1º Simpósio da Sober Norte começa nesta quinta-feira em Belém (PA)
1º Simpósio da Sober Norte começa nesta quinta-feira em Belém (PA)
A Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural (Sober) realiza o seu primeiro simpósio na região Norte nesta semana, na capital paraense, com o tema “A crise econômica e o futuro da agropecuária no Norte: desafios e potencialidades”.
O evento acontece na sede da Sudam (Tv. Antônio Baena, 1113) e tem abertura solene nesta quinta-feira (22), às 10h, com o presidente da Sober, Marcelo José Braga, e autoridades locais. Em seguida, às 10h50min, o coordenador-geral de Estudos e Análises do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Garcia Gasques, profere aula magna a respeito do tema do simpósio.
Pela Embrapa Amazônia Oriental, o pesquisador Jair Carvalho participa de um painel que discute o mercado de produtos agropecuários da região, no qual ele falará sobre o açaí, na quinta-feira (22) a partir das 16h. Enquanto na sexta-feira (23), a partir das 9h30min, o pesquisador Alfredo Homma divide com seu colega Zander Navarro, da Secretaria de Inteligência e Macroestratégia da Embapa, um painel que trata das potencialidades e desafios dos estados da região Norte frente à conjuntura econômica atual.
O evento prossegue durante a quinta e sexta-feira (23) durante todo o dia. Para a programação completa, clique aqui.
Agriculturização - Para o pesquisador Alfredo Homma, o simpósio da Sober chega ao Pará para colocar em discussão diversos temas com o objetivo principal de promover o desenvolvimento da agricultura regional. Entre eles, o processo de agriculturização que está em curso em vários estados da Amazônia Legal, em contraposição ao processo de pecuarização que dominou a região a partir dos anos 1960, com a criação rodovias e políticas de incentivos fiscais.
Nos últimos anos, o avanço da agricultura no Pará levou a mandioca, que historicamente ocupava a primeira posição em área plantada, a ser ultrapassada pela soja. Em terceiro lugar aparece o milho, seguido de reflorestamento, dendezeiro e cacaueiro. “São megaculturas, todas com áreas superiores a 200 mil hectares. Essas atividades passaram a ocupar as áreas de pastagens degradadas, de roçados e de culturas abandonadas nascendo uma nova agricultura mais intensiva”, avalia Homma.
De acordo com o pesquisador, o Pará já experimentou um primeiro processo de agriculturização, quando imigrantes japoneses introduziram as lavouras de juta e pimenta-do-reino. Foram culturas que trouxeram grande contribuição para a economia regional mas não conseguiram se consolidar como modelo de desenvolvimento estável. No caso da pimenta, a inconstância está relacionada ao aparecimento da fusariose, em 1957, e às oscilações de preço. “Expande numa determinada comunidade ou município, traz uma prosperidade momentânea vistas nas feiras do interior, aparece o Fusarium ou a queda dos preços, para então decrescer”, avalia Homma.
Os mercados de carne bovina, açaí, dendê, madeira, insumos modernos, entre outros tópicos, também serão debatidos durante o simpósio. Uma questão que também não pode ser deixada de lado, segundo Homma, é o desafio de integração dos pequenos produtores no processo de agriculturização. “Acreditamos que este conjunto de ideias que serão expostas poderão contribuir para a busca de uma agricultura paraense mais sustentável”, conclui o pesquisador.
Vinicius Soares Braga (MTb 12.416/RS)
Embrapa Amazônia Oriental
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