Workshop sobre eficiência alimentar em bovinos no Estado de Goiás
Workshop sobre eficiência alimentar em bovinos no Estado de Goiás
O Workshop de encerramento da 1° Avaliação de Consumo Alimentar Residual em Bovinos de Corte foi realizado na manhã deste sábado, dia 11 de novembro, no auditório José Francisco Valente de Morais, da Embrapa Arroz e Feijão (GO).
Promovido pela Embrapa, pela Associação Goiana dos Criadores de Zebu (AGCZ), Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e parceiros, o evento teve o objetivo de apresentar os resultados finais da primeira avaliação de Consumo Alimentar Residual (CAR) para identificar animais com potencial para beneficiar a exploração pecuária como um todo.
Participaram do workshop pecuaristas, empreendedores e representantes estadual e municipal de Goiás, pesquisadores, autoridades públicas e privadas e fundações de fomento e pesquisa de Goiás.
Na programação do Workshop os técnicos e pesquisadores no Núcleo Regional da Embrapa Cerrados apresentaram os seguintes temas: Centro de Desempenho Animal (Cláudio Ulhôa Magnabosco e Helvio Santos Abbadia); Avaliação de Testes de Desempenho e CAR (Marcos Fernando Costa); e, Resultados da 1ª Avaliação de Consumo Alimentar Residual (Eduardo da Costa Eifert). Após as apresentações, os participantes foram conhecer o Centro de Desempenho Animal com a exposição dos touros participantes da avaliação do CAR.
Centro de Desempenho Animal
O Centro de Desempenho Animal conta com infraestrutura de confinamento com 24 cochos acoplados a balanças eletrônicas, tecnologia nacional da empresa Intergado, capaz de monitorar o consumo e comportamento alimentar de até 180 animais adultos simultaneamente. Os bebedouros são municiados com balanças de pesagem corporal, que quantifica o consumo d’água e o peso dos animais a cada vez que os animais se hidratam. Além deste, conta também com estruturas de apoio, como currais de manejo, galpão de ração, laboratório, almoxarifado e salas de estudos.
O monitoramento do consumo é feito on line pelo sistema, a partir da leitura de brincos RFid, que transmite a cada 10 minutos a um servidor, as informações geradas nos cochos eletrônicos, permitindo a avaliação simultânea e com precisão de um grupo grande de animais. As avaliações tiveram duração de 70 dias, com 20 dias de adaptação, e a dieta consistindo de silagem de milho e 37% de concentrado, simulando um pasto de alta qualidade.
O objetivo do projeto é identificar animais e linhagens superiores para eficiência alimentar, medida através do CAR. Entretando, toda avaliação fenotípica para CAR é complementada com a análise genética, a partir de DNA coletado dos animais, onde se busca identificar marcadores moleculares para esta característica.
O Centro de Desempenho Animal possui como parceiros técnicos a Associação Goiana dos Criadores de Zebu (AGCZ), a Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP), a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), e a Aval Serviços Tecnológicos.
Todo o Centro de Desempenho Animal foi construído com recursos oriundos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), do Fundo para o Desenvolvimento da Pecuária em Goiás (Fundepec/Goiás) e da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco).
Eficiência alimentar e CAR
A eficiência alimentar é uma medida que avalia o quanto o animal produz por unidade de alimento ingerido. Entretanto, esta medida não é adequada para uso em melhoramento genético, pois ganho de peso e consumo estão profundamente associados ao tamanho adulto, o que resulta em aumento de exigência de manutenção dos animais.
Para que a eficiência alimentar seja utilizada em programas de melhoramento genético, o Consumo Alimentar Residual (CAR) é a variável mais adequada, sendo uma medida que é obtida do grupo de animais avaliados e levando em consideração seu peso, sua taxa de ganho diária e a deposição de gordura corpórea, ajustados através de uma equação de regressão, que gera a informação de consumo calculado (ou predito).
Quando o consumo real (observado) é maior que o predito, este animal não é eficiente (CAR positivo); quando o consumo real é menor que o calculado, se diz que o animal é eficiente (CAR negativo).
Nesta 1ª. Avaliação de Consumo Alimentar Residual se observou diferenças de 15,5 e 25,5% entre os extremos de eficiência alimentar (CAR), respectivamente, para as raças Guzerá e Nelore.
Estes valores não querem dizer que uma raça é mais eficiente que a outra, mas que ambas têm variação fenotípica para fazer seleção. A magnitude dos valores reflete a parcela da população usada para obter estes resultados.
A identificação de animais com CAR negativo é importante, pois indicam o animal superior para a característica e a linhagem que lhe deu origem. É um dos objetivos deste projeto, é obter as DEPs (Desempenho Esperado da Progênie) para que se possa fazer a seleção com maior eficiência nesta característica.
O resultado esperado quando um produtor usar um touro melhorador nesta característica é de que seus filhos sejam também eficientes, já que a herdabilidade da característica está na ordem de 50-60%.
Por outro lado, os pesquisadores da Embrapa alertam que a avaliação do CAR apenas não indica um animal realmente melhorador.
O touro melhorador deve ser superior também nas demais características, como as reprodutivas, de crescimento e de qualidade de carcaça, buscando um equilíbrio nas características que compõe os índices zootécnicos da fazenda.
Por isso, participação do animal em testes de avaliação de CAR e em Testes de Desempenho de Touros Jovens é fundamental: ambos os testes se complementam e culminam por indicar os animais mais equilibrados nas diferentes características de interesse da produção pecuária.
Mesa de abertura
Fizeram parte da mesa de abertura o Chefe Geral da Embrapa Arroz e feijão, Alcido Elenor Wander, e representando a Embrapa Cerrados, o Chefe de Transferência de Tecnologia daquela Unidade, Sebastião Pedro da Silva Neto; Antônio Flávio Camilo de Lima, Superintendente Executivo da Secretaria de Agricultura do Estado de Goiás, representando o governador Marconi Perillo; Maria Zaíra Turchi, Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg); Alfredo Luiz Correia, presidente do Fundo para o Desenvolvimento da Pecuária em Goiás (Fundepec-Goiás); Bruno Pinheiro Dias Semeghini, diretor de administração da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco); Chefe Adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados; Maurício Negreiros Veloso, representando a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg); Wagner Miranda, presidente da Associação Goiana de Criadores de Zebu (AGCZ); Gilberto Marques Neto, presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA), representando o prefeito de Goiânia, Iris Rezende.
Hélio Magalhães (4911 MTb MG)
Embrapa Arroz e Feijão
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