Para conhecer a fundo os variados aspectos do capim-annoni, suas funcionalidades e, principalmente, o motivo de sua grande adaptação ao solo e clima gaúchos, várias linhas de pesquisas e estudos vêm sendo implementados. Para apresentar o que está sendo feito pela pesquisa para o controle desta invasora, estiveram reunidos nesta semana (13 e 14/11), na Embrapa Pecuária Sul (Bagé) estudantes, pesquisadores e técnicos de instituições da Embrapa, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Universidade de Passo Fundo (UPF), Empresa de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) e Eletrosul Centrais Elétricas. A 3ª reunião técnica da Rede de Pesquisa do capim-annoni possibilitou também a definição das perspectivas de trabalho da pesquisa para os próximos quatro anos.

"Queremos oferecer ao produtor rural soluções que sejam eficazes no controle do capim-annoni em um curto espaço de tempo e que se paguem", resumiu o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul Naylor Perez, coordenador da Rede. Desta forma, as linhas de pesquisa são bastante abrangentes e estão avaliando, por exemplo, a caracterização e anatomia do capim-annoni; suscetibilidade  do capim-annoni a herbicidas; sua resistência à falta e excesso de água; seu comportamento e a sua produtividade em campos melhorados e o comportamento ingestivo de animais diante de campos infestados. Os pesquisadores apresentaram também um mapeamento das áreas invadidas, com foco nos parques eólicos da Eletrosul, em Cerro Chato. Neste município, a Embrapa atua em parceria com a empresa estatal em estudos para controle da invasora.

Outros experimentos apresentados foram sobre a influência do sombreamento no desenvolvimento do capim-annoni, o uso de sistemas silvipastoris para controlar a infestação e uso de sistema integrado para controle de áreas com grande infestação. Além desses estudos, visando encontrar utilidade para o capim-annoni, estão sendo realizadas técnicas para a identificação e extração de compostos com ação herbicida e aplicações da planta para o tratamento de águas industriais.

Ao final o grupo definiu um protocolo de trabalho, com padronização dos métodos para coleta de informações em áreas que serão implantadas para a validação do método integrado de controle em distintos locais. As seis Unidades de Referência Técnica iniciais deverão ser implantadas em Bagé, Lages-SC (na unidade da Epagri), Dom Pedrito, Uruguaiana, Itaqui e Hulha Negra.