09/06/17 |   Segurança alimentar, nutrição e saúde

Capacitação para monitoramento do projeto BioFORT é realizado na Embrapa Cocais

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Foto: Flávia Bessa

Flávia Bessa - Pesquisadores, analistas, articuladores e parceiros participam da capacitação

Pesquisadores, analistas, articuladores e parceiros participam da capacitação

Dia 8 de junho, na Embrapa Cocais, foi realizado treinamento para uso dos formulários de monitoramento de ações e alcance, no Maranhão e Piauí, do projeto BioFORT, que agrega vitaminas a alimentos que já fazem parte da dieta da população local, como macaxeira, feijão, milho e batata doce. O objetivo da capacitação foi orientar empregados da Embrapa e parceiros para uso de métodos, ferramentas e procedimentos de coleta de dados para monitorar a transferência de tecnologia dos cultivos biofortificados desenvolvidos pela Embrapa. Foram treinados pesquisadores e analistas da Embrapa Cocais e Embrapa Meio-Norte, articuladores e parceiros do Sistema SAF: Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural do Maranhão – AGERP e Secretaria de Agricultura Familiar do Maranhão.

Segundo Graciela Vedovoto, economista da Secretaria de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Embrapa, indicadores de monitoramento e avaliação são indicadores de medição que revelam o progresso ou dificuldade para alcançar os objetivos estabelecidos ou resultados de projeto. No caso do BioFORT, é formado por um conjunto de planilhas de coleta de dados específicos (número de cultivares, de multiplicadores, produtores com acesso às sementes, de publicações, cartilhas etc) para as ações do Maranhão e do Piauí e que tem como efeito secundário o estreitamento de laços entre os articulares do projeto na Embrapa Cocais, Meio-Norte e instituições parceiras.

“Começamos por Maranhão e Piauí, estados-vitrine da biofortificação e nos quais os cultivos biofortificados ganharam mais espaço, tendo estrutura e ambiente propícios, principalmente em função da necessidade nutricional da população e da qualidade do capital humano multiplicador do projeto. Posteriormente, essa capacitação será estendida aos outros estados brasileiros que aderiram ao cultivo de biofortificados, como Minas Gerais, Sergipe, Rio Grande do Sul, Bahioa, Paraná, Rio de Janeiro, entre outros. Além disso, saber sobre processos, produtos e resultados é uma demanda não só dos gestores do projeto e das instituições investidoras (Embrapa e Harvest Plus), mas também da sociedade que paga a conta”, detalhou.

O secretário de agricultura de Alto Alegre-MA, José Patrício Oliveira, participou do treinamento, e avaliou a iniciativa: “Foi de grande relevância essa capacitação. Os técnicos presentes falam a mesma linguagem e são conhecedores da realidade do projeto em seus respectivos estados e localidades. Avalio como positivo e bastante proveitoso. Creio que refletirá na qualidade das ações e nos benefícios gerados”.

Da Secretaria de Estado da Agricultura Familiar, veio a superintendente de Articulação de Políticas públicas, Adelana Santos, que destacou que o grande benefício do monitoramento das ações do BioFORT, não só no Maranhão como também no Piauí, é o fato de permitir visão macro do andamento do projeto, e não somente local. Segundo ela, esse panorama deverá permitir avaliação mais ponderada e fortalecimento da iniciativa.

Maranhão colhe os frutos do BioFORT - No Maranhão, os cultivos biofortificados, implantados desde 2006 pela Embrapa Meio-Norte, estão presentes em cerca de 20 municípios. A atuação da Embrapa Cocais no projeto abrange duas frentes: as ações advindas do Acordo de Cooperação Técnica entre a Embrapa e o Governo do Estado do Maranhão, assinado em abril deste ano,  para transferência de tecnologia em cultivos biofortificados, visando à segurança alimentar e nutricional, especialmente para as comunidades e regiões mais carentes; e do projeto de transferência de tecnologia e de comunicação empresarial aprovado no âmbito do Macroprograma 4 da Embrapa, que engloba 38 Escolas Casas Familiares Rurais - CFRs, oito projetos sobre os sistemas agrícolas consorciados e 15 sobre Sistemas Integrados Alternativos para Produção de Alimentos, conhecido como "Sisteminha Embrapa”.

São muitos os exemplos de pessoas que transformaram suas vidas a partir do projeto BioFORT no Maranhão. Uma delas é a agricultora Lúcia Miranda, de Alto Alegre. Ela conheceu os cultivos biofortificados em um dia de campo e logo quis aplicar a tecnologia em sua propriedade. A Secretaria de Agricultura de sua cidade, em parceria com a Agerp, deu assistência técnica e a Embrapa Cocais contribuiu com kits de irrigação por gotejamento e o solar. “Antes da adoção dessa tecnologia, eu não conseguia retorno do que eu plantava, porque não tinha técnica. Hoje a minha produção é muito melhor. Como os produtos biofortificados tem um sabor diferenciado, especialmente a batata-doce, investi também nos derivados dos cultivos. Faço pães, bolos, caldos que são muito bem aceitos, e ainda são mais nutrituivos, gerando ainda mais renda ao meu negócio”.

Mais sobre o projeto e a biofortificação – O BioFORT tem como objetivo primeiro diminuir a desnutrição e garantir maior segurança alimentar a partir do aumento dos teores de ferro, zinco e vitamina A na dieta da população mais carente. O processo de biofortificação é feito com o cruzamento de plantas da mesma espécie, conhecido como melhoramento genético convencional, gerando cultivares mais nutritivas. Inclusive, o projeto, ao longo do tempo, formou uma rede de pesquisadores no Brasil e no exterior que investe em conhecimento técnico-científico da agronomia e da saúde para obtenção de alimentos mais nutritivos.

A Embrapa Agroindústria de Alimentos, localizada no Rio de Janeiro, lidera o projeto BioFORT, que, por sua vez, faz parte da Rede de Biofortificação no Brasil – Rede BioFORT. Esta rede foi iniciada pelo projeto HarvestPlus, financiado pela fundação Bill & Melinda Gates e pelo Banco Mundial, entre outros, e também inclui o projeto AgroSalud, financiado pela Agência Canadense para o Desenvolvimento Internacional (CIDA), ambos coordenados pela Embrapa Agroindústria de Alimentos.

Parcerias - Para atingir os resultados esperados, o BioFORT congrega mais de 150 pessoas em diferentes áreas do conhecimento e em 14 Estados brasileiros. A rede interage com universidades, centros de pesquisa nacionais e internacionais, associações de produtores, governo, prefeituras e organizações não-governamentais.

Para saber mais acesse http://biofort.com.br/

Flávia Bessa (MTB 4469/DF)
Embrapa Cocais

Telefone: 98 3878-2222

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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