21/07/17 |   Produção animal  Transferência de Tecnologia

Parceria público-privada impulsiona pecuária bubalina no Marajó (PA)

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Foto: Ronaldo Rosa

Ronaldo Rosa - A IATF utiliza sêmen de reprodutores com genética superior

A IATF utiliza sêmen de reprodutores com genética superior

O secretário adjunto Afif Jawabri e a coordenadora de produção animal, Edith Piqueira, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e de Pesca (Sedap), visitaram a Unidade de Pesquisa Animal Felisberto Camargo na manhã desta sexta-feira (21), anexa a sede da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém (PA). O encontro foi um momento de reforçar a parceria entre as duas instituições e apresentar os trabalhos desenvolvidos pela Unidade Demonstrativa dos projetos Promebull e Promebull Marajó, que atuam na melhoria da pecuária bubalina nacional e regional.

A comitiva foi recebida pelo chefe-geral Adriano Venturieri, o líder do projeto Promebull Marajó, Ribamar Marques e o supervisor da fazenda, Rodrigo Sales. Segundo o secretário adjunto Afif Jawabri, a importância do trabalho da Embrapa e os avanços que a Unidade tem propiciado à agropecuária regional são inquestionáveis e na conjuntura atual, em que ambas as instituições passam por dificuldades com redução de custos, atuar de mãos dadas, unindo forças, é a saída para avançar o setor produtivo do estado.

O chefe-geral Adriano Venturieri analisou que o momento é de vislumbrar oportunidades e que o reforço das parcerias públicas e privadas é cada vez mais importante para a Embrapa continuar atuando no desenvolvimento regional.

Promebull Marajó - Um exemplo dessa união de forças em prol do desenvolvimento de cadeias produtivas no Pará é o Promebull Marajó. Liderado pela Embrapa Amazônia Oriental em parceria com a Sedap, a Associação Paraense dos Criadores de Búlafos (APCB) e a Central de Biotecnologia Reprodução Animal (Cebran), da Universidade Federal do Pará (UFPA), o projeto selecionou dezenas de propriedades em três municípios do arquipélago e por meio da técnica de Inseminação Artificial de Tempo Fixo (IATF) e espera iniciar uma nova geração de búfalos leiteiros na região.

A meta é ousada e visa o nascimento de centenas de bezerros com genética superior para incrementar a pecuária bubalina leiteira na ilha do Marajó.

De acordo com Ribamar Marques é a primeira vez que a região recebe uma ação massiva de inseminação em um número tão grande de animais, em um mesmo período. Ele enfatiza que a meta do Promebull é alavancar a pecuária leiteira bubalina no Marajó e com isso, aumentar a geração de emprego e renda por meio do fortalecimento da produção familiar e consequente qualificação na produção do queijo do Marajó.

IATF – Serão selecionados cerca de 500 animais em 37 propriedades dos municípios de Soure, Salvaterra e Cachoeira do Arari, os mais representativos em produção de leite do arquipélago.

O médico veterinário Tomaz Maia, responsável pelas inseminações, explicou que após a seleção, os animais passaram por exames para a garantia de sanidade, como brucelose e tuberculose, e também quando à capacidade de fertilidade. O passo seguinte foi a administração de medicamentos para indução cio e desde o início de julho, a inseminação artificial com a utilização de sêmem de animais selecionados, fornecidos pela Embrapa e Cebran/UFPA. Para garantir os 400 bezerros previstos, o projeto vai monitorar a prenhez das vacas e repetir o protocolo de inseminação, caso necessário. 

O veterinário explicou que entre as diversas vantagens da IATF ou Inseminação Artificial por Tempo Fixo é conhecimento da qualidade do reprodutor, gerando descendentes de genética superior, além do controle sobre o período de parição, o que facilita o manejo das crias e consequente, redução de custos aos produtores. 

Aumento de produtividade - Com um rebanho de cerca de 30 cabeças, a produtora familiar Zuila de Andrade Gonçalves tem grandes expectativas com o Promebull. A propriedade dela foi uma das selecionadas e espera, nos próximos anos, quintuplicar a capacidade de produção de leite diária que hoje não ultrapassa de dois quilos por animal. “Meu sonho é conseguir fornecer 100 quilos por dia com dez vacas”, relata a produtora.

Com búfalas mais produtivas ela pode reduzir o número de rebanho e assim investir mais alimentação, com o plantio do pasto para a estação de seca e demais manejos que, juntos, garantem à produtividade desejada. 

O Marajó concentra atualmente cerca de 450 mil cabeças de bubalinos, o maior rebanho do Pará, dos quais, apenas pouco mais de cinco mil são destinados à pecuária leiteira. A média de produção de leite é de quatro quilos de leite/dia por animal e por meio do Promebull espera-se chegar a 10 quilos/dia. Para isso, o projeto preconiza a difusão de sistemas de produção, os quais abrangem boas práticas em sanidade, nutrição e melhoramento genético. 

Kélem Cabral (MTb 1981/PA)
Embrapa Amazônia Oriental

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