16/04/15 |   Gestão ambiental e territorial

Crise Hídrica e Conservação do Solo: uma Relação Íntima

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Foto: Carlos Dias

Carlos Dias - O secretário de agricultura e pecuária do estado do Rio de Janeiro Christino Áureo abriu o evento

O secretário de agricultura e pecuária do estado do Rio de Janeiro Christino Áureo abriu o evento

No Dia Nacional da Conservação de Solo, 15 de abril, seminário na Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ) uniu o tema ao correto manejo da água no workshop "Solos e disponibilidade hídrica: o meio rural como produtor de água para zonas urbanas".

O evento foi aberto pelo secretário de agricultura e pecuária do estado do Rio de Janeiro Christino Áureo que focou sua apresentação nas atividades do Rio Rural, programa que completa 16 anos em 2015 com ênfase na produção de água e preservação do solo. "Para 2016, ano olímpico, estabelecemos a meta de proteger 2016 nascentes no estado e já estamos bem próximos desse número", revelou Áureo. Além disso, a secretaria pretende facilitar o acesso às análises de solo no estado e tem dado atenção especial a um tema pouco lembrado: a conservação das estradas rurais. "Estradas de terra, quando em mau estado, levam sedimentos para os rios e iniciam processos erosivos", afirmou Christino.

O professor da UFRJ André Avelar aprovou a atenção dada pela secretaria à conservação dessas estradas que ligam as microbacias, afirmando que o estudo ambiental tem que lidar não com a divisão política das cidades, mas sim com os limites "naturais" das microbacias.   

Mata Atlântica e Rio de Janeiro

A degradação da Mata Atlântica, que começou lá atrás com a exploração do pau brasil, foi lembrada pelo pesquisador da Embrapa Solos Aluísio Andrade. "Só resta 7.4% deste bioma, apenas as áreas montanhosas, até pela dificuldade na exploração, conseguem sobreviver intocadas", revelou Aluísio. O aspecto econômico da conservação dos recursos naturais não pode ser esquecido como lembrou Silvia Ikemoto, do Instituto Estadual do Ambiente (INEA-RJ), "a pressão econômica é muito intensa para um estado com extensão territorial tão pequena como o Rio de Janeiro, os recursos hídricos sofrem", afirmou. A proteção aos mananciais foi mais uma vez lembrada, "temos que identificar, recuperar e proteger os mananciais, com políticas públicas", reiterou Ikemoto.

Uma maneira de diminuir a pressão sobre a natureza é pela adoção dos pagamentos por serviços ambientais (PSA) hídricos. Os 50 mil hectares com serviços ambientais no Brasil ainda são pequenos quando comparados aos 2 milhões e 200 mil hectares mexicanos, mas os PSAs têm avançado por aqui. O programa Produtor de Água, da Agência Nacional de Águas (ANA), é um caso de sucesso, com 38 projetos espalhados pelo País. "Na Embrapa os PSAs são foco da pesquisa com resultados animadores. No Rio de Janeiro; em alguns locais, como Rio Claro, por exemplo, os produtores já fazem fila pra participar dos programas", revelou a pesquisadora da Embrapa Solos Rachel Prado.

Águas Subterrâneas

Para beber água de qualidade é necessário conservar o solo o e isso se aplica também no caso dos aquíferos que ainda são pouco conhecidos e não são priorizados como fontes de captação. Em função da crise hídrica seu uso está em crescimento com necessidade de regulação. "É fundamental o conhecimento geológico para a boa gestão dos recursos hídricos, o uso da água subterrânea tem quem ser controlado, a má utilização pode até secar os rios que são alimentados pelos aquíferos", pontuou o professor de geologia da UFRJ Gerson Cardoso da Silva Jr.

Ao final do evento, os participantes se comprometeram em produzir uma carta de intenções, buscando maior representatividade do setor agrícola nos debates relacionados à crise hídrica.      

Carlos Dias (20.395 MTb RJ)
Embrapa Solos

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Mais informações sobre o tema
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