Inovações da pesquisa para cultura da soja são destaque da Embrapa na Expodireto Cotrijal
Inovações da pesquisa para cultura da soja são destaque da Embrapa na Expodireto Cotrijal
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apresentará quatro tecnologias que trarão vantagens competitivas aos produtores, na Expodireto Cotrijal, de 09 a 13 de março, em Não me Toque (RS). São elas: a coinoculação para melhorar a produtividade da soja e do fejião e ainda tecnologias e orientações quanto ao manejo de pragas e de fertilidade do solo, além de indicação de uso da soja na alimentação humana.
Durante o evento, a Embrapa irá abordar a influência do potássio (K) na produtividade da soja. Segundo o pesquisador Cesar de Castro, da Embrapa Soja, tem sido frequente o aparecimento de sintomas de deficiência de K em lavouras de soja, caracterizados por uma clorose nas folhas superiores da planta. Segundo Castro, cada tonelada de grãos de soja retira de 20 a 25 kg/ha de K2O. Por isso, a adubação com o potássio deve ser bem planejada, visando atender a alta exportação na cultura da soja. A recomendação dos pesquisadores é que a aplicação desse nutriente seja realizada no sulco de semeadura, desde que a dose aplicada seja inferior a 50 kg/ha de K2O. Para doses maiores, deve-se aplicar parte do fertilizante em cobertura. "Antes de realizar a adubação, faça de análise de solo para avaliar a disponibilidade do nutriente, bem como a quantidade de fertilizante a ser aplicada", orienta o pesquisador. "Em complemento, pode-se realizar a análise foliar para avaliar o estado nutricional da lavoura".
O pesquisador Adilson de Oliveira Júnior, da Embrapa Soja, também pretende abordar a relevância do Fósforo (P), nutriente que mais limita a obtenção de altas produtividades de soja, principalmente, em áreas recém-incorporadas ao sistema de produção. De acordo com o pesquisador, em lavouras com sintomas de deficiência de P, as plantas apresentam redução de porte, de área foliar e consequentemente, de produtividade. Cada tonelada de grãos de soja, retira de 10 a 13 kg/ha de P2O5. "A adubação com fósforo deve ser realizada visando corrigir a deficiência desse nutriente em solos com baixa disponibilidade ou atender a exportação na cultura da soja, no caso se solos com adequada disponibilidade de P (adubação de manutenção)", recomenda Oliveira. Antes de realizar a adubação, o pesquisador reforça a necessidade de que seja feita a análise de solo para avaliar a disponibilidade do nutriente e a quantidade de fertilizante a ser aplicada. "Como complemento, o produtor pode realizar a análise foliar para avaliar o estado nutricional da lavoura", destaca.
Tecnologia de Coinoculação
Os produtores de soja e de feijão têm um novo aliado para o aumento de produtividade e da sustentabilidade de seus sistemas de produção: a tecnologia de coinoculação, que consiste em combinar a inoculação das sementes com bactérias de Bradyrhizobium para a soja, ou Rhizobium para o feijoeiro com a inoculação com Azospirillum, uma bactéria promotora de crescimento. A tecnologia foi desenvolvida em parceria com a empresa Total Biotecnologia o produto é o Azototal Max. "É a primeira vez, em mais de 50 anos, que se recomenda um novo tipo de bactéria para as culturas da soja e do feijoeiro, que não sejam rizóbios", comemora a pesquisadora Mariangela Hungria, da Embrapa Soja.
As pesquisas para desenvolvimento da tecnologia de coinoculação da soja e do feijoeiro iniciaram em 2009. Nos três primeiros anos foram conduzidos nove experimentos, em Londrina e em Ponta Grossa, PR. A principal comparação foi entre dois tratamentos controle, o primeiro sem o uso de inoculante e o segundo com reinoculação anual com Bradyrhizobium para a soja e Rhizobium para o feijoeiro (práticas recomendada pela Embrapa) e o tratamento de coinoculação com rizóbios e Azospirillum. Os estudos confirmaram que a reinoculação anual da soja proporciona um incremento médio no rendimento de grãos de 8,4% em relação às áreas que não são inoculadas anualmente.
