11/08/17 |   ILPF

Pesquisador João K recebe prêmio da Abag

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Foto: Edilson Fragalle

Edilson Fragalle - João K recebeu o prêmio da ABAG em São Paulo

João K recebeu o prêmio da ABAG em São Paulo

O pesquisador João Kluthcouski recebeu o Prêmio Norman Bourlag, pela sua contribuição à agricultura tropical. A homenagem foi feita durante o 16º Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizado em São Paulo (SP) pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) na última segunda-feira (7). João K, como é mais conhecido, foi um dos idealizadores do sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), atualmente implantado em pelo menos 11,5 milhões de hectares no Brasil.

O Troféu Norman Bourlag é concedido anualmente pela Abag a uma personalidade do agronegócio. Doutor em Agronomia pela Universidade de São Paulo, João K está na Embrapa desde 1974, atuando na área de manejo de solos e culturas graníferas e sistemas de produção, com ênfase em Integração Lavoura-Pecuária.

“Em primeiro lugar, o parabéns é para a Embrapa, que nos dá a condição de trabalhar. Em segundo lugar, esse prêmio é o mais importante do agronegócio brasileiro. E em terceiro lugar, isso mostra que nossa vida na Empresa não passou em branco, e que apesar dos problemas, os resultados estão aí”, afirma João K.

Para o pesquisador, o direcionamento do prêmio deve ser feito à Embrapa por ter, junto com outras instituições de pesquisa, transformado o Brasil, importador de alimentos até os anos 1970, a grande exportador. “O primeiro passo foi recuperar solos tropicais ácidos e inférteis. Depois, Irineu Bays e Romeu Kiihl tropicalizaram a soja. O terceiro passo foi a introdução do Sistema Plantio Direto por um produtor do Paraná. O quarto passo foi iniciado pela ABCZ*, que trouxe o gado zebu Nelore da India. Importamos da África a braquiária e hoje temos uma grande variedade de forrageiras gramíneas e leguminosas. O sexto passo foi fazer duas safras de grãos ao ano. E todos esses passos foram colocados nos sistemas ILP e ILPF, que permite recuperar solos arenosos e trazer sustentabilidade ao meio ambiente, gerar renda e empregos, além de maior eficiência agronômica. Mais recentemente, o girassol surge como nova potência do Cerrado nos sistemas de integração. Esse foi o grande papel das instituições de pesquisa e a Embrapa foi protagonista, permitindo que isso se tornasse uma realidade”, explica.

João K estende seu agradecimento ao produtor rural brasileiro: “O diferencial do Brasil em relação aos demais países é o nosso produtor, que é ousado e competente. Se não fosse ele, de nada adiantaria o trabalho da pesquisa”, frisou. O pesquisador também ressalta a importância das parcerias que o apoiaram nas ações de pesquisa e transferência de tecnologia ao longo da carreira na Embrapa. “Hoje, temos a Rede de Fomento ILPF e outros parceiros privados. Mas o produtor que nos abre a fazenda e cede maquinário e insumos também é um parceiro. Temos que homenagear e valorizar nossos parceiros”, defende.

O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, em comentário aos gestores da Empresa, também homenageou o pesquisador. “É um orgulho para todos nós da Embrapa ter um colega reconhecido de forma tão absoluta e unânime por feitos que têm um grande impacto no presente e que sem dúvida irão marcar a trajetória futura da agricultura brasileira de maneira profunda”, afirmou, destacando que João K é o exemplo vivo de persistência e perseverança. “Imaginem o desafio que foi, ainda nos anos 1980, propor integrar a produção de grãos com pecuária em sistemas inovadores de base conservacionista e, mais tarde, ousar ainda mais com a inusitada inclusão de florestas em sistemas intensivos, em consórcio com culturas anuais e forrageiras, consolidando o conceito ILPF”, completou.

Conselhos aos mais jovens

Com a experiência de mais de 40 anos de serviços prestados à Embrapa e à agricultura brasileira, João K se sente confortável para aconselhar os colegas mais jovens. “São sete pilares que, com certeza, conduzirão à eficiência: inteligência, humildade, determinação, muito trabalho, iniciativa, bom senso e honestidade. A juventude da Embrapa que seguir esses pilares será feliz”, garante o pesquisador.

Ele ensina que o reconhecimento por um trabalho muitas vezes não é imediato. “Muitas vezes, demora muito tempo. Mas para quem deixar sua marca, ele virá um dia. É como a justiça divina”, compara. Perguntado sobre qual seria a melhor recompensa, João K entende que não é uma promoção ou dinheiro. “A melhor recompensa é, no mínimo, um parabéns, tendo ao menos mais uma pessoa para ouvi-lo. O parabéns reenergiza e motiva as pessoas”, afirma.

Agradecimento à Embrapa Cerrados

O pesquisador faz questão de agradecer à Embrapa Cerrados, unidade em que está lotado desde 2013 – até então, havia trabalhado na Embrapa Arroz e Feijão, em Santo Antônio de Goiás (GO). “Quando o (José Roberto) Peres (ex-chefe geral) e o (Luiz Carlos) Balbino (ex-chefe de Transferência de Tecnologia) me convidaram, foi como se tivesse nascido de novo. Sou muito grato à Embrapa Cerrados, que me fez renascer. Que Deus nos dê energia para que possamos continuar o trabalho”, diz.

*ABCZ: Associação Brasileira dos Criadores de Zebu

Breno Lobato (MTb 9417-MG)
Embrapa Cerrados

Contatos para a imprensa

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Mais informações sobre o tema
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