Os pesquisadores Humberto Brandão e Juliana Gern integram um consórcio de pesquisadores da Embrapa, UFJF, INMETRO e UFRGS, com atividades dentro do escopo da Rede Agronano e do projeto NanoReg grupo Brasil, que foi agraciado com a primeira edição do Prêmio Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), na categoria Desenvolvimento Tecnológico & Inovação (DTI). Por ser uma categoria individual, o prêmio foi atribuído ao engenheiro de telecomunicações, Hideraldo Brasiel de Filippo, mestrando pela UFRGS. A equipe que trabalhou no desenvolvimento do “Opacitômetro Nacional e Melhorado em Substituição à Produto Importado” conta ainda com os pesquisadores Alexandre Balbinot (orientador no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica UFRGS), Michele Munk (UFJF) e José Mauro Granjeiro (INMETRO). O equipamento é uma alternativa ao opaciômetro importado, de custos altos e com grande número de falsos negativos para composto de irritabilidade intermediária. O aparelho é imprescindível para o teste de opacidade e permeabilidade em córnea bovina (BCOP) e é usado para minimizar o uso de animais de laboratório em testes de irritação ocular para novos dermocosméticos e substâncias químicas. Por ser validado e internacionalmente reconhecido, será obrigatório a partir de 2019 para registro de produtos do gênero na ANVISA. “O opacitômetro desenvolvido pela equipe faz o mesmo teste, com melhor grau de confiabilidade, além de possibilitar outros procedimentos. E poderá ser utilizado por vários laboratórios da Rede Agronano em estudos de segurança”, destaca Humberto Brandão, que revela estar em andamento o processo de proteção de propriedade intelectual. Segundo o pesquisador, o opacitômetro nacional vai proporcionar impactos importantes para o país, pois quando se importa um equipamento, o dinheiro que fica retido no Brasil é o gasto com impostos de importação. Caso o equipamento venha a ser produzido comercialmente, todo o recurso fica no Brasil, o que gera industrialização. “O prêmio é também um reconhecimento importante pela grande e real possibilidade do trabalho desenvolvido se tornar um produto comercial nacional de ampla aplicabilidade pelas comunidades científica e industrial que necessitam deste tipo de análise”, frisou. O Prêmio MCTIC de Métodos Alternativos é uma iniciativa da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (SEPED/MCTIC), organizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e Comunicações (MCTIC) com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O Prêmio conta com a colaboração institucional da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e patrocínio do Grupo Boticário. Entre os objetivos estão: revelar talentos, impulsionar a pesquisa científica e o desenvolvimento tecnológico, assim como promover a inovação na temática de métodos alternativos à experimentação animal, sempre voltados ao Princípio dos 3Rs ( Reduction, Refinement and Replacement, da sigla em em inglês). “Houve uma convergência muito grande de opiniões para selecionarmos os projetos vencedores, o que nos dá uma tranquilidade e segurança muito grande de termos selecionado os melhores", afirmou a coordenadora da Comissão Julgadora da premiação, Norma Labarthe. A categoria “Desenvolvimento Tecnológico & Inovação (DTI)” – modalidade individual, está direcionada para quaisquer profissionais graduados e que apresentem propostas relacionadas à temática do Prêmio e ao emprego de metodologias alinhadas ao Princípio dos 3Rs com vistas ao desenvolvimento tecnológico e à inovação e que, quando possível, possam ser incorporadas às ações da Rede Nacional de Métodos Alternativos (Renama). A cerimônia de entrega do prêmio será no dia 29 de novembro, em Brasília, feita pelo Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab.