20/03/15 |   Agroenergia  Agroindústria

Agregar valor a resíduos do dendezeiro é possível

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

Foto: Maria Luisa Fonseca

Maria Luisa Fonseca - Roberto Yokoyama aposta nos híbridos

Roberto Yokoyama aposta nos híbridos

Cachos vazios de dendê se transformam em substrato para cultivo de cogumelos ou fonte energética para produção de adubo orgânico fosfatado. Cascas servindo como carvão ativado. Efluentes são aproveitados no cultivo de algas. Fibra de prensagem fornecendo carotenóide - substância que atua como precursora de Vitamina A para alimentação humana. Estes são exemplos de como é possível agregar valor a coprodutos e resíduos da cadeia da palma de óleo (dendezeiro), tema de workshop realizado esta semana no Pará.

O evento aproximou pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa e representantes do setor produtivo durante dois dias (18 e 19), quando foram apresentadas ações do projeto DendePalm, liderado pela Embrapa Agroenergia (Brasília-DF) em parceria com diversas instituições, assim como as demandas da indústria foram elencadas aos pesquisadores.

"Esse trabalho foca no uso de matérias primas provenientes do BRS Manicoré - híbrido de dendê e caiaué desenvolvido pela Embrapa a partir do cruzamento entre as espécies Elaeis guineensis X Elaeis oleifera (HIE)", relata o pesquisador Marcos Enê, da Embrapa Amazônia Oriental (Belém-PA), coordenador técnico do workshop juntamente com a pesquisadora Simone Mendonça, da Embrapa Agroenergia.

"Os híbridos são uma oportunidade de o Brasil estar na dianteira desse processo, que ainda precisa de muito estudo", diz Roberto Yokoyama, diretor da indústria Denpasa (onde ocorreu a visita técnica da programação) e presidente da Câmara Setorial Federal da Palma de Óleo. Ele aposta na variedade híbrida Manicoré, mas ressalta que "é preciso desenvolver um sistema de prensa e um equipamento de separação de amêndoas, pois atualmente no mercado o que existe é para o híbrido Tenera".

A pesquisadora Simone Mendonça comenta a essência do projeto: "esperamos transformar o que hoje é resíduo em coprodutos valorizados pela indústria, de modo que o processamento de dendê possa se integrar ao conceito de biorrefinaria".

Tanto empresários como pesquisadores consideram que a disponibilidade de sementes de qualidade, o aumento do número de variedades disponíveis e a valorização econômica de todos os coprodutos do processamento ainda são desafios para estimular investimentos.

O volume do que sobra é equivalente a 75 por cento de cada tonelada de dendê que entra na indústria. "Cada tonelada de cachos de dendê gera cerca de 250 quilos de óleos e os 750 quilos são cachos vazios, fibras, cascas e efluentes. Atualmente, esses resíduos são aproveitados como fertilizantes ou queimados em caldeiras para gerar energia", explica Marcos Enê

Adriano Venturieri, chefe geral da Embrapa Amazônia Oriental, ressaltou durante o workshop que a questão dos coprodutos e resíduos da cadeia produtiva da dendeicultura, além de ser importante para o Pará e a Amazônia, é tema prioritário de pesquisa na instituição. (Texto elaborado com a colaboração das jornalistas Ana Laura Lima, da Embrapa Amazônia Oriental e Vivian Chies, da Embrapa Agroenergia).

Izabel Drulla Brandão (MTb 1084/PR)
Embrapa Amazônia Oriental

Contatos para a imprensa

Telefone: (91) 3204 1200

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Encontre mais notícias sobre:

dendecoprodutos-e-residuos-do-dende