Curso treina em diagnóstico e mitigação de uma das mais importantes doença da banana
Curso treina em diagnóstico e mitigação de uma das mais importantes doença da banana
Miguel Dita, pesquisador da Embrapa, coordenou o Primeiro Workshop Diagnóstico fitossanitário da raça 4 Tropical de Fusarium oxysporum f. sp. cubense e outras pragas quarentenárias da bananeira realizado de 22 a 26 de maio, no Centro Nacional de Referencia Fitossanitarística, Tecámac, México. O evento, que contou com a participação de 10 países discutiu e nivelou procedimentos para fortalecer o processo de diagnóstico de importantes doença da banana, com foco na raça 4 Tropical.
Este evento constitui em marco histórico dentro do plano de ação regional contra a raça 4 Tropical, assegura Miguel Dita. Por primeira vez conseguimos reunir técnicos dos laboratórios oficiais de diagnóstico para padronizar, nivelar e validar um método único de diagnóstico de este patógeno. Além disso, os participantes foram treinados em reconhecimento de sintomas e procedimentos padronizados de coleta e envio de amostras que garantem uniformidade e maiores chances de sucesso do diagnóstico.
O curso foi ministrado por instrutores do Oirsa-El Salvador, SENASICA-México, Corbana-Costa Rica, INISAV-Cuba e Embrapa.
A América Latina e o Caribe são responsáveis por 64% de produção mundial de banana, com cerca de 20 milhões de toneladas. É a região onde estão 7 entre os dez maiores países exportadores da fruta. Estes números demonstram o papel que a banana tem na economia e na segurança alimentar nas Américas.
A murcha de Fusarium, causada pelo fungo Fusarium oxysporum f. sp. cubense tem sido a doença mais destrutiva da cultura e está considerada entre uma das mais importantes na história da agricultura.
Essa doença causou uma epidemia e apenas na América Central houve um impacto de cerca de US$ 2.300 milhões em perdas. A solução foi substituir 'Gros Michel' por variedades resistentes do subgrupo Cavendish, que atualmente é responsável por quase todas as exportações de bananas plantadas no continente.
No início dos anos 90 foi relatado no sudeste da Ásia uma nova raça chamada 4 Tropical (R4T), que ataca severamente esse subgrupo nos trópicos. A sua rápida disseminação e seu potencial destrutivo constituem uma séria ameaça para a indústria da banana na América Latina e no Caribe.
Um fator adicional é que, além das variedades do grupo Cavendish (Nanica), esta raça pode afetar outras importantes para a segurança alimentar e geração de renda, entre elas, as bananas Figo, Gros Michel, Prata e Maçã.
De acordo com os pesquisadores, uma eventual entrada da Foc R4T nas Américas teria consequências socioeconômicas devastadoras e impactariam a segurança alimentar da região.
“A melhor opção é impedir a entrada, enfatiza Miguel. Uma vez que esta praga invade uma área, são necessárias implementações fitossanitárias severas para impedir o movimento do patógeno para áreas livres. Estas medidas são caras e requerem pessoal treinado. Por isso é muito importante que os países possam identificar a doença de maneira rápida e confiável”.
O curso foi destinado a pessoal técnico de serviços fitossanitários envolvidos na detecção e diagnóstico de pragas.
Cristina Tordin (MTB 28499)
Embrapa Meio Ambiente
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