12/05/17 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação  Transferência de Tecnologia

1º Curso da PIA termina com a entrega de 30 carteiras de habilitação

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Foto: Paulo Lanzetta

Paulo Lanzetta - Curso habilita profissionais a inserir orizicultores no sistema de produção integrada do arroz. O agricultor poderá reduzir em até 35% os seus custos de produção, devido a racionalização do uso de insumos e de boas práticas agropecuárias.

Curso habilita profissionais a inserir orizicultores no sistema de produção integrada do arroz. O agricultor poderá reduzir em até 35% os seus custos de produção, devido a racionalização do uso de insumos e de boas práticas agropecuárias.

Auditores de certificação de boas práticas agrícolas  podem atender orizicultores, aplicando Norma Técnica do Mapa. Arroz ganha mais valor no  mercado; consumidor,  segurança do alimento. 

O 1º Curso de Capacitação de Auditores e Responsáveis Técnicos da Produção Integrada do Arroz está sendo realizado durante toda esta semana nas dependências da Embrapa Clima Temperado (Pelotas,RS). Em cinco módulos, o curso vai habilitar os participantes a se tornarem os novos auditores de certificação de boas práticas agrícolas na cultura do arroz, através do atendimento às exigências da Produção Integrada. A capacitação se encerra nesta sexta-feira, dia 12 de maio, e faz parte da programação da 5ª Expoarroz - Do Campo à Mesa.

A primeira capacitação habilitará cerca de 30 novos responsáveis técnicos da PIA, oriundos de diversas instituições e profissionais liberais, que vão receber além do certificado do curso uma carteira de capacitação PIA. "Todos os participantes ao se inscreverem no curso assumiram um termo de compromisso de disponibilizar junto a agentes produtivos, tecnologias indicadas por instituições de pesquisa, visando a melhoria qualitativa e quantitativa do agronegócio orizícola", destacou a coordenadora da Produção Integrada do Arroz (PIA) no Brasil, a pesquisadora Maria Laura Turino Mattos, que é também a presidente da Comissão Técnica da PIA.

Segundo  ela, o Curso vai criar uma massa crítica que não existia para certificação do arroz no Brasil. "O destaque, desde os primeiros módulos dessa capacitação, é a percepção dos participantes em identificar que este é o momento mais adequado para ser realizado um  Curso desta natureza voltado à cadeia do arroz", falou Maria Laura. Tudo isso se deve as crises de segurança dos alimentos  - carne e leite - enfrentadas nos últimos tempos no país, que colocaram esses produtos em risco diante do mercado brasileiro interno e mercado  internacional.

Participantes do  1º Curso
Uma das palestrantes do 1º Curso foi Nívea Vicentini, pesquisadora da Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora, MG) que trouxe a abordagem sobre o Modelo de Avaliação de Conformidade na Produção Integrada, que tratou de apresentar quais são os protocolos, para que os produtores e as indústrias se adaptem, a fim de solicitar a certificação junto ao Inmetro. "A  certificação da PIA tem alguns protocolos específicos como a prática de preservação ambiental e o uso de agrotóxicos em quantidades recomendadas como foco", lembrou Nívea. 

Para quem participou da primeira capacitação, o resultado supera as expectativas. "O Curso foi de primeira linha, com palestrantes muito capacitados, e creio, que todos os participantes estão motivados no sentido de que a PIA dará muito orgulho para o Brasil, pois o arroz será um dos primeiros cereais a ser certificado", falou a empresária Andréa Brondani da Rocha, de Santa Cruz do Sul,RS.  Para ela, que gerencia uma empresa de consultoria agrícola em todo o país, já sai do Curso com estrategias traçadas para seu grupo de trabalho: uma equipe vai se dedicar a assistência ao orientar os clientes a se adequarem a Norma Técnica; e a outra, vai se planejar para  efetivar a certificação do arroz. "Onde houver arroz apto, nós vamos estar incentivando os orizicultores a se inserir no sistema de produção integrada", comentou Andréa. Ela analisa a cadeia produtiva do arroz, no Estado, como organizada e que muitos produtores já estão produzindo dentro deste sistema. "Acho que adequação da Norma Técnica no Rio Grande do Sul vai se dar rapidamente", avaliou Andréa.

Para o auditor fiscal agropecuário, Antônio Carlos Pias de Castro, da Divisão de Política, Produção e Desenvolvimento Agropecuário da Superitendência Federal de Agricultura em Santa Catarina, o Curso faz uma coroação da dedicação realizada há anos para que se implantasse um sistema de garantia de qualidade, certificação e padronização na produção do arroz. "Temos uma forma de gestão compartilhada, assim, todas as instituições governamentais parceiras, no nosso Estado, terão acesso ao conteúdo desta capacitação", falou Antônio Carlos.

Estão participando profissionais liberais e profissionais ligados a empresas de assistência técnica e consultoria agrícola, universidades, e ainda, fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a EPAGRI/SC, a Embrapa, IRGA  e Instituto Certifica. 

A oficialização da PIA
A PIA  foi oficializada pelo Mapa, por meio da publicação de uma instrução normativa, em novembro de 2016, aonde oferece treinamentos e vai solicitar o uso do selo de conformidade "Brasil Certificado", através do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). A Embrapa ficou responsável pela condução da capacitação de agricultores e indústrias de beneficiamento. Com este novo procedimento o arroz ganha agregação de valor no processo produtivo e o consumidor a garantia da segurança do alimento. 

O que muda na produção da cultura do arroz
A NTE Arroz não é recomendação técnica de produção. A Norma serve para verificação dos efeitos das boas práticas agrícolas em empreendimentos orizícolas e boas práticas de fabricação em indústrias. Cabe ao responsável técnico realizar as adequações ao sistema e ao auditor realizar a verificação. Para ser auditor da PIA, profissionais (engenheiros agronômos e agrícolas) terão que fazer o curso de capacitação que os habilitará em PI Arroz.  "A normativa abre um mercado para produtos diferenciados com maior visibilidade e agregação de valor, além de fazer um alinhamento do sistema produtivo às legislações vigentes", completa Maria Laura.

O agricultor poderá reduzir em até 35% os seus custos de produção, devido a racionalização do uso de insumos e de boas práticas agropecuárias.

No estado do Rio Grande do Sul já foram desenvolvidos vários projetos e iniciativas de Produção Integrada com culturas possuídoras de normas como citros, maçã, morango, pêssego e tabaco. O arroz é o primeiro cereal a ser certificado.

Cristiane Betemps (MTb 7418/RS)
Embrapa Clima Temperado

Telefone: (053) 3275-8215

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/