Produzir alimentos saudáveis conservando os recursos naturais, respeitando os saberes locais e ainda promover o desenvolvimento rural sustentável, está no cerne da agroecologia, tema que vem ganhando o mundo e até as mesas. Na Embrapa Amazônia Oriental, essa temática conquista mais força a partir desta segunda-feira, 30/03, com a criação, em Belém, do Núcleo Puxirum Agroecológico. Serão dois dias evento para apresentar o núcleo que aborda o assunto voltado à realidade amazônica, com foco na agricultura familiar e como contribuição ao Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), do governo federal.

Nos dias 30 e 31 de março, ocorre a oficina de criação do núcleo, na sede da Embrapa, com a primeira etapa de sensibilização e nivelamento dos participantes quanto a princípios, conceitos, dimensões da agroecologia e os processos de transição agroecológica. Integram ainda a programação, relatos de experiências e oportunidades em agroecologia para o Pará, assim como as políticas e instrumentos que contemplam o tema, em especial, na perspectiva amazônica de pesquisa e transferência e intercâmbio.  

Tatiana Sá, pesquisadora da Embrapa e coordenadora do projeto, fala que entender o potencial da agroecologia na Amazônia é um grande desafio, pois envolve diversos fatores que vão desde agricultura familiar, o extrativismo, os Sistemas Florestais (SAFs) e a pecuária. Ela explicou que a Embrapa tem o papel fundamental de desenvolver tecnologias de suporte às políticas governamentais, como a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo) e o Planapo.

O Núcleo Puxirum Agroecológico envolve diversos atores como instituições de pesquisa, universidades, gestores públicos e representantes dos produtores por meio de associações e cooperativas e foi aprovado em 2014 mediante chamada do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O objetivo é atuar na construção e intercâmbio de conhecimento agroecológico voltado à realidade amazônica, ao mesmo tempo, garantir as demandas nacionais Planapo, que entre outras, prevê a influência na agenda produtiva e de pesquisa na construção de um modelo de desenvolvimento sustentável, com qualidade de vida da população no campo e na cidade, por meio do uso sustentável dos recursos naturais e da oferta e consumo de alimentos saudáveis.