Este programa foi ao ar no dia 05 de janeiro de 2018. Nesta edição do Dia de Campo na TV será apresentado o Polo de Excelência em Genética Bovina para Raças Taurinas (PoloGen), que está entrando em seu quarto ano de atividades, com mais de três mil doses de sêmen doadas para pecuaristas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Fruto de parceria da Embrapa com a Emater/RS-Ascar, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/RS) e as associações de raças taurinas e sintéticas, o projeto tem se destacado como instrumento de melhoramento genético e de difusão de raças bovinas taurinas. Sediado em Bagé (RS), na Embrapa Pecuária Sul, o PoloGen leva genética qualificada para o produtor, com a doação de sêmen de touros avaliados como superiores pelos programas de melhoramento genético, possibilitando, assim, com a inseminação de vacas selecionadas na propriedade, a melhora dos rebanhos comerciais desses pecuaristas. Conforme a pesquisadora da Embrapa e coordenadora do projeto, Bruna Sollero, o trabalho busca aumentar os animais avaliados e disseminados, garantindo a inclusão do maior número de produtores com acesso a essa genética de qualidade. Tudo isso com a possibilidade de retroalimentar a pesquisa na área de melhoramento genético, com os dados que retornam das propriedades participantes do polo. “Além do produtor começar a verificar a melhora produtiva dentro da propriedade dele, por exemplo, com o monitoramento do peso ao desmame dos animais ao serem vendidos, o retorno dos dados para os pesquisadores ajuda a confirmar o potencial de um touro, porque nós inserimos estes dados de filhos advindos de diferentes ambientes nas próximas avaliações desses touros”, explica Sollero. O sucesso desse trabalho seria inviável se um dos elos não funcionasse em perfeita sincronia. É o caso da assistência técnica e extensão rural entregues pela Emater/RS-Ascar ao PoloGen. Com atuação expressiva no interior, os técnicos fazem a seleção dos pecuaristas aptos a receber o projeto. “Trabalhamos diretamente com o produtor, então procuramos fazer a seleção com alguns critérios importantes para o projeto. Buscamos pecuaristas que já são assistidos pela Emater, para ter essa abertura às orientações dos técnicos. Também buscamos produtores com infraestrutura de manejo na propriedade e, ainda, que já tivessem alguma experiência ou interesse em aprender a trabalhar com inseminação artificial”, relata a assistente técnica do Regional de Bagé da Emater/RS-Ascar, Elusa Andrade. Para o técnico do escritório municipal da Emater/RS-Ascar em Santo Antônio das Missões, Flávio Bonatto, o projeto foi fundamental para fortalecer um trabalho que vinha sendo desenvolvido há alguns anos no município de melhoria de todo o sistema de produção da pecuária familiar. “O PoloGen está em seu quarto ano de atividade em Santo Antônio das Missões com ótimos resultados, já que conseguimos melhorar a genética do rebanho, que é um fator muito importante para os pecuaristas familiares aqui do município. Com isso conseguimos obter um melhor peso dos terneiros, um melhor padrão racial e, nesse sentido, também, na hora da comercialização é agregado um maior valor, ajudando na renda do produtor”, ressaltou. O pecuarista familiar Edson Barcelos integra o PoloGen e relata as melhoras que notou desde sua adesão ao projeto. “O peso dos terneiros nascidos por Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) deu, aos oito meses, 50 quilos a mais do que os terneiros dos touros. Melhorou também o índice de prenhez, que vinha na base de 60 a 70% e depois da IATF (somada ao repasse de touros) tem dado 85, 86% na propriedade, o que representa lucro, já que nasceram uns 15 terneiros a mais e vendemos esse terneiro com 50 centavos a mais no quilo do que o da monta”, destacou. “O gado está com um padrão melhor e a terneirada tem colocado um peso muito bom desde que entramos no projeto. Meu objetivo é seguir, sempre buscando melhorar”, concordou o pecuarista familiar José Maria de Oliveira, que também integra o PoloGen. “Com o apoio imprescindível da Emater, hoje já são oito regiões alcançadas pelo projeto no Rio Grande do Sul, mais de 50 propriedades registradas no projeto, mais de três mil doses doadas e 30 touros jovens testados, além de centenas de terneiros nascidos com o desempenho monitorado”, observa Sollero. Assim como a Emater/RS-Ascar e as associações de raça, outro parceiro fundamental para o projeto é o Senar/RS, que tem trabalhado a pauta melhoramento genético em capacitações aos produtores. “Essa iniciativa do PoloGen, juntamente com o Senar, tanto de levar informações através de capacitações, quanto de possibilitar ao pequeno produtor ter acesso a essa genética superior, é de grande importância, pois o produtor consegue entender que o grande modificador do ganho genético na propriedade é o touro melhorador, a tendência é, sim, que o produtor consiga aumentar o lucro final no seu estabelecimento”, ressaltou o técnico do Senar, Bruno Teixeira. Saiba como sintonizar. No site http://www.embrapa.br/diacampo você acessa a grade completa da programação, além de reportagens dos programas.