07/01/15 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Artigo - A Embrapa Tabuleiros Costeiros em Sergipe

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Foto: Saulo Coelho

Saulo Coelho - Manoel Moacir Macedo, chefe-geral da Embrapa Tabuleiros Costeiros

Manoel Moacir Macedo, chefe-geral da Embrapa Tabuleiros Costeiros

Manoel Moacir Costa Macêdo - Chefe-Geral da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE), PhD pela Sussex University, Brighton, Inglaterra

*Artigo originalmente publicado no semanário Cinform

 

A mudança social em curso altera velozmente o modo de viver das pessoas, e provoca demandas constantes e variadas. Os cenários previamente formulados estão em crise, assim como os modelos tradicionais de desenvolvimento. As organizações são desenhadas para atender às distintas contingências sociais, políticas, ambientais, alimentares, econômicas, dentre outras. Uma "mudança de época" em que predomina a complexidade. Nesse contexto, está inserida a Embrapa Tabuleiros Costeiros, sediada em Aracaju, uma das 46 Unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, organização pública federal, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, que tem como missão "viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da agricultura em benefício da sociedade brasileira".

As ações da pesquisa agropecuária federal no Estado de Sergipe não são de hoje. Registros históricos, anotados pelo pesquisador da Embrapa, Luiz Alberto Siqueira, revelam que em 1924, teve origem a Escola Agrotécnica Federal de São Cristóvão advinda do então Patronato São Mauricio, no Governo de Graccho Cardoso. O objetivo era "oferecer cursos de aprendizes e artífices a crianças e adolescentes com problemas de ajustamento social e emocional" – um problema a ser resolvido, uma dívida social do País com os seus filhos ainda pendente.

O marco temporal da pesquisa agropecuária federal no Estado de Sergipe data de 1933, com a criação do "Campo de Sementes de Coqueiro". A partir de então, transformações e nominações consolidam as ações da Embrapa no estado, que "remonta à Unidade de Pesquisa Agropecuária de Âmbito estadual (UEPAE) de Quissamã, em 1975, à UEPAE Aracaju em 1978, e o Centro Nacional de Pesquisa de Coco em 1993, para a atual Embrapa Tabuleiros Costeiros". A contemporânea modelagem de atuação da Embrapa em Sergipe ancora-se num centro ecorregional que tem como atuação as unidades de paisagem dos Tabuleiros Costeiros e Baixada Litorânea, numa amplitude territorial de 10 milhões de hectares e quase 600 municípios, da Bahia ao Ceará. Na perspectiva de um novo contrato social, onde se prioriza a relação entre saúde, nutrição, meio ambiente e agropecuária, o papel da Embrapa em Sergipe propõe superar a visão polarizada entre a "maximização da competitividade" do agronegócio e a "diversificação das economias locais" da agricultura familiar, a formação de arranjos produtivos locais e os valores da sustentabilidade como se fossem excludentes.

Nessa direção, a Embrapa sedia uma equipe de 64 pesquisadores, num total de 215 empregados, aproximadamente uma centena de projetos de pesquisa em parceria com agentes públicos e do sistema produtivo nas diversas áreas de pesquisa, a exemplo de piscicultura, citricultura, agroecologia, cocoicultura, ovinocultura, biotecnologia, melhoramento genético vegetal e animal, gestão do conhecimento, transferência de tecnologia, prospecção de demandas, avaliação de impactos, socioeconomia, dentre outras; parte alocados nos campos experimentais de Itaporanga D'Ajuda, Frei Paulo, Nossa Senhora das Dores e Neopólis, na plataforma laboratorial em Aracaju, e outra parte em parcerias com o setor produtivo, unidades da Embrapa, universidades, a exemplo da UFS e Unit; das secretarias da Agricultura e do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia e suas vinculadas (Emdagro, Cohidro, Pronese, Fapitec, IPTS, SergipeTec), Codevasf e outros centros nacionais e internacionais de investigação científica. Merece destaque a Unidade de Execução de Pesquisa localizada em Rio Largo, região metropolitana de Maceió, vinculada à Embrapa Tabuleiros Costeiros, prioritariamente direcionada à geração de tecnologia em cana-de-açúcar para os diversos fins, aí incluídos os fins energéticos, uma estratégia científica revolucionária de retirar etanol de segunda geração de palha de cana.

Os impactos dos resultados de pesquisa nos sistemas produtivos dos Tabuleiros Costeiros nordestinos, a exemplo do milho, mandioca, feijão, citros, pecuária, coco, meio ambiente, agroecologia, dentre outros, avaliam o papel histórico da pesquisa agropecuária na correção dos desequilíbrios regionais e mudança na estrutura econômica e social das regiões periféricas, criando cadeias produtivas mais complexas e fortalecendo o setor terciário, além de permitir a coesão social. A Embrapa em Sergipe tem o protagonismo de liderar a pesquisa com a cultura do coco no Brasil. Alberga a maior coleção de coqueiros gigantes da América Latina, o mais expressivo banco de germoplasma de mangaba, a destacada genética de ovinos Santa Inês, e as seletivas e experimentais soluções aos monocultivos do milho e dos citros.

Orgulha-nos dizer que afora o seu papel de "viabilizar soluções de pesquisa", apoiamos projetos de responsabilidade social, como a ressocialização de apenados, e acolhemos estagiários e bolsistas de organizações de ensino estaduais, nacionais e internacionais para desenvolverem os seus projetos de pesquisa nas instalações da Embrapa em Sergipe, e em maior proporção que o número dos nossos colaboradores. Não menos destacado, é o altruísmo de quase dez pesquisadores da Embrapa que ministram cursos de pós-graduação e orientarem dezenas de dissertações de mestrado e doutorado na UFS e na Unit, sob o manto da cooperação acadêmica, um ethos da comunidade científica.

Núcleo de Comunicação Organizacional - Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE)
Embrapa Tabuleiros Costeiros

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Telefone: 79 4009-1381

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Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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