18/12/14 |   Transferência de Tecnologia

Caravana Embrapa - Mais de 70 técnicos participam da capacitação em MIP

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Foto: Vladirene Vieira

Vladirene Vieira - Identificacao das pragas coletadas no campo

Identificacao das pragas coletadas no campo

A programação da Caravana Embrapa prevista para esta semana no Rio Grande do Sul precisou ser ampliada para atender a demanda da assistência técnica privada. Foram três dias 16, 17 e 18/12, com turmas de 25 técnicos por dia, na capacitação em tomada de decisão no Manejo Integrado de Pragas (MIP). Os treinamentos aconteceram na Embrapa Trigo, em Passo Fundo, RS.

A correta identificação das pragas continua sendo a principal dificuldade da assistência técnica. Definir o limite de dano, quem são as pragas e os predadores, qual o inseticida mais indicado e o momento de aplicação foram as dúvidas levantadas pelos participantes.

O engenheiro agrônomo Maicon Reginatto, da equipe técnica da cooperativa Oestebio, de São Miguel do Oeste, SC, diz que saber identificar os inimigos naturais, além de representar redução de custos na lavoura, também evita que os agricultores usem excesso de agroquímicos na lavoura: "trabalhamos com pequenos agricultores que precisam equilibrar muito bem os gastos na lavoura. A ampla adoção do Manejo Integrado de Pragas também respalda a linha de produção agroecológica de grãos que estamos desenvolvendo na cooperativa".

De acordo com o pesquisador da Embrapa Trigo, Alberto Luiz Marsaro Junior, "antes da adoção de qualquer medida de controle de uma praga agrícola, há necessidade da sua correta identificação. Espécies semelhantes podem apresentar suscetibilidades diferentes a um mesmo inseticida, assim como comportamentos diferentes".

Para o pesquisador da Embrapa Soja, Samuel Roggia, tão importante quanto controlar as pragas na lavoura é preservar os predadores naturais. "Precisamos resgatar os procedimentos de amostragens feitas pelo produtor, com o auxílio da assistência técnica. Hoje existem diversas ferramentas. No caso da soja, os insetos adultos podem ser detectados nas armadilhas, e a presença das lagartas confirmada com o pano de batida, que também ajuda na contagem de outros insetos pragas e predadores", orienta o pesquisador. Segundo ele, mais amplo que controlar uma praga do momento é buscar soluções integradas, evitando que a cada safra sujam novas superpragas fora do nosso controle. "O desequilíbrio do sistema, com eliminação dos inimigos naturais e o excesso de inseticidas está resultando na resistência das pragas e não há, nos próximos anos, perspectivas de lançamento de novas formulações de defensivos para pragas. Precisamos preservar os recursos para controle que estão disponíveis hoje", conclui Roggia.

Na avaliação do engenheiro agrônomo da cooperativa Cotrijal Valmir Antônio Dapont, quanto mais treinamento dos técnicos, melhores serão os resultados no campo. "Todo tempo destinado à capacitação é útil. Vimos a falta de preparo para controlar a lagarta Helicoverpa. Não sabíamos identificar, que produto ou em que momento utilizar, ficamos todos a mercê do mercado, sem respaldo científico para lidar com a praga", afirma Dapont.

Para mostrar o que pode ser feito para manejar a população de pragas, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e a Embrapa prepararam um vídeo técnico sobre MIP. O material chama a atenção para o fenômeno conhecido como resistência biótica, ou seja, a importância de um meio ambiente sadio que ofereça resistência ao surgimento e proliferação de organismos que causem o desequilíbrio populacional das espécies.

Joseani M. Antunes (9693 MTb/RS)
Embrapa Trigo

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