13/03/15 |   Mecanização e Automação

Pesquisadores australianos capacitam brasileiros em plataforma APSIM

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Foto: Saulo Coelho

Saulo Coelho - Facilitadores da CSIRO conduziram curso

Facilitadores da CSIRO conduziram curso

Cientistas da Divisão de Pesquisas em Ecossistemas da CSIRO (Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation - agência oficial de pesquisas do governo australiano) capacitaram, de 10 a 12 de março, em Aracaju, pesquisadores brasileiros na plataforma APSIM, uma ferramenta de modelagem de sistemas agrícolas e previsões para auxiliar produtores na tomada de decisões sobre a produção.

Realizado na Universidade Tiradentes (Unit), o curso contou com 25 participantes de todo o Brasil, entre pesquisadores de Unidades da Embrapa, professores e pós-graduandos de universidades parceiras e cientistas de institutos de pesquisa. A organização foi da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) e Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás, GO), em parceria com a CSIRO, Unit e Escola Superior de Agricultura Luiz de Queroz (Esalq-USP).

Os facilitadores do CSIRO foram o líder de pesquisas em sistemas de produção tropicais, Peter Thorburn, e o pesquisador em sistemas de produção, Neil Huth, com apoio da pesquisadora de pós-doutorado, a brasileira Mariana Pares Andreucci. O curso teve ainda o apoio didático dos pesquisadores Inácio de Barros, da Embrapa Tabuleiros Costeiros – coordenador do evento,
Alexandre Bryan Heinemann, da Embrapa Arroz e Feijão, e Fábio Marín, da ESALQ-USP.

A plataforma
Com foco no aumento da produtividade com sustentabilidade, o programa APSIM (sigla em inglês para Simulador de Sistemas de Produção Agrícola) é uma plataforma de modelos desenvolvida para a simulação dos efeitos da interação entre processos biofísicos (solo, clima, doenças e pragas) e os aspectos técnicos do desempenho dos sistemas agrícolas e rendimento de culturas. O objetivo é prever, com a maior precisão possível, os resultados econômicos e ecológicos relacionados ao manejo e em face ao risco climático.

Um grande diferencial da aplicação é que foi construída de forma participativa, com atuação e intervenção direta dos produtores em conjunto com os pesquisadores. "Além de ter resultado numa ferramenta interativa, amigável e de uso facilitado para quem não possui grande conhecimento em informática, isso contribuiu para aumentar o potencial de adoção pelos agricultores, muito também pela grande amplitude de aplicação das simulações", avalia Inácio de Barros.

Nos três dias da capacitação, os participantes foram apresentados aos aspectos gerais da ferramenta, bem como a interagir com as funções, construir e interligar simulações, gerar gráficos, projetar mudanças climáticas e planejar ações como rotação de culturas, irrigação, fertilização e combate a pragas e doenças.

Impressões
Para o professor do Departamento de Ecologia da Universidade Federal de Sergipe, Alexandre Pinto, o curso foi extremamente proveitoso. Ele teve o primeiro contato com o APSIM durante o treinamento, e considerou a atuação dos instrutores fundamental para facilitar o aprendizado. "Trabalho com agroecossistemas e os efeitos do uso da terra na dinâmica de carbono e nitrogênio, e vejo no APSIM uma ferramenta interessante para nos ajudar a compreender e prever o funcionamento desses sistemas, a fim de mitigar as emissões de gases do efeito estufa decorrentes. Temos boas perspectivas de firmar parceria com CSIRO e Embrapa para aprofundarmos seu uso nas nossas pesquisas", avaliou.

A pesquisadora do Programa de Engenharia de Processos do Instituto de Tecnologia e Pesquisas (ITP-Unit), Manuela Leite, trabalha com modelagem de redes neurais artificiais. Ela participou do curso a convite da Unit, e considerou a ferramenta muito interessante de fácil manejo. "Esperamos estreitar os contatos com CSIRO e Embrapa para diversificarmos as linhas de pesquisa no ITP, utilizando o APSIM para sistemas agrícolas em Sergipe", acredita.

Na avaliação de Peter Thorburn, que já esteve no Brasil em três oportunidades anteriores para disseminar conhecimentos sobre o APSIM, o aproveitamento do curso foi excelente, com participantes aplicados e dedicados durante o curso, com considerável rapidez de aprendizagem. "Tivemos um retorno de avaliações com 75% como ‘excelente' e 25% como ‘muito bom', o que nos deixou muito satisfeitos", revelou.

Para ele, o mais importante é compreender a fundo os sistemas de produção e melhorar a sustentabilidade da agricultura e o modelo é uma ferramenta com esse objetivo.

Sobre as perspectivas de adoção e aplicação ampla da ferramenta nos sistemas de produção brasileiros, ele acredita que o APSIM e outros modelos em geral podem ajudar a Embrapa e outras instituições nacionais a desenvolver sistemas de produção mais sustentáveis. "A CSIRO reconhece amplamente a importância do Brasil em termos de segurança alimentar e bioenergia para o mundo, e a Embrapa é uma parceira-chave no fortalecimento das relações internacionais para fortalecer a produção global de alimentos", declarou.

Parcerias
Inácio adiantou que, no âmbito de um protocolo de cooperação já existente entre Brasil e Austrália, CSIRO e Embrapa já articulam ações concretas para aplicação do APSIM em sistemas de produção de coco e cana nas regiões produtoras mais relevantes do país.

Eles já possuem um modelo desenvolvido para a cana, que pretendemos adaptar às condições específicas do nosso país, e juntos pretendemos desenvolver o modelo para a produção de coco, com foco na revitalização e aumento de produtividade da cultura e prevenção de doenças relevantes que podem ameaçar as lavouras no futuro, como o amarelecimento letal.

Mais fotos
Para ver a galeria completa de fotos do curso sobre APSIM em Aracaju na rede social Flickr, clique aqui.

Saulo Coelho (MTB/SE 1065)
Embrapa Tabuleiros Costeiros

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