01/04/15 |   Mudanças climáticas  Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação  Recursos naturais

Artigo: 2015 - Ano Internacional do Solo, ação coletiva e colaboração para cuidar do solo e da água

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Divulgação - Da esq. p/ dir.: Beata Madari, Yuri Zinn, Martin Diaz-Zorita, Fabrício Peres, João Oliveira, Adrienne Gardaz (Programme Officer da UNGC) e Vanessa Tarantini (Pacto Global, Brazil)

Da esq. p/ dir.: Beata Madari, Yuri Zinn, Martin Diaz-Zorita, Fabrício Peres, João Oliveira, Adrienne Gardaz (Programme Officer da UNGC) e Vanessa Tarantini (Pacto Global, Brazil)

O solo é um recurso natural não-renovável que, devido à forte urbanização da sociedade, crescimento da população e do padrão de consumo-mercado, está sendo exigido acima da capacidade de recomposição.

O solo é uma fina camada superficial da terra, e, similarmente à nossa pele, os solos são o meio sólido de interação do planeta Terra com seu ambiente. A manutenção dos solos em condições de realizar suas funções é fundamental para o bem estar e sobrevivência do planeta.

Dentre as várias funções do solo, destacam-se:

  • É o meio mais importante para a produção agropecuária e, portanto, a principal fonte para alimentação humana;
  • É o meio de produção de biomassa para produção de energia renovável (bioenergia);
  • É filtro natural que mantém os estoques subterrâneos de água doce limpos;
  • É casa de uma biodiversidade imensa que atua na ‘fitness' do solo para ser utilizado e é uma fonte importante para o desenvolvimento de plantas mais saudáveis e de produção de farmacêuticos (por exemplo antibióticos);
  • É fundação para estradas, edificações, cidades e indústrias;
  • É um armazém natural de carbono e água, elementos fundamentais para o equilíbrio e adaptabilidade de ecossistemas terrestres aos eventos climáticos extremos.

A atividade humana é a que gera maior impacto sobre os solos, numa escala e velocidade que está afetando as funções do solo, apesar da grande capacidade dos solos em superar alterações negativas. A preocupação é que as alterações estão avançando em proporções que podem causar problemas e prejuízos. Por exemplo, uma grande voçoroca assoreando rios e lagos tem como consequência prejuízos para o agricultor, que perde este valioso recurso, podendo interferir na quantidade e qualidade da produção agrícola e na segurança alimentar. Afeta também a sociedade, devido à interferência na geração de energia, navegabilidade, deformação da paisagem e outros. Assim, é interesse de todos que seja evitada a degradação dos solos.

O Pacto Global da Organização das Nações Unidas (United Nations Global Compact - UNGC) é uma iniciativa que opera de forma estratégica, tendo como base dez princípios bem aceitos nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção. O objetivo do UNGC é fornecer subsídios aos interessados em apoiar e aplicar, dentro da sua esfera de influência, os princípios preestabelecidos.

No que se refere ao meio ambiente, a UNGC preconiza três princípios: i) adotar abordagem preventiva em relação aos desafios ambientais; ii) desenvolver iniciativas a fim de promover maior responsabilidade ambiental; e iii) incentivar o desenvolvimento e a difusão de tecnologias ambientalmente sustentáveis. 

As orientações para os interessados são divulgadas por meio de "guidelines" ou manuais. Encontra-se em processo de elaboração o "guideline - Princípios Empresariais para o Manejo dos Solos", direcionado para empresas e produtores com informações de práticas sustentáveis em relação aos solos. Este documento foi elaborado em reuniões que ocorreram em Nova York, Bonn, Singapura e Nairóbi. No dia 5 de março de 2015, em São Paulo (SP), houve a reunião regional para a América Latina.  A proposta do grupo responsável pelo "guideline" é que ele seja publicado em 2015, ano internacional do solo.

Participam das reuniões da UNGC, visando à elaboração dos documentos, representantes de empresas, que já aderiram ao Pacto Global e especialistas. Na reunião de São Paulo participaram o professor Dr. Yuri Zinn, da Universidade Federal de Lavras; Dr. Martin Diaz-Zorita, gerente de agronomia para a América Latina da Monsanto BioAg, sediada em Buenos Aires, Argentina; o Sr. Fabrício Peres, gerente da LATAM da Syngenta; o Sr. João Oliveira, coordenador de produção sustentável no Brasil da Syngenta, sediados em São Paulo; a professora Dra. Tsai Siu Mui, diretora da CENA/USP em Piracicaba; o Dr. Matias Ruffo, gerente geral da Bioceres Semillas, sediado em Rosário, Argentina; e a Dra. Beata Emoke Madari, pesquisadora da Embrapa (foto).

O desafio do UNGC é disponibilizar os "guidelines" e conseguir a adesão de empresas privadas e públicas e agricultores que usufruem ou exercem atividades que afetam o solo e entendam seu valor dentro das cadeias produtivas dos seus empreendimentos e os benefícios que o manejo adequado pode agregar ao seu negócio. É também importante que entendam que o mal uso deste recurso natural a nível local tem implicações globais.

Mais informação sobre o Pacto Global das Nações Unidas

www.unglobalcompact.org

www.pactoglobal.org.br

 

Beata E. Madari, Márcia T. M. Carvalho, Pedro L. O. A. Machado, Carlos M. Ferreira
Embrapa Arroz e Feijão

Contatos para a imprensa

Telefone: (62) 3533-2137

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/