Além dos graves problemas acarretados pelo carrapato bovino às raças taurinas, a ceratoconjuntivite bovina infecciosa e o carcinoma ocular também têm causado grandes prejuízos. Esta situação vem motivando a realização de pesquisas conjuntas nas áreas de genética e sanidade animal na Embrapa Pecuária Sul. Com o recente projeto aprovado, intitulado "Ferramentas genéticas para aumentar a resistência a carrapatos, aos agentes da tristeza parasitária, a ceratoconjuntive e ao carcinoma ocular em bovinos de corte" (Sanigene), a Embrapa visa elaborar ferramentas genéticas para aumentar a resistência aos carrapatos, aos agentes da tristeza parasitária bovina, bem como às doenças acimas citadas. Atuam como parceiras do projeto Sanigene as associações das raças Angus, Hereford e Braford, bem como a conexão Delta G, por meio de seus criadores, técnicos e rebanhos, além outras unidades da Embrapa e demais instituições. Um das primeiras fases do projeto é treinar técnicos e produtores para realizarem corretamente a coleta de material para avaliação. No dia 08/04 foi a vez de serem treinados, em Dom Pedrito-RS criadores de Hereford e Braford para coleta de dados fenotípicos para resistência à ceratoconjutivite e carcinoma (em fevereiro foram treinados os técnicos de Angus para coleta de dados fenotípicos para resistência ao carrapato). Para a atividade estiveram presentes os pesquisadores da Embrapa Pecuária Sul Fernando Cardoso, Alessandro Minho e Emanuelle Gaspar, o analista Robert Domingues e o doutorando Bruno Teixeira. Os participantes aprenderam como coletar dados fenotípicos dos animais, amostras de bactérias presentes no globo ocular de animais com sintomas clínicos de ceratoconjuntivite. No treinamento também foi ensinado como identificar o escore do desenvolvimento da doença e o preenchimento correto de formulários de ceratoconjuntivite e carcinoma ocular. O material de ceratoconjuntivite será enviado para análise na Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Os tumores (carcinoma ocular escamoso) coletados no projeto serão enviados para análise no Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF). Todo esse trabalho de identificação fenotípica tem como objetivo identificar animais resistentes e, posteriormente, os genes envolvidos no processo de resistência a essas doenças.