Mapa prepara ação para evitar entrada de nova raça de fungo que ataca plantações de banana
Mapa prepara ação para evitar entrada de nova raça de fungo que ataca plantações de banana
Um dos maiores produtores mundiais de banana, o Brasil trabalha para manter a sanidade das áreas de plantio da cultura. Até o final de agosto, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) deve lançar alerta fitossanitário para iniciar campanha de prevenção contra a raça 4 tropical do Mal do Panamá – doença considerada hoje a principal ameaça aos bananais em todo o mundo. Em 2016, o país plantou cerca de 485 mil hectares da fruta, com produção de 6,8 milhões de toneladas e exportações de US$ 21,04 milhões, o equivalente a 64,4 mil toneladas.
De acordo com o Departamento de Sanidade Vegetal (DSV) do /Mapa, o alertaorientará sobre a adoção de medidas para prevenir a introdução no Brasil da raça 4 tropical do fungo (Fusarium oxysporum f. sp. cubense), causador do Mal do Panamá. Essa nova raça foi detectada pela primeira vez em 1990 e está provocando grandes perdas no sul da Ásia. Além de ter se alastrado por países asiáticos e da Oceania, ela já atingiu o Oriente Médio e chegou a Moçambique (África).
O Brasil convive desde a década de 1950 com a raça 1 do fungo, endêmica em todo o mundo, lembra o chefe da Divisão Prevenção, Vigilância e Controle de Pregas do DSV, Ricardo Kobal. “A raça 1 do Mal do Panamá atinge a variedade de banana maçã, causando grandes perdas na produção." No continente americano, a raça 4 ainda não foi encontrada e sua introdução poderia trazer sérios problemas à produção da fruta. Isto porque as variedades prata, nanica e nanicão, que representam quase 90% das bananas plantadas no Brasil, são suscetíveis à raça 4 tropical do fungo.
Campanha
Por meio do alerta fitossanitário e de demais materiais da campanha, produzidos por grupo de trabalho formada pelo Mapa e pelo Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), serão dadas informações a técnicos, produtores e ao público em geral sobre quais precauções devem tomar para prevenir a entrada da doença no território nacional.
As principais formas de disseminação da doença são mudas de banana contaminadas; restos de plantas doentes; solo contaminado com o fungo, que pode ser transportado involuntariamente no solado de sapatos, roupas ou em máquinas agrícolas; uso de ferramentas de desbaste infectadas com o fungo; e água de irrigação com presença de esporos do fungo. Depois que um local é contaminado, o fungo pode sobreviver no solo por mais de 20 anos ou ainda em hospedeiros intermediários (ervas daninhas específicas).
Pessoas que viajam ao sul da Ásia, Oceania, Oriente Médio e Moçambique, onde já está presente a raça 4 tropical do fungo, devem tomar cuidados extras. “Como solo contaminado ajuda a disseminar a doença, é importante que viajantes vindos dessas regiões limpem o que fica de terra nos sapatos e lavem as roupas antes de embarcar de volta ao Brasil." Também devem evitar trazer objetos feitos com palha de bananeira, por exemplo.
A matéria também está disponível no site do Mapa. Acesse aqui.
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