Técnicos do projeto Binacional de desenvolvimento Integral da bacia do Rio Putumayo e Purus (Pedicp) e Projeto Especial Pichis-Palcazú (PEPP) executados no Peru participaram de curso sobre “Métodos de avaliação de sequestro de carbono”. O evento, realizado de 23 a 25 de maio, no Centro de Treinamento da Embrapa Acre, contou com apoio financeiro do Ministério das relações exteriores do Brasil e Peru. O curso, ministrado pelo pesquisador Falberni de Souza Costa, mostrou as vantagens e desvantagens dos métodos utilizados para estimar o sequestro de carbono no solo de florestas, na agricultura, e agropecuária. Segundo o pesquisador, na primeira etapa é importante apresentar os diferentes métodos de verificação da quantidade de carbono no solo. “Conhecer os métodos para saber lidar com as diferentes escalas de estimativas de carbono é fundamental para obter dados mais precisos do carbono sequestrado em solo de floresta”, comenta. De acordo com o pesquisador, no método tradicional as medições são feitas em amostras de solo coletadas no campo e analisadas em laboratório. “Embora seja de amplo uso, tem limitações como os que utilizam modelagem matemática, acoplado ou não a sistema de informações geográficas, ou dados de satélites” acrescenta. Segundo o diretor de Recursos Naturais e Meio Ambiente do Pedicp, Mauro Vazquez Ramirez, um dos participantes do curso, conhecer as experiências da Embrapa Acre com o sequestro de carbono foi uma oportunidade de aprendizado. “Temos interesse em incluir a venda de estoques carbono como alternativa de captação de recursos financeiros internacionais para Peru. O curso pode ser nosso ponto de partida”, comenta. Na segunda etapa da capacitação, os técnicos vão aplicar o conhecimento adquirido nas áreas onde desenvolvem suas atividades. Para discutir e avaliar o trabalho, o pesquisador Falberni vai fazer uma visita técnica à região de Iquitos, em 2018. Articulação Internacional A atividade faz parte do projeto “Fortalecimento de capacidades locais para o manejo e aproveitamento sustentável de espécies florestais madeireiras e não madeireiras nas bacias dos rios Javari e Purus”, financiado pelas agências Brasileira (ABC) e Peruana (APCI) de Cooperação Internacional. De acordo com a chefe de Transferência de Tecnologia e Articuladora Internacional da Embrapa, Patrícia Drumond, o curso é fruto de uma articulação entre os governos brasileiro e peruano que começou em 2012. “Essa é a primeira ação desenvolvida no âmbito do projeto. Também estão previstas reuniões de avaliação e mais duas capacitações, uma na área de micropropagação de mudas in vitro de espécies madeireiras e não madeireiras, e outra com foco no manejo florestal de precisão”, explica.