Desempenho do tomate BRS Nagai é destaque nas cinco regiões do Brasil
Desempenho do tomate BRS Nagai é destaque nas cinco regiões do Brasil
Em meio à nova geração de tomates híbridos desenvolvidos pelo programa de melhoramento genético da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF), merece destaque o desempenho do BRS Nagai em diferentes cultivos em todas as cinco regiões do Brasil - o sucesso vem sendo registrado de Norte a Sul, do Sudeste ao Nordeste, passando pelo Centro-Oeste.
Uma façanha não muito comum nas variedades de tomate cultivadas em diversas regiões, tendo em vista as diversidades e as respectivas características de cada uma delas, notadamente num país de dimensões continentais como o Brasil. Essa diversidade de microclimas, solos e sistemas de produção representa um fator limitante para uma maior adaptabilidade dos materiais de tomateiro em escala nacional. A explicação para a boa performance é dada pelo pesquisador e coordenador do programa Leonardo Boiteux, que aponta a quantidade de genes de resistência do híbrido como a principal fiadora dos bons resultados.
“Se for somado o teor de patógenos que o BRS Nagai individualmente protege, temos uma quantidade em torno 32 resistências, o que representa uma grande vantagem de adaptabilidade com relação a outros materiais genéticos de tomate”, observa Boiteux. Para exemplificar, ele alinha alguns dos resultados obtidos pelo híbrido que terminam por conferir ao tomate BRS Nagai características genéticas que atuam contra os mais importantes grupos de patógenos que ameaçam a cultura.
Segundo o pesquisador, no Nordeste (CE e BA), os genes de tolerância e de resistência preservam as plantas contra os nematoides das galhas, contra o vírus do vira-cabeça (transmitidos por tripes) e os geminivírus (transmitidos por mosca-branca); no Sudeste (SP, PR, SC e RS)) são os mesmos patógenos reforçados pela presença ocasional da mancha bacteriana e pinta bacteriana. E no Norte (RO), a principal característica do híbrido assume uma grande importância ante o problema das altas temperaturas, que favorecem as doenças foliares, principalmente a provocada pelo estenfílio, neutralizado pelos genes de resistência do BRS Nagai.
MENOR DEMANDA DE INSUMOS
Além dos genes de resistência, o híbrido ainda tem outros predicados, como uma menor necessidade de nitrogênio – 200 kg por hectare tem sido o indicado para a obtenção de bons resultados. E para a produção orgânica, uma boa notícia: o BRS Nagai possui excelente tolerância ao cobre, uma das poucas moléculas utilizadas por esse sistema de produção como proteção às doenças foliares. “Ele vai bem no sistema orgânico justamente por essas características de baixa demanda de insumos – a questão do cobre e as resistências múltiplas fazem do Nagai um ótimo material para esse tipo de cultivo”, acentua Boiteux.
SATISFAÇÃO DOS PRODUTORES
Para o produtor Nabor Kondo, da cidade paulista de Mogi-Mirim, além da tolerância e resistência a doenças que costumam arrasar lavouras de tomateiro, há mais pontos a acrescentar. “Até no ponteiro o BRS Nagai permanece um tomate firme, graúdo, e eu não tenho nenhuma dúvida em recomendar a outros produtores do Norte ao Sul do Brasil porque é garantia de bons negócios”, sustenta Kondo, parceiro do ex-produtor de mandioca Orlando Santos, no plantio do BRS Nagai.
“Quando conheci o seu Nabor, estava sem recursos e sem trabalho e quando ele me apresentou o tomate, fizemos uma parceria e consegui me levantar de novo”, comemora Santos.
SERVIÇOS
Lançado em 2011 pela Embrapa Hortaliças, o BRS Nagai tem suas sementes vendidas pela empresa Agrocinco, que detém os direitos de comercialização, de acordo com as normas da Lei de Inovação nº 10.973/04. Maiores informações pelo telefone (19) 3879-6787 ou pelo e-mail agrocinco@agrocinco.com
Anelise Macêdo (MTB 2.748/DF)
Embrapa Hortaliças
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