20/03/15 |   Natural resources

Embrapa Hortaliças marca presença em evento sobre sustentabilidade na agricultura

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Photo: Milza Lana

Milza Lana -

A relação entre a questão da água e as perdas pós-colheita foi o principal foco da abordagem feita pela pesquisadora Milza Lana, da área de Pós-Colheita da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF), durante dia de campo sobre o uso sustentável da água na agricultura, realizado no dia 17 de março último, na zona rural de Rio Preto, região do Distrito Federal.

Para um público formado por técnicos da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal- Adasa, da Emater-DF e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, a pesquisadora fundamentou sua apresentação na questão do desperdício de alimentos relacionado ao desperdício da água.  Segundo ela, quando se fala em evitar perda de água na agricultura, o princípio da discussão passa, geralmente, pelas iniciativas voltadas para economia hídrica durante a produção do alimento, a exemplo da irrigação - em linhas gerais, se o produtor faz uso de um sistema mais eficiente, isso resultará em uso mais sustentável da água. Mas em sua apresentação, Lana mostrou que existem outras vertentes que considera igualmente importantes e que fazem parte de sua área de atuação.

"Outra maneira de um uso mais sustentável da água é reduzir a perda de alimentos, porque o produtor não vai ter que produzir mais para repor o que foi jogado fora, tendo em vista todos os recursos utilizados – adubo, terra, água, petróleo... A redução é importante para que haja menos pressão sobre o uso desses recursos", acentuou.

Para reduzir as perdas de alimentos é preciso entender quando e porque essas perdas ocorrem. Conforme sua explicação, elas acontecem em todos os elos da cadeia produtiva, isto é, na produção, distribuição e nas residências, e a grande dificuldade em reduzi-las reside no fato de que muitas vezes a perda que ocorre num elo da cadeia foi causado em outro. Há, por exemplo, um manuseio incorreto da hortaliça no campo que gera uma perda no mercado, ou no consumidor.

O inverso também acontece: um mercado muito exigente que só aceita produto com determinado padrões, o que gera uma perda no campo já que parte da produção agrícola não é comercializada em razão disso. O mesmo raciocínio se aplica a outros elos da cadeia. "A perda que ocorre nas residências pode derivar de um acondicionamento incorreto do alimento (deixar um produto perecível em condição ambiente, quando ele teria maior vida útil se fosse refrigerado) ou por uma causa anterior (o produto foi exposto de maneira inadequada no mercado)".

CAUSAS ESTRUTURAIS

Algumas perdas também podem ter causas estruturais, apontadas como as mais difíceis por ser relacionadas e não dependerem de uma ação isolada do produtor, comerciante ou consumidor. "Há problemas pós-colheita por causa de uma estrada ruim, por embalagens que danificam o produto, por canais de comercialização onde o alimento "passeia" antes de chegar ao local de venda", registra Lana. Por outro lado, há instrumentos que podem fazer a diferença no quesito da redução de perdas, tanto do lado do produtor quanto do consumidor.

A Embrapa Hortaliças desenvolveu dois trabalhos que podem ser enquadrados dentro desse contexto: um na produção – com a montagem de uma área sombreada, o uso de carrinho para a colheita e uma mesa adaptada para o manuseio das hortaliças para serem utilizados pelo produtor. Para o consumidor, o site ‘Hortaliças na Web', que além de incentivar o consumo ensina a reduzir o desperdício. "O primeiro ajuda a diminuir as perdas causadas por exposição ao sol e lesões na hortaliça durante a colheita, e o segundo traz informações sobre como comprar sem danificar e como conservar no ambiente doméstico".

Idealizadora das ferramentas criadas para ajudar na redução de perdas na pós-colheita, a pesquisadora confessa que gostaria de ver prosperar uma maior conscientização de que a redução dessas perdas e do desperdício de alimentos é também uma questão ambiental. Mas não apenas. Para a pesquisadora, seria recomendável da parte dos técnicos da extensão rural uma ação mais integrada com os demais elos da cadeia nas atividades de melhoria da pós-colheita junto aos produtores.

"Seria desejável que eles tentassem envolver o atacado, o varejo e o consumidor final nessas ocasiões, para que todos entendessem que uma ação em um setor tem impacto no outro – ou eles trabalham juntos para resolver o problema de perdas, ou ações isoladas terão pouco impacto no final", sentencia.

 

Anelise Macedo (2.749/DF)
Embrapa Hortaliças

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