Conservação e Manejo do Butiá é finalista no Prêmio Nacional de Biodiversidade
05/05/15
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Biodiversidade Recursos naturais
Conservação e Manejo do Butiá é finalista no Prêmio Nacional de Biodiversidade
Foto: Paulo Lanzetta
Muitas espécies de butiás são subutilizadas, mas possuem grande potencial de uso para geração de renda
Pesquisa da Embrapa concorre com 18 propostas e participa de júri popular. A votação pública começa hoje.
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) está realizando a primeira edição do Prêmio Nacional de Biodiversidade, contando com 18 propostas selecionadas em todo o País por integrantes de uma comissão julgadora. Entre os finalistas, na categoria Empresas, está selecionado o trabalho Conservação e Manejo de Butiá (Butia spp.) em colaboração com o setor privado em áreas ameaçadas no Sul do Brasil, liderado pela pesquisadora Rosa Lia Barbieri, da Embrapa Clima Temperado, de Pelotas/RS. Além de ser conhecida a melhor proposta premiada nas diferentes categorias, em solenidade no dia 22 de maio - Dia Nacional da Biodiversidade - começa nesta terça-feira, dia 5, a votação eletrônica ao Prêmio Especial - Júri Popular.
As propostas selecionadas pelos integrantes da Comissão Julgadora, nas categorias Academia, Empresas, Imprensa, Organizações Não Governamentais, Órgãos Públicos e Sociedade Civil, podem participar deste processo de votação pública ao acessar o portal do júri popular, link www.icmbio.gov.br/pnb, e escolher um único projeto, vencendo o mais votado dos 18 finalistas ao Prêmio Nacional de Biodiversidade. A data limite para a votação é até 15 de maio.
O ganhador da categoria Júri Popular, bem como o vencedor de cada uma das demais categorias, serão conhecidos somente na cerimônia de entrega do Prêmio Nacional de Biodiversidade, que ocorrerá no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
O objetivo do MMA, ao promover este Prêmio, é destacar propostas que visem a melhoria ou manutenção do estado de conservação das espécies da biodiversidade brasileira.
Sobre a proposta finalista da Embrapa: Conservação e Manejo do Butiá
A Embrapa desenvolve vários projetos relacionados aos butiazais com o objetivo de promover a conservação in situ e o uso sustentável de populações de butiá (Butia spp.), em colaboração com o setor privado, fornecendo subsídios para políticas públicas e planos de desenvolvimento local e regional relacionados ao uso sustentável da biodiversidade. Realiza também um conjunto de ações para gerar informações e valorizar a biodiversidade associada aos ecossistemas de butiazais, incluindo a caracterização dos serviços ambientais, inventário biológico, monitoramento da flora e da fauna associadas, mapeamento de áreas de conservação in situ em propriedades privadas, estudos da biologia reprodutiva e dinâmica populacional do butiazal, caracterização morfológica e molecular do germoplasma de butiá, resgate do conhecimento popular associado ao uso de butiá, agregação de valor no processamento dos frutos, avaliação de diferentes formas de manejo da produção pecuária associada à conservação in situ dos butiazais em propriedades privadas, sensibilização da opinião pública a respeito dos butiazais e apoio ao desenvolvimento regional, com articulação dos distintos atores envolvidos.
As ações têm contribuído para a redução das ameaças às populações das espécies de butiá no Sul do Brasil, com a valorização dos butiazais como prestadores de serviços ambientais, além da redução da fragmentação e aumento da conectividade entre as subpopulações, devido ao manejo conservativo de butiazais em grandes propriedades rurais.
As atividades iniciaram em 2010, quando a proposta Conservação e manejo de butiá (Butia odorata) em colaboração com o setor privado em áreas ameaçadas no Bioma Pampa foi inserida nas atividades sob responsabilidade da Embrapa no Probio 2 (GEF/Banco Mundial). Outros projetos relacionados aos butiazais foram submetidos posteriormente a vários editais da Capes, do CNPq, da Fapergs e da própria Embrapa, garantindo um complemento de recursos que permitiu a expansão das atividades de pesquisa. Junto com a Fundação Zoobotânica do RS, outra proposta foi contemplada no projeto RS Biodiversidade (GEF/Banco Mundial).
Em 2014, proprietários de quatro fazendas com remanescentes de butiazais, representados pelo Sindicato Rural de Tapes/RS, estabeleceram um contrato com a Embrapa para a realização de mapeamento dessas populações e orientação para o manejo conservativo em suas propriedades, com o aporte de recursos para a execução das atividades. Quatro desses projetos já foram concluídos, um deles termina no final de 2015, e oito seguem em execução pelos próximos anos, com recursos para custeio, equipamentos, diárias, passagens e bolsas de diferentes níveis (iniciação científica, apoio técnico, mestrado, doutorado, pós-doutorado e produtividade em pesquisa). Estudantes de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado têm suas bolsas de estudo vinculadas a esses projetos, o que qualifica os recursos humanos envolvidos na execução das atividades de pesquisa.
Sobre a importância desta proposta participar como finalista nesta premiação, a pesquisadora Rosa Lia Barbieri diz ser um reflexo da importância do trabalho desenvolvido por uma equipe. "Envolve pesquisadores, analistas, estudantes de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado na Embrapa Clima Temperado, e muitas instituições parceiras, com destaque para Fundação Zoobotânica do RS, Instituto Federal Sul Rio grandense (IFSul), Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Prefeitura Municipal de Giruá, Fazenda São Miguel e Sindicato Rural de Tapes, todos do Rio Grande do Sul, e a Universidad de la República, do Uruguai", fala. Ela conta que a proposta foi uma das 888 concorrentes a premiação nacional.
Como o potencial de uso dos butiazais é pouco explorado, a pesquisadora diz que eles vem se tornando uma opção para geração de renda aliada à conservação da biodiversidade. "A produção de conhecimento científico associado às espécies de plantas nativas tem valor estratégico para a manutenção da biodiversidade brasileira e do desenvolvimento socioeconômico regional. Esse prêmio indica que é possível conciliar o desenvolvimento econômico com a conservação da biodiversidade e a inclusão social, no rumo do desenvolvimento sustentável", avalia Rosa Lia. É preciso lembrar ainda que os butiás têm profundas interligações com a cultura e a história das pessoas que habitam os seus territórios.
Cristiane Betemps com colaboração da Assessoria de Comunicação do MMA (MTb 7418-RS)
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