23/11/14 |   Mecanização e Automação

Empresas apresentam maquinário para despolpamento do guaraná

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Foto: Felipe Rosa

Felipe Rosa - Participantes puderam ver funcionamento do maquinário

Participantes puderam ver funcionamento do maquinário

A Embrapa, a Agropecuária Jayoro Ltda. e a Pinhalense S.A Máquinas Agrícolas apresentaram, na quarta-feira (19), um maquinário adaptado para o despolpamento do guaraná. O lançamento da tecnologia aconteceu durante o Dia de Campo Sistema Mecanizado de Processamento Pós-Colheita de Guaraná: Nova Tecnologia, Novo Processo, realizado em Presidente Figueiredo (AM), e que contou com a presença de mais de cem participantes, entre representantes de instituições e agricultores de localidades do município. 
 
O processamento pós-colheita do guaraná é o segmento da fase produtiva que demanda atenção especial, por ter implicações no rendimento e na qualidade do produto final. Operações como o despolpamento, por exemplo, são complexas e se tornam impraticáveis de serem feitas de forma artesanal em grandes volumes. 
 
Conforme o pesquisador que esteve à frente do trabalho pela Embrapa, Lucio Pereira Santos, o lançamento do maquinário quebra um paradigma secular, de que era necessária a fase de fermentação para beneficiamento efetivo do guaraná. "O equipamento novo, que foi concebido para o café e nós adaptamos para o guaraná, tem um mecanismo brando que não machuca a semente do guaraná, e ele nos possibilitou deixar de precisar fermentar o fruto, como era feito anteriormente", destacou. 
 
A usina completa para o processamento pós-colheita – constituída pelo conjunto de equipamentos: desracemador, despolpador, lavador/separador de cascas/sementes, secador, dentre vários outros acessórios – passou por quatro anos de ajustes e adaptações. A tecnologia foi definida, testada e validada na Agropecuária Jayoro Ltda..
 
Outros fatores importantes limitam a fase de pós-colheita sem o uso da mecanização adequada, como a necessidade de grandes espaços físicos para fermentação dos frutos, maiores consumos de energia, tempo e mão de obra, além da possibilidade de contaminação microbiológica da massa de grãos, assim como contaminações ambientais, especialmente dos cursos d'água, decorrentes da lavação das sementes. "Todos esses fatores, isolados ou em conjunto, oneram o custo de produção, diminuem a margem de lucro, dificultam a obtenção de qualidade, trazendo também riscos ao meio ambiente", ressaltou o pesquisador. 
 
Leia mais sobre o maquinário para processamento pós-colheita do guaraná aqui.
 
Parceria
Durante a abertura do Dia de Campo, o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Amazônia Ocidental, Ricardo Lopes, destacou o compromisso da parceria Embrapa, Pinhalense e Jayoro com o desenvolvimento tecnológico e com a cadeia produtiva do guaraná. "É uma cultura muito importante para o nosso Estado, nativa daqui, e que esperamos que tenha um desenvolvimento forte a partir dessas ações que estão sendo implantadas em parceria", disse. 
 
O prefeito de Presidente Figueiredo, Neilson Cavalcante, também destacou a parceria entre setor privado e público como importante para o desenvolvimento de tecnologias que reflitam na vida do produtor. "É importante existir essa união entre setor produtivo e pesquisa, porque vemos o conhecimento funcionando e sendo aplicado na prática", disse. 
 
O diretor da Agropecuária Jayoro, Eduardo Camillo Pachikoski, enfatizou o trabalho que a empresa vem desenvolvendo ao longo dos anos com a parceria da pesquisa. Conforme Pachikoski, os resultados do investimento em tecnologia são vistos no campo, onde a Jayoro mantém a maior área contínua de produção de guaraná do mundo, com 250 mil plantas. "Nós queremos ver o Estado de novo sendo o maior produtor de guaraná. E é por isso que investimos e queremos que os demais produtores também possam produzir cada vez mais", destacou.  
 
O supervisor da Pinhalense, Sérgio Coelho, disse que o mercado atual para maquinários de processamento pós-colheita do guaraná ainda é pequeno, mas no futuro pode ser uma boa alternativa. "Encontramos espaço aberto para trabalhar aqui com a Embrapa e a Jayoro e isso nos incentivou. Hoje é um pontapé inicial e quem sabe em cinco ou dez anos nós teremos várias pequenas usinas com agricultores familiares fazendo seu guaraná", disse. 
 
Agricultores aprovam
O agricultor João Batista de Oliveira, presente no evento, disse que pretende começar a plantar o guaranazeiro. Ele também aprovou o maquinário apresentado. "Estamos começando a nos organizar para produzir o guaraná. Se conseguirmos nos organizar bem, podemos no futuro pensar no maquinário, para valorizar nossa produção", pontuou. 
 
O agricultor João de Deus Pereira de Morais também pretende começar a trabalhar com guaraná. Ele destacou o mercado positivo para o fruto. "Achamos muito interessante o maquinário e as informações que captamos aqui. Sabemos que o mercado para o guaraná é bom. Tudo que produzirmos o mercado absorve", destacou. 
 

Felipe Rosa (14406/RS)
Embrapa Amazônia Ocidental

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