30/10/17 |   Segurança alimentar, nutrição e saúde  Transferência de Tecnologia

Cultivos biofortificados no Maranhão serão tema de vídeo da Rede BioFORT

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Na mesma semana em que os holofotes estavam voltados para a Agritec e o BabaçuTec, ocorreram gravações de cultivos biofortificados produzidos nos municípios de Alto Alegre, Urbano Santos e Itapecuru-Mirim. As tomadas de imagens comporão vídeos produzidos pela Rede BioFORT para divulgação dos resultados obtidos com a transferência dessa tecnologia. No Maranhão, os cultivos biofortificados, estão presentes em cerca de 20 municípios e se concentram nas culturas de mandioca, batata doce, milho e feijão.

A Rede BioFORT é o conjunto de projetos responsáveis pela biofortificação de alimentos no Brasil. Coordenada pela Embrapa Agroindústria de Alimentos, tem o objetivo de diminuir a desnutrição e garantir mais segurança alimentar por meio do aumento dos teores de ferro, zinco e vitamina A na dieta da população mais carente. A biofortificação é feito com o cruzamento de plantas da mesma espécie, conhecido como melhoramento genético convencional, gerando cultivares mais nutritivas. Além da qualidade nutricional, são também incorporadas boas qualidades agronômicas (produtividade, resistência à seca e pragas), além de boa aceitação pelo mercado.

“O projeto, ao longo do tempo, formou uma rede de pesquisadores no Brasil e no exterior que investe em conhecimento técnico-científico da agronomia e da saúde para obtenção de alimentos mais nutritivos e diminuição da fome oculta (carência de micronutrientes no organismo), e também em transferência da tecnologia em vários estados, incluindo o Maranhão. Inclusive, este ano, foi assinado Acordo de Cooperação Técnica entre a Embrapa e o Governo do Estado do Maranhão para transferência de tecnologia em cultivos biofortificados, visando à segurança alimentar e nutricional, especialmente para as comunidades e regiões mais carentes”, completa a chefe-geral da Embrapa Cocais, Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin.

Segundo o chefe-adjunto de transferência de tecnologia, Carlos Vitoriano, atuação da Embrapa Cocais no projeto abrange duas frentes: as ações advindas do Acordo de Cooperação Técnica e do projeto de transferência de tecnologia e de comunicação empresarial aprovado no âmbito do Macroprograma 4 da Embrapa, que engloba 38 Escolas Casas Familiares Rurais - CFRs, oito projetos sobre os sistemas agrícolas consorciados e 15 sobre Sistemas Integrados Alternativos para Produção de Alimentos, conhecido como "Sisteminha Embrapa”. 

Engenheiro agrônomo e entusiasta da agricultura familiar José Patrício OliveiraRespeito à cultura alimentar - A essência do programa de biofortificação é enriquecer alimentos que já fazem parte da dieta da população para que esta possa ter acesso a produtos mais nutritivos e que não exijam mudanças de seus hábitos de consumo. E, paralelamente, investe também no desenvolvimento de produtos agroindustriais a partir de matérias-primas biofortificadas. É o que confirma o engenheiro agrônomo e entusiasta da agricultura familiar José Patrício Oliveira, do Sítio São Francisco, município alto Alegre do Maranhão. “Conheci a tecnologia por meio de dia de campo e me interessei de imediato. Como houve resistência da população, de tradição alimentar mais fechada, optamos por produzir as culturas mais relacionadas com a região. E ainda participamos de cursos para processamento de derivados dos cultivos biofortificados, como caldo da batata doce, biscoitos, pães, bolos, escondidinho, sorvete e pizza. Hoje Alto Alegre é conhecido como município do caldo da batata doce, além de outros produtos derivados das pesquisas em biofortificação de alimentos. É uma satisfação e gratificação enorme que sentimos com os resultados desse programa no Maranhão.

Carlos Vitoriano, Chefe de TT da Embrapa Cocais e a agricultura Antónia Lúcia Miranda Carvalho.A agricultora Antónia Lúcia Miranda Carvalho, da Chácara Paraíso em Alto Alegre e que também conheceu os cultivos biofortificados em um dia de campo, se entusiasmou com os novos conhecimento e logo quis aplicar a tecnologia em sua propriedade. “Identifiquei de imediato uma oportunidade de mudar minha vida e realizar meus sonhos. Antes da adoção dessa tecnologia, eu não conseguia retorno do que eu plantava, porque não tinha técnica. Hoje a minha produção é muito melhor. Como os produtos biofortificados tem um sabor diferenciado, especialmente a batata-doce, investi também nos derivados dos cultivos, para que houvesse mais aceitação dos consumidores. Hoje fabrico doces sem convervantes, pães, bolos, caldos, escondidinho, sorvete, biscoito e pizza que são muito bem aceitos e  são mais nutrituivos, gerando ainda mais renda ao meu negócio”.

Parceiros - No Brasil, várias Unidades da Embrapa, em colaboração com universidades e centros de pesquisa, prefeituras, produtores e suas associações, governo, organizações não-governamentais e outros parceiros, inclusive internacionais via o Harvest Plus (www.harvestplus.org), congregando mais de 150 pessoas nas diferentes áreas do conhecimento e em 14 estados brasileiros, apoiam os trabalhos da Rede BioFORT, fazendo com que as novas cultivares cheguem às comunidades rurais mais carentes.Para saber mais sobre o assunto acesse a página http://biofort.com.br/.

Flávia Bessa (MTb 4469/DF)
Embrapa Cocais

Contatos para a imprensa

Telefone: 98 3878-2222

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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