21/09/17 |   Gestão ambiental e territorial

Qualidade física dos solos é influenciada pelo uso e manejo, comprova estudo

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

Foto: Meire Silva

Meire Silva - Propriedade agrícola em Guaraí, TO

Propriedade agrícola em Guaraí, TO

As terras onde predominam solos arenosos distribuem-se em extensas áreas em todas as regiões do Brasil. O uso desses solos na agricultura tem efeito sobre suas características e atributos. Uma equipe da Embrapa avaliou essas consequências em uma área localizada em uma propriedade agrícola em Guaraí, TO, com amostras coletadas em 18 trincheiras para analisar a textura, a estabilidade dos agregados, o grau de floculação das argilas, a porosidade, a densidade, a condutividade hidráulica saturada, a infiltração e a retenção da água pelo solo.

Os solos avaliados não apresentam nenhum dos parâmetros físico-hídricos abaixo dos valores limites de degradação física. A variação da porosidade funcional (macroporosidade) entre as áreas de soja e Cerrado é bem marcante, assim como a variação da condutividade hidráulica saturada no Cerrado. “Como o movimento da água no solo é dependente da sua estrutura e como a porosidade do solo é determinada pela forma como se arranjam suas partículas sólidas, observou-se que a granulometria da fração areia é um dos fatores importantes para a compreensão de seu comportamento, explica a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) Heloísa Filizola.

“A argila aumenta em profundidade em todos os pontos amostrados e diminui, de maneira rápida, ao longo da vertente, dos pontos de cotas mais altas, para as mais baixas. A variação do teor de argila tanto pode estar correlacionada à sua migração e acúmulo em profundidade, como à variação granulométrica do material de origem. Como o grau de floculação é alto, a hipótese de migração da argila em profundidade não se sustenta, assim, essa variação é de origem geológica, ou seja, a rocha sedimentar a partir da qual o solo se originou possui camadas arenosas intercaladas a outras mais argilosas, diz a pesquisadora.

O solo, quando não revolvido, como aqueles sob Cerrado, mantém o sistema radicular conservado influenciando positivamente em sua agregação, na manutenção da porosidade, na aeração e na condutividade hidráulica.

Outra das conclusões geradas pelo trabalho é que ainda não existe conhecimento suficiente para o entendimento da influência da densidade do solo na natureza do sistema estrutural dos poros, já que apesar da forte correlação entre densidade e macroporosidade nos solos do Cerrado, os valores encontrados para a condutividade hidráulica são conflitantes.

“A partir disso, podemos concluir que as avaliações rotineiras sobre a qualidade física de um solo indicam que existe ainda uma lacuna muito grande no conhecimento do funcionamento da água nele”, enfatiza Heloísa.

Com a modificação da porosidade provocada pelo uso do solo, a condutividade hidráulica saturada também se modificaria, mas a magnitude destas modificações estruturais ocasionadas pelo manejo depende da frequência das operações de práticas agrícolas superficiais e subsuperficiais no solo.

Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 72
Heloísa Filizola (Embrapa Meio Ambiente); Ademir Fontana e Guilherme Donagemma da Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ); Manoel Dornelas de Souza (Embrapa Meio Ambiente); Elisandra Bortolon e Leandro Bortolon da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas, TO).

Cristina Tordin (MTb 28.499/SP)
Embrapa Meio Ambiente

Contatos para a imprensa

Telefone: 19 3311 2608

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/