Cultivos biofortificados no Maranhão serão tema de vídeo da Rede BioFORT
Cultivos biofortificados no Maranhão serão tema de vídeo da Rede BioFORT
Na mesma semana em que os holofotes estavam voltados para a Agritec e o BabaçuTec, ocorreram gravações de cultivos biofortificados produzidos nos municípios de Alto Alegre, Urbano Santos e Itapecuru-Mirim. As tomadas de imagens comporão vídeos produzidos pela Rede BioFORT para divulgação dos resultados obtidos com a transferência dessa tecnologia. No Maranhão, os cultivos biofortificados, estão presentes em cerca de 20 municípios e se concentram nas culturas de mandioca, batata doce, milho e feijão.
A Rede BioFORT é o conjunto de projetos responsáveis pela biofortificação de alimentos no Brasil. Coordenada pela Embrapa Agroindústria de Alimentos, tem o objetivo de diminuir a desnutrição e garantir mais segurança alimentar por meio do aumento dos teores de ferro, zinco e vitamina A na dieta da população mais carente. A biofortificação é feito com o cruzamento de plantas da mesma espécie, conhecido como melhoramento genético convencional, gerando cultivares mais nutritivas. Além da qualidade nutricional, são também incorporadas boas qualidades agronômicas (produtividade, resistência à seca e pragas), além de boa aceitação pelo mercado.
“O projeto, ao longo do tempo, formou uma rede de pesquisadores no Brasil e no exterior que investe em conhecimento técnico-científico da agronomia e da saúde para obtenção de alimentos mais nutritivos e diminuição da fome oculta (carência de micronutrientes no organismo), e também em transferência da tecnologia em vários estados, incluindo o Maranhão. Inclusive, este ano, foi assinado Acordo de Cooperação Técnica entre a Embrapa e o Governo do Estado do Maranhão para transferência de tecnologia em cultivos biofortificados, visando à segurança alimentar e nutricional, especialmente para as comunidades e regiões mais carentes”, completa a chefe-geral da Embrapa Cocais, Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin.
Segundo o chefe-adjunto de transferência de tecnologia, Carlos Vitoriano, atuação da Embrapa Cocais no projeto abrange duas frentes: as ações advindas do Acordo de Cooperação Técnica e do projeto de transferência de tecnologia e de comunicação empresarial aprovado no âmbito do Macroprograma 4 da Embrapa, que engloba 38 Escolas Casas Familiares Rurais - CFRs, oito projetos sobre os sistemas agrícolas consorciados e 15 sobre Sistemas Integrados Alternativos para Produção de Alimentos, conhecido como "Sisteminha Embrapa”.
Respeito à cultura alimentar - A essência do programa de biofortificação é enriquecer alimentos que já fazem parte da dieta da população para que esta possa ter acesso a produtos mais nutritivos e que não exijam mudanças de seus hábitos de consumo. E, paralelamente, investe também no desenvolvimento de produtos agroindustriais a partir de matérias-primas biofortificadas. É o que confirma o engenheiro agrônomo e entusiasta da agricultura familiar José Patrício Oliveira, do Sítio São Francisco, município alto Alegre do Maranhão. “Conheci a tecnologia por meio de dia de campo e me interessei de imediato. Como houve resistência da população, de tradição alimentar mais fechada, optamos por produzir as culturas mais relacionadas com a região. E ainda participamos de cursos para processamento de derivados dos cultivos biofortificados, como caldo da batata doce, biscoitos, pães, bolos, escondidinho, sorvete e pizza. Hoje Alto Alegre é conhecido como município do caldo da batata doce, além de outros produtos derivados das pesquisas em biofortificação de alimentos. É uma satisfação e gratificação enorme que sentimos com os resultados desse programa no Maranhão.
A agricultora Antónia Lúcia Miranda Carvalho, da Chácara Paraíso em Alto Alegre e que também conheceu os cultivos biofortificados em um dia de campo, se entusiasmou com os novos conhecimento e logo quis aplicar a tecnologia em sua propriedade. “Identifiquei de imediato uma oportunidade de mudar minha vida e realizar meus sonhos. Antes da adoção dessa tecnologia, eu não conseguia retorno do que eu plantava, porque não tinha técnica. Hoje a minha produção é muito melhor. Como os produtos biofortificados tem um sabor diferenciado, especialmente a batata-doce, investi também nos derivados dos cultivos, para que houvesse mais aceitação dos consumidores. Hoje fabrico doces sem convervantes, pães, bolos, caldos, escondidinho, sorvete, biscoito e pizza que são muito bem aceitos e são mais nutrituivos, gerando ainda mais renda ao meu negócio”.
Parceiros - No Brasil, várias Unidades da Embrapa, em colaboração com universidades e centros de pesquisa, prefeituras, produtores e suas associações, governo, organizações não-governamentais e outros parceiros, inclusive internacionais via o Harvest Plus (www.harvestplus.org), congregando mais de 150 pessoas nas diferentes áreas do conhecimento e em 14 estados brasileiros, apoiam os trabalhos da Rede BioFORT, fazendo com que as novas cultivares cheguem às comunidades rurais mais carentes.Para saber mais sobre o assunto acesse a página http://biofort.com.br/.
Flávia Bessa (MTb 4469/DF)
Embrapa Cocais
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