Dos livros para a prática. Na Escola Municipal Domingas Maria da Conceição, localizada no sertão sergipano, a leitura foi além da imaginação e se concretizou em alface, couve, tomate, mamão e outros alimentos cultivados em uma horta feita pelos próprios estudantes. Os alunos da escola do povoado Botijo, em Canindé do São Francisco, ficaram tão entusiasmados com o conhecimento adquirido a partir das publicações do Projeto Minibibliotecas da Embrapa que resolveram colocar a mão na massa. E deu tão certo que agora a horta está atraindo a visita de outras pessoas interessadas em conhecer os trabalhos. Toda essa história começou há pouco menos de um ano, no início de 2014, quando a escola foi contemplada com o Projeto Minibibliotecas na versão itinerante, uma experiência que vem sendo conduzida pela Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju – SE) em quatro municípios do Alto Sertão Sergipano, território beneficiado com ações do projeto Plano Brasil sem Miséria do Governo Federal. A ideia da versão itinerante é possibilitar que mais escolas tenham acesso ao material das Minibibliotecas. Foi o que ocorreu na Escola Domingas Maria da Conceição, que por meio do projeto tem despertado o interesse de alunos e da comunidade pela busca de informações para a adoção de práticas agrícolas sustentáveis e testadas pela pesquisa. Hortifruticultura – A implantação da horta faz parte de um trabalho denominado Hortifruticultura Nativa. A diretora da escola, Veralúcia de Souza, diz que o projeto das Minibibliotecas estimulou as atividades que foram desenvolvidas a partir da familiarização com os conteúdos do acervo. "A principal ação foi o projeto Hortifruticultura Nativa, cuja ideia é chamar a atenção dos alunos, pais e da comunidade sobre os benefícios do cultivo e consumo de alimentos como hortaliças e frutas produzidos com base em princípios agroecológicos", ressalta a diretora. Esse trabalho vem contribuindo para reforçar e estreitar as parcerias da escola com instituições como Embrapa, Emdagro e as secretariais de Educação, Agricultura e de Desenvolvimento Social de Canindé do São Francisco. De acordo com o analista do Setor de Gestão da Implementação da Programação de Transferência de Tecnologia (Sipt) José Figueiroa, as Minibibliotecas têm possibilitado inclusive a reformulação de conteúdos didáticos, abordando temas ligados à realidade local. "Além disso, mostra a importância das parcerias com agentes de desenvolvimento agrícola, de bem estar social e da própria extensão rural", explica o analista, que é responsável pelo processo na Embrapa Tabuleiros Costeiros. A previsão é que no primeiro semestre de 2015 representantes das escolas contempladas e da Embrapa Tabuleiros Costeiros avaliem o andamento dos trabalhos desenvolvidos no âmbito das Minibibliotecas itinerantes. Minibibliotecas: A partir de 2011, as Minibibliotecas compõem os projetos transversais do Plano Brasil Sem Miséria. O objetivo é tornar acessíveis aos agricultores familiares, por intermédio de seus filhos em idade escolar e demais comunidades rurais, informações e tecnologias de baixo custo e de fácil aplicação, resultantes das pesquisas da Embrapa e de parceiros, adequadas à solução dos problemas e à melhoria da qualidade da produção de alimentos; estimular a prática da leitura e da escrita, mediante a veiculação de conteúdos produzidos em linguagem e estilo simples e acessível, editados em cartilhas, livros e materiais audiovisuais que compõem o seu acervo. O acervo das Minibibliotecas é constituído de livros, cartilhas, seleção do programa televiso Dia de Campo na TV e seleção do programa radiofônico Prosa Rural, além de um kit expositor para acondicionamento desses produtos.