02/12/14 |   Transferência de Tecnologia

Embrapa defende prorrogação de projeto de cooperação técnica em Moçambique

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

Foto: Francisco Vilela Resende

Francisco Vilela Resende - Lavoura em Moçambique

Lavoura em Moçambique

Se depender dos resultados alcançados até o momento e tendo em vista a importância da consolidação das práticas agrícolas implementadas, o projeto de cooperação técnica internacional "Apoio Técnico aos Programas de Nutrição e Segurança Alimentar de Moçambique" deverá ter suas ações estendidas até dezembro de 2015. Iniciado em 2011 e com término estabelecido para dezembro de 2014, o balanço das atividades desenvolvidas e os resultados alcançados na primeira fase do projeto sinalizaram a necessidade de reforçar as ações de transferência de tecnologia que demandam um prazo maior para sua execução.

De acordo com o pesquisador Francisco Vilela, que coordena a parte do programa referente à participação da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF), a possível prorrogação, ora sob análise da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento (Usaid) vai possibilitar maior alcance dos resultados do projeto, através de eventos de capacitação e instalação de Unidades Demonstrativas (UD) onde serão mostradas as cultivares de hortaliças introduzidas pelo projeto, além de tecnologias de irrigação, produção de mudas, manejo do solo e adubação e de pós-colheita.

A última missão referente ao projeto, realizada no período de 11 a 14 de novembro de 2014, registrou o primeiro curso de capacitação para transferência de tecnologias do Projeto Trilateral de Cooperação Técnica Brasil/EUA/Moçambique (PSAL), envolvendo cerca de 30 profissionais ligados à cadeia de produção de hortaliças de todas as regiões de Moçambique. "O curso constitui uma importante ferramenta para levar as tecnologias e conhecimento para produção de hortaliças, introduzidas pelo projeto, a todas as regiões produtoras de Moçambique tendo em vista o público contemplado, constituído por técnicos da extensão rural, professores e estudantes de ciências agrárias que atuarão como multiplicadores", explica o pesquisador que, após sua viagem àquele país, em cumprimento ao plano de ação previsto na fase conclusiva da missão, contabilizou os avanços verificados nas diversas fases do projeto.

Segundo ele, a primeira e a segunda fases apresentaram ganhos expressivos no tocante à execução das atividades definidas na agenda, a começar pela implantação de uma área experimental para pesquisas com hortaliças na Estação Agrária de Umbeluzi (EAU), do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), onde foram introduzidas e testadas cultivares de hortaliças em três épocas de cultivo, envolvendo o diagnóstico acerca das perdas e dos ganhos verificados, e que contribuíram para a definição dos rumos a serem observados nas próximas etapas. 

Dentro desse contexto, Vilela aponta a formação de equipe de investigadores no IIAM especializada em hortaliças, a introdução e avaliação de novas tecnologias para a olericultura, o desenvolvimento pela Universidade da Flórida de um site relacionado à área de Climatologia – o AgroClimate (http://mz.agroclimate.org), um sistema de informação desenvolvido para fornecer informações sobre agricultura, tempo e clima: "Hoje, os produtores de Moçambique têm acesso a todas as informações climáticas do país". Ele destaca ainda a produção de mudas em estufa e a instalação de parte dos equipamentos de irrigação como resultados consolidados.

"Neste momento, com a unidade experimental praticamente estabelecida, os pesquisadores moçambicanos caminham com as próprias pernas e, nessa direção, negociam convênios e projetos de pesquisa com empresas de produção de sementes como a Syngenta, Feltrin e Isla para novos testes de variedades em Moçambique", salienta o pesquisador. Outras ações sob a mesma rubrica envolvem a implantação de unidades demonstrativas com as tecnologias introduzidas pelo projeto nas regiões de Boane, Moamba e zonas verdes da cidade de Maputo.

Da mesma forma, acrescenta Vilela, outras ações de cooperação internacional com Suíça e Austrália estão começando a ser implementadas. 

PRORROGAÇÃO

Caso a prorrogação seja confirmada, algumas atividades já estão devidamente agendadas. "Se houver a continuidade, vamos investir no melhoramento da EAU, como a construção de um galpão de apoio, na implantação do sistema de fertirrigação, na construção de uma estrutura para compostagem e adubos orgânicos, por exemplo", informa. Ainda dentro desse cenário, seriam ministrados mais dois cursos sobre mecanização agrícola, fertilidade e adubação, pós-colheita e pragas e doenças.

Os recursos para financiamento das diversas etapas do projeto têm como fonte os governos do Brasil, através da ABC, dos Estados Unidos, via Usaid, e de Moçambique, representado pelo IIAM. A execução está sob a responsabilidade da Embrapa (Brasil) e as universidades da Flórida e a Estadual de Michigan (Estados Unidos).

Anelise Macedo (2.749 / DF)
Embrapa Hortaliças

Contatos para a imprensa

Telefone: (61) 3385-9109

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Encontre mais notícias sobre:

hortalicasafricamocambique