A surpresa veio do resultado da nova tecnologia: os ensaios de campo mostraram que, com a coinoculação houve um incremento médio de 16,1% no rendimento da soja, em relação às áreas não inoculadas. No caso do feijoeiro, a reinoculação anual resultou em um incremento médio de 8,3%, em relação ao tratamento não inoculado, enquanto que a coinoculação com Azospirillum resultou em um incremento adicional de 14,7%. Ainda com o feijoeiro, em relação ao controle não inoculado, a coinoculação de Rhizobium e Azospirillum resultou em um incremento de 19,6%, em relação às áreas não inoculadas. Mais informações técnicas podem ser obtidas no site da Embrapa Soja (www.cnpso.embrapa.br/coinoculacao) e informações comerciais sobre o produto no site da Total Biotecnologia (http://www.totalbiotecnologia.com.br).
MIP-soja
Segundo pesquisadores da Embrapa, o MIP-soja é uma tecnologia de manejo das pragas que visa principalmente manter o ecossistema da soja o mais próximo possível do equilíbrio. Esse equilíbrio biológico permite a sustentabilidade da lavoura e a preservação do meio ambiente em longo prazo, evitando o uso abusivo de inseticidas. Sendo assim, o MIP-soja promove o controle racional dos insetos-pragas através da associação de diferentes táticas, entre as quais estão, por exemplo, o uso de cultivares mais resistentes as pragas, o controle biológico e o uso de inseticidas que por sua vez devem ser utilizados apenas quando necessários, priorizando-se os produtos mais seletivos aos insetos benéficos e mais seguros ao homem e meio ambiente.
Na safra 2013/2014, o Instituto Emater, em parceria com Embrapa, conduziu 50 Unidades de Referência (URs), em propriedades agrícolas paranaenses para avaliar o impacto da utilização do Manejo Integrado de Pragas. O monitoramento realizado no Paraná mostrou que a aplicação de inseticidas foi reduzida pela metade - 2,6 aplicações - nas URs assistidas pelo Emater, enquanto que em áreas em que não se fez o MIP, a média foi de 5 aplicações. "Os resultados mostram ser possível reduzir o uso de agroquímicos no controle de pragas da soja e assim, propiciar melhorias na renda do produtor de soja e minimizar o impacto ao ambiente", ressalta o pesquisador Osmar Conte da Embrapa Soja.
Soja na alimentação humana
O consumo da soja na alimentação é mais comum nos países orientais, onde a soja está inserida na dieta alimentar diária. Este grão é um alimento que tem como características marcantes o alto teor de proteína, de ferro entre outros ingredientes. Segundo a pesquisadora Vera Benassi, da Embrapa Soja, para os indivíduos que apresentam intolerância ao glúten e para aqueles que, mesmo não sendo celíacos, tem sensibilidade a esta proteína, a soja pode ser uma alternativa para enriquecer o cardápio.
Por isso, a Embrapa lançou o livro "Orientações e receitas para uma alimentação com soja e livre de glúten", que ressalta que a dieta é importante porque além de propiciar o desaparecimento dos sintomas, evita a ocorrência de complicações. O livro apresenta, em 80 páginas, informações sobre a doença celíaca, opções para se cozinhar sem o glúten e 39 receitas adaptadas e testadas na Cozinha Experimental da Embrapa Soja. "A maioria dos ingredientes utilizados é comum nos supermercados, mas vários itens são encontrados apenas em lojas especializadas em produtos integrais ou naturais", diz Vera Benassi.
Formas de aquisição:
1 - Setor de Publicações da Embrapa Soja
Telefone: (43) 3371-6119 /
E-mail: cnpso.vendas@embrapa.br
2 - Livraria Virtual da Embrapa:
http://vendasliv.sct.embrapa.br/liv4/principal.do?metodo=iniciar
Lebna Landgraf (MTb 2903-PR)
Embrapa Soja
Contatos para a imprensa
soja.imprensa@embrapa.br
Telefone: 43 3371-6061
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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