04/02/15 |   Pesca e aquicultura  Produção vegetal

Pesquisador apresenta aquaponia a agentes multiplicadores em SE

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Foto: Ilustração - Vicente Henrique

Ilustração - Vicente Henrique - Infográfico demonstra como funciona o sistema

Infográfico demonstra como funciona o sistema

A Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) realizou nesta terça-feira (3) uma reunião técnica sobre aquaponia e sua aplicação para Sergipe. Sob a coordenação do pesquisador Paulo Carneiro, que lidera estudos e pesquisas sobre o tema iniciados em 2014, o evento reuniu representantes de diversas instituições de fomento ao desenvolvimento regional, como BNB, banco do Brasil, Emdagro, Codevasf, Sebrae, Fapitec e secretarias estaduais da Agricultura e do Desenvolvimento Econômico.

O objetivo do encontro, segundo o chefe de Transferência de Tecnologia da Unidade da Embrapa, Ronaldo Resende, foi reunir agentes públicos de desenvolvimento que atuam em Sergipe para apresentar a aquaponia, apontar suas potencialidades e articular parcerias tanto para a continuidade das pesquisas quanto para ações de transferência da tecnologia aos produtores rurais e do meio urbano.

Na ocasião, o pesquisador Paulo Carneiro mostrou o funcionamento do sistema de aquaponia, uma técnica pela qual se cultivam vegetais hidropônicos associados à produção de peixes. O termo 'Aquaponia' é derivado da combinação das palavras "Aquicultura" (produção de organismos aquáticos) e 'Hidroponia' (produção de plantas sem solo).

Os dejetos orgânicos produzidos pelo peixe, após filtragem biológica sob ação de bactérias, nutrem a produção de vegetais que,  por sua vez, devolve a água limpa para os peixes. Um ciclo que propicia economia de água de quase 90% em relação ao cultivo convencional. "Em tempos de severas secas e grande escassez hídrica no Brasil, essa técnica apresenta um grande potencial", ressaltou o pesquisador.

Demonstração
Após uma apresentação teórica feita no auditório da Unidade em Aracaju, os convidados seguiram para as margens do lago Alberto Nery, dentro da Embrapa, para ver de perto como funciona uma unidade demonstrativa do sistema, instalada no segundo semestre de 2014 dentro das ações do projeto de pesquisa liderado por Carneiro.

Tanques plásticos abrigam tambaquis em fase de crescimento e engorda, enquanto geram resíduos que são bombeados com a água até o elemento superior, onde são cultivadas sem uso de terra hortaliças folhosas, frutas e legumes. O sistema gera produtos orgânicos saudáveis a um custo baixo e com impacto ambiental extremamente reduzido.

Carneiro destacou que o sistema tanto pode ser desenvolvido para consumo próprio, em aplicação doméstica para atender a famílias de baixa renda, inclusive no meio urbano, em casas e até apartamentos, como também com objetivo comercial, em produção intensiva, com altas densidades de peixes e vegetais, produzindo alimentos diferenciados, livres de agrotóxicos e antibióticos, minimizando os riscos de contaminação química e biológica no meio ambiente.

"Um projeto como esse funcionaria muito bem no Semiárido", comentou Genivaldo Monteiro, assessor técnico da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec). As casas, sítios e o comércio, na região rural do Semiárido são muito distantes. A aquaponia produz alimentos saudáveis, com pouco consumo de água e pouco tempo de trabalho", complementou Genivaldo. "É maravilhoso o quanto se pode associar ciência e tecnologia com o social e encontrar soluções para áreas hostis como o semiárido". complementou.

"Promissor", disse o analista técnico do Sebrae - Sergipe, Helenilson de Jesus Oliveira, gestor do Programa de Agronegócio.  Ele conta que o Sebrae já trabalhou com o PAIS (Produção Agroecológica Integrado Sustentável), que propaga as boas práticas de produção, manipulação  e armazenamento de alimentos.  "O programa deu muito certo", disse.   "Os  kits para o produtor custavam cerca de R$ 10 mil e o de aquaponia custa menos de R$ 3 mil, e junto com o Banco do Brasil pode-se implementar um programa dirigido aos produtores em pouco tempo", acredita.  

Saulo Coelho e Ivan Marinovic (MTb/SE 1065 e MTb/DF 1634/09/58)
Embrapa Tabuleiros Costeiros

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