A pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Terezinha Dias participou da X Feira de Sementes Tradicionais Krahô e Encontro de Guardiões da Agrobiodiversidade que aconteceu na Aldeia Manoel Alves, terra indígena Krahô, TO, de 6 a 10 de dezembro de 2017. A feira, organizada em parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Funai, Embrapa e o Instituto de Desenvolvimento Rural de Tocantins (Ruraltins), reuniu 10 aldeias. Na oportunidade, a Ruraltins e a Funai assinaram um termo de cooperação, que amplia a participação da Embrapa na capacitação de extensionistas a partir de 2018, especialmente no que se refere a metodologias participativas de promoção de manejo comunitário da agrobiodiversidade das terras indígenas. O objetivo geral da cooperação é fortalecer ações de promoção e valorização dos sistemas agrícolas tradicionais e diálogo de saberes para a geração de renda e sustentabilidade ambiental em terras indígenas. Prevê também a realização de atividades com os indígenas em ferramentas participativas de promoção do manejo comunitário da agrobiodiversidade (conservação local) ao longo de 2018. A pesquisadora foi convidada pelo presidente da Ruraltins a assinar o termo como testemunha. “Fiquei muito feliz, pois a aproximação entre a extensão rural e a Funai, em especial neste território Araguaia Tocantins, onde é realizado o trabalho de promoção da conservação da agrobiodiversidade com os Krahô, era uma antiga reivindicação nossa”, comemora. Durante o evento, Terezinha apresentou uma linha do tempo das feiras Krahô ao longo de 20 anos, com destaque para os métodos de promoção da conservação local da agrobiodiversidade (kits, feiras da agrobiodiversidade e bancos locais de sementes). Feiras de trocas de sementes indígenas: união de saberes A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia investe na promoção de feiras de trocas de sementes indígenas desde 1997, em parceria com a Funai e a Associação União das Aldeias Krahô - Kapey. Esses eventos fortalecem a segurança alimentar e a conservação in situ /on farm a partir da promoção de diálogos de saberes tradicionais e científicos em palestras, rodas de prosa e cursos de capacitação. Além de propiciar o intercâmbio cultural (danças, cantos, comidas) entre os indígenas, as feiras permitem a troca de variedades agrícolas e o aprofundamento de discussões relacionadas à conservação da agrobiodiversidade.