08/06/17 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação  Transferência de Tecnologia

IPHAN prossegue oficina de identificação de lugar  aos doces de Pelotas

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Foto: Divulgação

Divulgação - Primeira oficina de consertação entre Embrapa e IPHAN acontece em Pelotas. Os doces coloniais terão seu saber fazer certificado com um registro de lugar, que está vinculado a signficação do doce, um conhecimento que tem continuidade através dos tempos..

Primeira oficina de consertação entre Embrapa e IPHAN acontece em Pelotas. Os doces coloniais terão seu saber fazer certificado com um registro de lugar, que está vinculado a signficação do doce, um conhecimento que tem continuidade através dos tempos..

Pelotas sediou a primeira oficina do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico (IPHAN), em acordo de cooperação técnica assinado com a Embrapa, na Estação Experimental de Cascata da unidade de pesquisas local. Durante três dias, ao se encerrar nesta quinta-feira, 8 de junho, a capacitação sobre a temática Patrimônio, Cultura Imaterial, Agricultura Tradicional e Sociobiodiversidade tem fechamento com visitação a uma propriedade no interior em Morro Redondo, RS - que faz parte do programa turístico Morro dos Amores - ao apresentar o conhecimento perpetuado entre gerações sobre o saber fazer doces coloniais. Esta leitura de paisagem dará sustentação ao registro de lugar à região de Pelotas como produtora de doces, sejam estes coloniais ou de origem portuguesa. O acordo de cooperação prevê mais quatro oficinas junto a Embrapa, em unidades de pesquisa de outras regiões do país. 

A relação da Embrapa
A Embrapa Clima Temperado possui um projeto de transferência de tecnologias, voltado as atividades do Arranjo Produtivo Local (APL Alimentos), no território sul do Estado do Rio Grande do Sul, em que as indústrias menores, que trabalham com os doces coloniais terão a salvaguarda desse conhecimento, através de registro de lugar, proposto pelo IPHAN. "Existem duas linhas de produção de doces: os doces coloniais, que surgiram a partir da presença dos imigrantes (passas de pessêgo, passas de goiabada, marmelada branca entre outros doces em calda)  e os doces de bandeja, oriundos da cultura portuguesa", explicou o chefe adjunto da área de Transferência de Tecnologias da Embrapa, João Carlos Costa Gomes.

Segundo ele, a Empresa a nível nacional, também assinou um acordo de cooperação técnica com o IPHAN com temas correlatos em patrimônio genético e o "saber fazer" doces, envolvendo outras unidades de pesquisa no país. "Confirmamos que o IPHAN faria oficinas ao longo do ano - são cinco programadas, sendo a primeira realizada, agora, em Pelotas - para apresentar experiências que eles tinham identificado em outros estados como São Paulo, Ceará, entre outros,  que já tinham essa relação de trabalho entre a Empresa e O IPHAN", esclareceu Costa Gomes, argumentando o fato da oficina ter iniciado pelo sul do Brasil.

O encaminhamento do registro de lugar
O município já possui a identificação geográfica dos doces de Pelotas, uma marca que certifica e atesta a identidade e a qualidade das delícias produzidas no município. Para ampliar o alcance desse selo de procedência, as doceiras da cidade estão sendo capacitadas com o objetivo de alcançar essa certificação, que é conduzida pelo SEBRAE/RS.

A capacitação proposta pelo IPHAN é o registro de lugar, pois há uma ampliação no sentido de uso dos doces, como por exemplo os doces de bandejas, sendo vinculados a uma transferência de significado. "Esses doces não seriam usados comercialmente somente para o consumo, mas para a representação religiosa, como o uso de quindins e outros doces, nas terreiras. Daí o doce passa a ter um outro significado, pois essa tradição está sendo repassada, é uma relação da pessoa com o seu orixá. Isso prova, que a tradição é imutável, há uma transmissão de conhecimento, mesmo que adaptada as condições atuais", argumenta a técnica do IPHAN/RS, Beatriz Freire. Ela ainda se refere a questão de que a tradição para o IPHAN está relacionada a duas condições: coletividade (base social) e continuidade no tempo. 

Segundo Beatriz, a ideia é que até o final de 2017 seja concedido o registro de lugar ao saber fazer doces, especialmente os coloniais  ao município de Pelotas. A primeira oficina foi de busca e guarda do conhecimento dos produtores doceiros do município, tendo as equipes representantes do IPHAN do Ceará, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo, que conheceram e manteram contato direto com os doceiros na Fenadoce, nesta quarta-feira, 7 de junho. 

A primeira Oficina  é uma promoção conjunta do APL Alimentos, IPHAN, Embrapa Clima Temperado, Prefeitura Municipal de Pelotas, Emater/RS-Ascar, Sebrae, UFPel, UCPel e Sindicato das Indústrias de Conservas de Pelotas.

Cristiane Betemps (MTb 7418/RS)
Embrapa Clima Temperado

Telefone: (053) 3275-8215

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/