Autorização de plantio de soja e reuniões sobre arroz e mandioca foram ações durante evento no Tocantins
Autorização de plantio de soja e reuniões sobre arroz e mandioca foram ações durante evento no Tocantins
A Embrapa desenvolveu várias atividades durante a Agrotins 2015, a Feira de Tecnologia Agropecuária do Tocantins, que terminou no último sábado, 9 de maio, na capital Palmas. Durante o evento, foi assinada autorização para a empresa Verdes Campos, com sede em Formoso do Araguaia-TO, multiplicar sementes da soja BRS Sambaíba RR. A empresa é uma das cotistas da Fapcen (Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte), que tem exclusividade com relação a cultivares de soja da Embrapa na região.
José Wilson Tavares Bezerra, do escritório da Embrapa Produtos e Mercado em Imperatriz-MA, explica que "o nosso papel é fornecer a esses cotistas que têm exclusividade a semente básica e fazer o licenciamento pra que eles façam volumes maiores e possam fazer chegar a nossa semente, as nossas cultivares, aos produtores de grãos".
A empresa foi autorizada a plantar 400 hectares da soja da Embrapa, com expectativa de produção de 840 toneladas na próxima safra. Existe um monitoramento da quantidade plantada e do volume de produção obtido. Periodicamente, a Verdes Campos precisa passar informações tanto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), como à Embrapa.
Reunião sobre arroz – A cultura do arroz foi tema de reunião na sexta-feira, 8 de maio. Hoje, o Tocantins é o terceiro produtor do país, ficando atrás de Rio Grande do Sul, primeiro colocado, e de Santa Catarina. Se está bem colocado, ainda há muito a ser feito no estado.
Segundo Daniel Fragoso, pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás-GO) que trabalha no Tocantins, "nós temos muitos gargalos e um dos principais é a questão da produção de sementes. Hoje, praticamente toda a semente que utilizamos aqui vem de fora. Nós podemos mudar essa realidade, sair da condição de importador de semente pra exportador".
Daniel lembrou que semente é tecnologia, ou seja, é preciso que o produtor esteja atento à qualidade do que planta, visando a ganhos tanto em produção, como em produtividade. Uma boa semente é o início de uma boa lavoura e de possíveis lucros no final do ciclo produtivo.
Nas últimas safras, foram produzidas cerca de 36 toneladas de sementes de arroz no Tocantins e há uma demanda potencial de 10.000 toneladas. "É um mercado ainda a ser explorado. Ressalto que essas variedades desenvolvidas pras condições do Tocantins têm muitas vantagens comparadas com o plantio de outros materiais que vêm de fora que nunca foram testados aqui".
O pesquisador citou ainda parceria da Embrapa com a Fundação Universidade do Tocantins (Unitins), que também é a organização estadual de pesquisa. Vêm sendo conduzidos trabalhos com melhoramento genético para geração de cultivares de arroz.
Está sendo pensado um programa, envolvendo diferentes atores públicos e privados, para fortalecer a cadeia produtiva do arroz no Tocantins. Entre as metas, há uma de praticamente dobrar a produção do estado num horizonte de dez anos. Na safra 2014/2015, essa produção deve ser de 585 mil toneladas, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
José Américo Rocha Vasconcelos, da Secretaria de Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro), falou sobre o assunto, citando ações, como "a expansão da cultura de arroz na recuperação de pastagens degradadas, principalmente nas pequenas e médias propriedades", para se chegar às metas propostas.
Reunião sobre mandioca – Outro tema de reunião ocorrida na Agrotins 2015 foi a cultura da mandioca no Tocantins. Juntamente com várias instituições, a Embrapa tem atuado para o fortalecimento dessa cultura agrícola no estado. Há experimentos, coordenados pelo pesquisador Gustavo Azevedo Campos, da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO), que estão testando diferentes cultivares, buscando as mais adaptadas à região.
Na reunião, realizada no sábado, 9, foi citada a necessidade de as casas de farinha hoje existentes no estado se atentarem para questões ligadas à vigilância sanitária. Ao mesmo tempo, há um mercado a ser ocupado no estado: a indústria Amyl, hoje, recebe / processa apenas 15% de sua capacidade de 100 toneladas diárias.
Uma grande aposta é o Projeto Reniva, que é a Rede de Multiplicação e Transferência de Manivas-Semente de Mandioca com Qualidade Genética e Fitossanitária, para o Tocantins. Hermínio Souza Rocha, da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas-BA), explica que, em síntese, o projeto possui três fases: "fase 1: Embrapa passando plantas matrizes para maniveiros; fase 2: maniveiro multiplicando essas plantas matrizes, produzindo mudas e hastes ao longo de um ano; e fase 3: produtor rural recebendo o insumo básico do processo produtivo, que é uma maniva-semente de qualidade, a partir do maniveiro".
O maniveiro a que ele se refere é uma figura considerada nova na cadeia produtiva da mandioca e pode ser comparado ao viveirista, ou seja, é o produtor (ou um grupo de produtores) que vai gerar material propagativo de qualidade. "A gente pretende profissionalizar essa atividade de produção de material propagativo de mandioca pela primeira vez no mundo e o ‘viveirista' de rama de mandioca, de haste de mandioca, é o maniveiro", conta.
Clenio Araujo (6279/MG)
Embrapa Pesca e Aquicultura
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