados ao controle alternativo de doenças estão em execução na Unidade. Um destes é financiado pelo CNPq e conta com a parceria da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Neste está sendo avaliado o uso de extratos vegetais e óleos essenciais de oito plantas para o controle do oídio em pimentão. Outro é financiado pela Embrapa e propõe o uso de extratos vegetais e óleos essenciais para o controle de doenças nas culturas da batata e da abobrinha. Neste também está sendo avaliada a dinâmica de insetos no cultivo consorciado das plantas medicinais, aromáticas e condimentares com as culturas.
Futuramente o grupo de pesquisa pretende estabelecer metodologias de aplicação e elaborar formulações baseadas em óleos essenciais e extratos naturais mais estáveis para a aplicação via pulverização e tratamento de sementes em hortaliças, visando o controle de doenças. Existem ainda outras perspectivas, como avaliar o efeito alelopático positivo ou negativo sobre as hortaliças e a interferência de substâncias voláteis liberadas pelas plantas aromáticas sobre a dinâmica de insetos vetores.
Mediante a falta de insumos eficientes disponíveis aos agricultores orgânicos para o controle de doenças em hortaliças, acredita-se que o uso destas formulações possibilitará a produção e oferta de hortaliças orgânicas ao longo do ano, mesmo para aquelas mais difíceis de serem produzidas durante o verão, como tomate e batata.
Mariane C. Vidal e Ricardo B. Pereira (
Pesquisadores da Embrapa Hortaliças)
Embrapa Hortaliças
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