Oficina discute Marco Referencial de Agroecologia na Embrapa
Oficina discute Marco Referencial de Agroecologia na Embrapa
O estado da arte do tema Agroecologia dentro da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária foi tema da oficina “Marco Referencial de Agroecologia da Embrapa: percepções, conquistas e desafios”, realizada nesta quarta-feira (13) dentro da programação do Congresso Latino-Americano e Brasileiro de Agroecologia em Brasília, DF. A atividade foi coordenada pelas pesquisadoras Tatiana Sá, da Embrapa Amazônia Oriental (Belém-PA) e Ynaiá Bueno, do Departamento de Transferência de Tecnologia (DTT) da Embrapa e contou com a participação de diversos empregados oriundos de várias unidades.
Tatiana Sá, que foi diretora-executiva da Embrapa até 2011, lembrou que no início os movimentos sociais olhavam com desconfiança para a Embrapa e a criticavam por não entrar no campo da agroecologia. Somente a partir do ano 2000 a empresa começou a ser convidada para eventos na área e iniciou o diálogo com as entidades externas ligadas ao tema.
“Depois da Constituição de 88 os movimentos sociais foram crescendo e grande parte deles trouxe a agroecologia na sua agenda e começou a cobrar a participação da Embrapa”, disse Tatiana, lembrando que logo em seguida, em 2002, foi criada a ANA – Articulação Nacional de Agroecologia, que congrega os movimentos sociais, e dois anos depois, em 2004, a ABA – Associação Brasileira de Agroecologia, que reúne a academia.
Já o ano de 2005, segundo Tatiana, foi bastante significativo, pois a partir daí começaram a surgir demandas para a Embrapa de mostrar o que estava fazendo no campo da agroecologia. “Decidimos naquele momento usar aquele convite como legitimação do espaço da agroecologia dentro da Embrapa envolvendo todos os grupos que estavam emergindo e a partir daí foi organizado um seminário em outubro de 2005 em Planaltina- DF”. Do encontro, nasceu em 2006 o Marco Referencial em Agroecologia da Embrapa, documento criado por um grupo de trabalho formado por 40 unidades da Embrapa, oito órgãos públicos, três representantes dos movimentos sociais (MST, Contag e ANA) e a ABA.
“A partir daí todos os pontos que foram planejados no marco referencial foram realizados, como cursos de sensibilização em 27 unidades, a contratação de pessoas no concurso de 2006 e subsequentes, programas a nível nacional, publicações e uma série de outras coisas que foram implementadas”, contou Tatiana. Todas essas ações culminaram na ampla participação da Embrapa na construção da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PLANAPO), em que a Embrapa é citada 12 vezes (no II plano).
Para a pesquisadora, a criação de editais para a criação e manutenção dos Núcleos de Agroecologia é o que tem mais alavancado o tema dentro da Embrapa, que já aprovou 10 projetos externos no tema. “O marco referencial foi importante porque veio num momento em que não tínhamos muitas publicações, mas não é o caso de o refazermos. Precisamos na realidade rever dentro da realidade atual qual a função desse documento”, disse Tatiana.
O pesquisador João Carlos Costa Gomes, Chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Clima Temperado, fez uma retomada histórica dos eventos nacionais de Agroecologia realizados no Brasil que culminaram com a realização do primeiro congresso nacional em 2003, em Porto Alegre (RS).
“Havia uma demanda externa tanto dos órgãos públicos, que queriam ver a Embrapa na produção do conhecimento científico em agroecologia, quanto uma releitura dos movimentos sociais sobre a necessidade de Estado e Sociedade trabalharem juntos”, lembrou Costa Gomes.
Sobre a criação do Referencial em Agroecologia da Embrapa, o pesquisador afirmou que “naquele momento foi um farol, uma bússola que permitiu chegar a ter 170 projetos aprovados nos macroprogramas da Embrapa, além da criação de duas redes de pesquisa (agricultura orgânica e transição agroecológica)”.
O Congresso de Agroecologia 2017 é promovido pela Sociedade Científica Latino-Americana de Agroecologia (SOCLA) e Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) e organizado em Brasília por uma comissão formada por representantes da Embrapa, Universidade de Brasília, EmaterDF, Secretarias de Estado do GDF (Seagri e Sedestmidh), IBRAM e ISPN. Conta com o apoio de vários ministérios, organizações e movimentos sociais. O evento é patrocinado pelo BNDES, Itaipu Binacional e Fundação Banco do Brasil. Acompanhe as novidades em www.agroecologia2017.com e nos perfis do Facebook e Instagram.
Irene Santana (MTb 11.354/DF)
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
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